Banco Meão explica porque inflação estourou a meta no primeiro semestre deste ano
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A atividade econômica aquecida, expectativas de inflação desancoradas, a inércia inflacionária e a descrédito do real diante de o dólar foram os principais fatores que levaram a inflação a superar o teto da meta, de 4,5%, ao longo dos últimos seis meses, de conformidade com o Banco Meão.
O balanço da domínio monetária consta na missiva divulgada nesta quinta-feira que explica as razões para o descumprimento da meta de inflação.
O documento pontua que a inércia inflacionária dos doze meses anteriores contribuiu com 0,69 ponto percentual para o ramal da inflação em relação à meta de 3%.
Já as expectativas de inflação acrescentaram 0,58 ponto; o hiato do resultado contribuiu com 0,47 ponto; a inflação importada contou 0,46 ponto; e a bandeira tarifária de vontade levou a um aumento de 0,26 ponto.
Outros fatores contribuíram com 0,12 ponto percentual negativo – ou seja, contaram em prol de uma inflação ligeiramente mais próxima da meta.
Segundo a missiva do BC, a atividade econômica se mostrou surpreendentemente mais poderoso ao longo do ano, ao passo em que as expectativas de inflação permaneceram “bastante superiores à meta desde meados de 2024”, devido à descrédito do real (apesar da melhora recente) e a atividade econômica aquecida.
A projeção inflacionária de longo prazo, por sua vez, tem se mostrado mais rígida, o que “tende a tornar as expectativas mais sensíveis a choques de limitado prazo, a pressionar a dinâmica de preços e salários e a aumentar o repasse cambial para preços”, diz a missiva do BC.
Em relação à pressão exercida pelo câmbio, o BC avalia que os efeitos defasados da subida do dólar em 2024 “tiveram poderoso impacto na inflação medida no segundo trimestre de 2025”, o que pode ser observado nos preços de bens industriais e provisões industrializados – um pouco somente minorado pela queda do petróleo e a consequente moderação dos preços de combustíveis.
O BC projeta que o IPCA reunido em 12 meses deve retornar para o pausa de tolerância da meta a partir do final do primeiro trimestre de 2026.
Essa projeção já constava no Relatório de Política Monetária publicado no termo de junho pelo BC. No cenário de referência, que utiliza a trajetória da Selic da pesquisa Focus e a taxa de câmbio seguindo a Paridade do Poder de Compra (PPC), a inflação acumulada em 12 meses ficaria em 5,4% no segundo trimestre deste ano e no terceiro, em 4,9% no último trimestre de 2025 e em 4,2% no primeiro trimestre do próximo ano.
A partir desse ponto, a inflação ficaria dentro do pausa e atingiria 3,2% no quatro trimestre de 2027, segundo projeção.
A meta é de 3% com pausa de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para plebeu. Esta é a segunda missiva que Galípolo precisou ortografar neste ano. Em janeiro, Galípolo já havia assinado a missiva explicando o descumprimento da meta de 2024.
Na missiva, Galípolo destacou que o Copom avalia diversos cenários para a inflação que consideram trajetórias diferentes da taxa Selic e para as expectativas de juros de mercado.
Galípolo ainda ressaltou que o compromisso do BC é com a meta de inflação e as decisões são pautadas para atingir esse objetivo no horizonte relevante, o quarto trimestre de 2026. Segundo a missiva, a meio da política monetária “está adequada e conciliável com a estratégia de convergência da inflação nesse horizonte”.
“Essa avaliação depende da evolução esperada para a dinâmica da inflação, em peculiar dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do resultado e do balanço de riscos”, diz a missiva.
A missiva ainda destaca que o BC ” tem tomado as devidas providências para que a inflação retorne à tira definida para o pausa de tolerância e atinja a meta para a inflação de 3,00%”. Segundo o documento, nesse período em que a inflação está desenquadrada, o BC investirá no reforço da notícia sobre as razões do descumprimento, as medidas adotadas e a evolução do cenário de convergência da inflação.
“O Banco Meão se manterá discreto à evolução das pressões inflacionárias e não hesitará em tomar medidas adicionais, caso julgue tempestivo”, apontou a missiva.
O Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira que o IPCA chegou a 5,35% em junho no reunido em 12 meses. Com esse resultado, completaram seis meses consecutivos com a inflação fora do pausa de tolerância da meta, o que configura descumprimento segundo a novidade metodologia da meta contínua.
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