Tempestade perfeita pode se armar sobre a bolsa do Brasil. Entenda o que está em jogo

Assim, o principal índice de ações do Brasil emendou a sexta queda seguida. É a maior sequência negativa da carteira em mais de um ano – a última vez que apanhou em série assim foi de 28 de maio a 5 de junho de 2024.

• Sem testar o paladar de uma subida desde 4 de julho, o Ibovespa cedeu 0,65% nesta segunda (14), aos 135.300 pontos. No mês de julho, as perdas do índice somam 2,56%. Do primícias do ano até cá, a valorização da carteira foi reduzida a 12,5%.

Os juros elevados, enfim, começa sufocar a economia do Brasil. Sinal de que a Selic em 15% ao ano deve cobrar um preço ainda mais superior adiante.

• A carteira do Ibovespa movimentou R$ 13,8 bilhões hoje, 17% inferior da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,6 bilhões.

Ultrapassada o pausa de defasagem da política monetária, o país pode entrar em uma recessão sob juros tão altos? Não é nesse cenário que apostam os especialistas e investidores. Mas certamente haverá uma desaceleração significativa da atividade no país.

• Das 84 ações que fazem secção do Ibovespa atualmente, 58 desvalorizaram nesta sessão.

Com isso, um espaço significativo se abre para os alívios nos juros, o que é ótimo para quem aloca em renda variável. Porém a desaceleração econômica pode ser uma sinalização ruim para quem aposta nas empresas daqui, já que põe em xeque sua capacidade de sustentar o ritmo de incremento e os resultados financeiros.

Portanto o jogo para quem investe em ações cá no Brasil agora é entender o que pesará mais daqui para frente: os cortes na Selic, que estimulam o gosto ao risco, mas só devem ser feitos no primícias do ano que vem; ou o impacto de juros tão altos no incremento das empresas listadas na bolsa.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 seguiu em 14,94% ao ano. Prêmios em contratos de limitado prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 foram de 13,47% para 13,49%ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa subiu de 13,59% para 13,71% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

O que deve tarar mais daqui para frente

O que pesa mesmo sobre a bolsa hoje é o tarifaço de Donald Trump de 50% sobre produtos brasileiros e a escalada da sensação de risco entre estrangeiros. Os investidores gringos foram o motor do mercado de ações lugar desde o início deste ano.

Eles alocaram R$ 26 bilhões mais do que venderam de ações da B3 de janeiro ao dia 10 de julho. Mas desde que o país entrou na mira do presidente americano, outros emergentes ganharam a preferência.

O fundo de índice (ETF) EWZ, que acompanha o MSCI Brazil, a cesta de referência de ativos brasileiros no exterior, caiu 0,8% nesta sessão, enquanto o ETF que acompanha o índice de mercados emergentes avançou 0,15%.

Sinal de que perdura o movimento de rotação do capital para fora dos EUA. Mas esses dólares não estão mais entrando cá.

• O dólar mercantil avançou 0,65% contra o real e fechou a sessão em R$ 5,58. No amontoado de julho, a subida é de 2,76%. Mas, considerando o período desde o início do ano, ficou 9,64% mais barata para o brasílio.

Alguns agentes do mercado financeiro aventam que a provável retaliação do tarifaço pelo governo brasílio poderia até salpicar em inflação mais poderoso cá.

Mas existe um limite inferior para isso. A verdade é que a exposição da economia lugar à americana é reduzida. O Brasil é uma economia relativamente fechada: menos de 20% do Resultado Interno Bruto (PIB) do país depende de exportações. Desse montante, muro de 12% vão para os EUA. Perto de países uma vez que o México ou Canadá, cujas riquezas dependem 50% de compras americanas, os indicadores brasileiros são baixos.

A grande questão cá para a inflação seria via dólar. Porquê boa secção das commodities, matérias e serviços da indústria são negociados na moeda americana, seu encarecimento poderia impactar os preços de mercado no Brasil.

Porém o que as leituras de inflação que guiarão as decisões do Banco Médio no termo das contas.

E, neste sentido, as sinalizações apontam para o início dos cortes nos juros logo ali. Alguns se arriscam a apostar no primícias do ciclo de alívios ainda leste ano, embora a maioria só veja a fita de largada para os cortes em 2026. E nem mesmo o tarifaço imposto por Trump mexeu nesse horizonte.