Popularidade de Lula sobe depois tarifaço e maioria acha que Trump está falso
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A desaprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interrompeu a tendência de subida acumulada desde o início do ano e oscilou para 53%, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). Na rodada anterior, em maio, o índice era de 57%, no maior patamar registrado pelo atual presidente. A aprovação também registrou tendência positiva para o governo, passando de 40% antes para 43% agora.
As variações ocorrem em meio à reação do governo à tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações brasileiras, sob a justificativa de que o Brasil promove uma “caça às bruxas” ao julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. A medida desgastou a oposição a Lula e deu fôlego ao governo, que usou o tema para tutorar a bandeira da soberania vernáculo e rejeitar interferências externas em assuntos do país.
Por que o mercado fica de olho nas pesquisas?
Anteriormente, quando as pesquisas mostravam sinais de uma crescente desaprovação ao governo atual, o gosto por risco no Brasil aumentava.
Isso porque crescia a expectativa de uma provável troca de governo e, na visão de muitos investidores, essa eventual mudança traria uma gestão mais comprometida com a responsabilidade fiscal. Ou por outra, há a percepção de que, diante da queda na popularidade, o próprio governo atual também pode adotar medidas mais assertivas de ajuste nas contas públicas para melhorar sua posição na disputa eleitoral. Por isso o mercado financeiro monitora de perto esse tipo de levantamento.
Agora, com a desaprovação em queda, é provável que o mercado adote uma postura mais cautelosa. Finalmente, esse resultado pode ser um sinal para o governo fortalecer suas ações e, consequentemente, não mudar a rota que o mercado entende que seria necessário ser mudada.
O que mais a pesquisa mostrou?
A pesquisa, que a partir de agora é mensal, ouviu 2.004 entrevistados entre a quinta-feira da semana passada (10) e a última segunda-feira (14), captando a repercussão do pregão de Trump. Uma vez que a margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou para menos, não é provável falar em incremento ou queda nos valores de aprovação e desaprovação, mas em variações.
A melhora para o governo, de entendimento com a Quaest, ocorreu de forma significativa fora das bases de pedestal tradicionais a Lula. Entre os grupos destacados, estão: renda mensal de dois a cinco salários mínimos (52% de desaprovação, perante 58% em maio); ensino superior completo (53% agora, perante 64%); quem não é beneficiário do programa Bolsa Família (55% agora, perante 61%); e no Sudeste, região que vinha sendo refratária ao governo (56% agora, perante 64%).
Em outros segmentos, porém, a desaprovação se manteve em patamares elevados. No caso dos evangélicos, ela apresentou viés de subida, indo de 66% em maio para 69% em julho.
A avaliação universal do governo, que vinha piorando continuamente desde dezembro de 2024, também interrompeu a sequência. A avaliação negativa agora é de 40%, inferior do pico da série histórica de 43%, registrado em maio. A positiva evoluiu de 26% para 28%, e a regular se manteve em 28%.
Em relação ao comportamento de Lula, 49% consideram que ele não é bem-intencionado, enquanto 45% acham o contrário. Para 69%, o presidente não tem conseguido executar as promessas de campanha; para 27%, sim. O governo Lula, na opinião de 43%, trabalha para atender às necessidades de quem votou no petista. Já 40% afirmam que trabalha para todos.
Para 46% dos entrevistados, a economia do Brasil piorou nos últimos 12 meses. Para 21%, melhorou. Para 30%, ficou do mesmo jeito. Na pesquisa anterior, os dados eram de, respectivamente, 48%, 18% e 30%.
Uma variação negativa importante ocorreu, no entanto, em relação à expectativa econômica do país nos próximos 12 meses. Para 43%, a situação vai piorar — um salto na verificação com os 30% que davam a mesma resposta em maio. Já os que acham que a economia vai melhorar correspondiam a 45% e agora são 35%. Para 19%, vai permanecer do mesmo jeito (eram 21%).
Outras perguntas da pesquisa registraram variações mais sutis nas duas últimas rodadas. Sobre o preço dos provisões nos mercados, 76% dizem que subiram. Os combustíveis passaram pelo mesmo processo na opinião de 56%. As contas de chuva e luz ficaram mais elevadas na percepção de 62% dos entrevistados. A grande maioria (80%) afirma que, comparado a um ano detrás, o poder de compra dos brasileiros hoje é menor. Para 56%, está mais difícil conseguir serviço agora do que há um ano.
O pregão feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre os produtos exportados pelo Brasil é criticado pela maioria dos brasileiros, e 79% afirmam que a medida prejudicará suas vidas, de entendimento com a novidade rodada de pesquisa da Genial/ Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). Segundo o levantamento, 72% avaliam que Trump está falso ao impor o tarifaço sob a justificativa de que há uma suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no país.
Até mesmo entre bolsonaristas a avaliação sobre o tarifaço de Trump é negativa. Para 82% dos apoiadores de Bolsonaro, as altas tarifas aos produtos brasileiros vão prejudicar sua vida. Entre apoiadores do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 77% têm essa percepção.
Na semana passada, Trump divulgou uma missiva, endereçada ao governo Lula, anunciando o aumento da tarifa a partir de 1 de agosto, em meio a críticas ao julgamento de Bolsonaro no STF. Coligado de Trump, o ex-presidente é réu no STF réu de cometer cinco crimes contra a democracia, porquê tentativa de golpe de Estado, e deve ser julgado até setembro pela Golpe. Se for sentenciado, poderá ser recluso.
Para 57% dos entrevistados, o presidente dos EUA não tem o recta de criticar o processo em que Bolsonaro é réu, mas 36% acham o presidente norte-americano tem esse recta. Dos entrevistados, 7% não responderam.
O governo Lula reagiu ao pregão feito por Trump, tem pressionado os EUA a não implementar essa tarifa e ameaçou uma eventual retaliação, se a negociação não for adiante. Para 53%, o presidente brasiliano está correto ao reagir com reciprocidade, aumentando a tarifa a produtos americanos e para 39%, está falso. Outros 8% não responderam.
Os entrevistados foram questionados sobre qual lado está fazendo o que é manifesto nesse embate. Para 44%, Lula e o PT estão do lado manifesto, 29% dizem que é Bolsonaro e seus aliados; para 15% nem Lula nem Bolsonaro estão corretos e 12% não responderam.
Apesar dos esforços do governo brasiliano em negociar com o presidente dos EUA, 59% avaliam que Trump vai manter sua decisão de aumentar a tarifa e 31% acreditam que o norte-americano recuará; 10% não responderam.
Questionados sobre qual teria sido a motivação de Trump para anunciar tarifas altas contra o Brasil, 26% acham que foram declarações de Lula contra as taxações impostas pelo presidente norte-americano. Para 22%, o motivo foram ações do STF contra Bolsonaro.
Dos entrevistados, 66% disseram ter visto a notícia sobre a missiva de Trump a Lula, anunciando o tarifaço a partir de 1 de agosto, com sátira ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federalista.
Contém informações do Valor PRO; serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
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