Pulou fora dos multimercados? Perdeu reação de até 71% no 1º semestre
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No primeiro semestre de 2025, restou o contrição a quem vinha pulando fora dos fundos multimercados. Entre janeiro e junho, o Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA, termômetro desses produtos) acumulou subida de 8,4%, na presença de um CDI (referência dos investimentos em universal) de 6,4% nesse pausa. E teve fundo disparando zero menos que 71% no período, nove vezes mais que a média.
O caminho? Um surpreendente otimismo.
Contrariando os maus presságios do término do ano pretérito, muitos gestores se deram muito apostando na subida das ações brasileiras e na queda dos juros reais, que descontam a inflação.
Por trás dessa movimentação está a queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os maus lençóis do provável candidato à reeleição traz no horizonte eventual troca de governo em 2027. O que, por si só, representaria um controle maior dos gastos públicos. Seria reduzida, portanto, a pressão de subida na inflação e, consequentemente, na política de juros do Banco Mediano (BC). A Selic poderia, portanto, encontrar maior espaço de queda dos atuais 15% ao ano, maior nível desde 2006.
Tudo no campo da possibilidade, com requintes com torcida? Sim. Há ainda muita chuva para rolar até as eleições de 2026? É verdade também. Assim sendo, gestores preveem que a volatilidade dos mercados seja subida pelos próximos meses.
Seja uma vez que for, essa tese em obséquio de novos ares no Planalto tem oferecido resultado. Ajudaram a sustentar os ganhos de 15% do Ibovespa no primeiro semestre — com a ajuda da ingressão de estrangeiros fugindo dos Estados Unidos —, em paralelo à queda de 17% para 13% na Selic projetada para 2029.
E quem se deu melhor nessa farra, arrancando os 71% citados mais supra?
- A Logos Capital. Façanha um pouco menos vistosa, mas zero desprezível, foi conquistada pela Exploritas e seus 42% de retorno na primeira metade do ano. Já a Vista Capital superou os 32%, seguida de perto pelos 29% da SPX.
Fundos multimercos mais rentáveis do primeiro semestre
| Fundo | Retorno no ano, em % | Retorno em 2024, em % | Retorno em 12 meses, em % | Risco | Patrimônio, em R$ milhões | Cotistas |
| Logos Totalidade Return | 70,80 | -38,53 | 55,37 | 48 | 120 | 479 |
| Exploritas Alpha América Latina | 42,07 | -40,24 | 5,61 | 33 | 62 | 1.629 |
| Vista Multiestratégia | 32,42 | -14,47 | 47,30 | 38 | 177 | 452 |
| SPX Falcon Institucional | 29,92 | 1,36 | 33,08 | 11 | 93 | 139 |
| Vinci Totalidade Return | 23,20 | -12,28 | 15,31 | 15 | 88 | 823 |
| Vista Hedge | 18,72 | -3,11 | 28,18 | 18 | 132 | 3.978 |
| IP Value Hedge | 17,95 | 2,98 | 18,93 | 8 | 273 | 610 |
| Vinland Macro Plus | 17,81 | -3,32 | 25,60 | 5 | 54 | 171 |
| Ujay Hedge | 16,56 | 1,46 | 15,14 | 12 | 65 | 61 |
| Tenax Totalidade Return | 16,24 | -10,75 | 10,13 | 12 | 61 | 26 |
| CDI | 6,42 | 10,88 | 12,08 | |||
Esses fundos multimercados estão no topo do ranking dos que melhor desempenharam no primeiro semestre entre os acompanhados pelo “Guia de Fundos do Valor”. O levantamento foi realizado por Marcelo d’Agosto, consultor financeiro responsável pelo guia, com base nos dados da plataforma Morningstar. Mais inferior, dá para entender a metodologia do ranking tim-tim por tim-tim e por que nem todos os produtos do mercado aparecem nessa lista.
Embora o ranking se refira ao último ano, não significa necessariamente que esses são os melhores fundos para investir neste momento. Os especialistas aconselham averiguar pelo menos três anos de remuneração e a qualidade da gestora antes de escolher onde investir. Esse ranking, portanto, é meramente informativo e não é uma indicação.
Os fundos multimercados podem apostar em altas e baixas de diferentes investimentos, uma vez que ações, commodities, juros e moedas no exterior e no Brasil. Uma vez que a classe é de maior risco, ela é aconselhada para os investidores que podem resgatar os recursos em no mínimo três anos.
Os investidores resgataram R$ 78,9 bilhões dos fundos multimercados no primeiro semestre, descontando as aplicações, porque estão com aversão aos investimentos de maior risco, em meio a um envolvente econômico incerto. Com os juros tão altos, os investimentos de renda fixa ficam bastante atrativos sem o investidor precisar passar muito risco, principalmente os isentos de Imposto de Renda.
Outrossim, boa secção dos fundos multimercados remunerou mal os investidores em anos anteriores, mas muitos estão recuperando os rendimentos neste ano, o que comprova que investir olhando para o retrovisor não é uma teoria boa.
Alguns dos melhores multimercados do primeiro semestre são “totalidade return”. Ou seja, compram basicamente ações, mas têm liberdade de investir em commodities, juros e moedas também. A volatilidade desses produtos pode ser maior do que a da bolsa.
É o caso de um fundo da gestora Logos Capital, que acertou comprando papéis principalmente de empresas dependentes da economia lugar e de saneamento e força. A estudo é que essas ações estão baratas e que uma alternância de governo em 2026 serviria de gatilho para recuperação.
As ações que ajudaram mais na performance do fundo foram da construtora Tenda e das varejistas C&A e Arezzo, além da empresa de força eólica Serena e da prestadora de saneamento Sabesp.
Agora que os preços subiram muito, mudanças foram feitas na carteira. As ações de consumo e de força e saneamento seguem sendo as preferidas, mas entraram na carteira as varejistas Vivara, Track&Field e Natureza e as empresas de força e saneamento Neoenergia e Sanepar. Tenda e Arezzo continuam na carteira, mas Serena, Sabesp e C&A deixaram o fundo ou têm posições menores.
Ricardo Vieira, sócio-fundador da Logos Capital, está entusiasmado com a bolsa. “As ações estão com descontos excessivos e o rumor político e fiscal deve melhorar nos próximos meses com uma eventual alternância de governo”, diz. “Só que a melhora da bolsa não acontecerá de forma linear. Será um longo processo e temos que olhar empresa por empresa para depreender as melhores posições.”
Outro fundo multimercado “totalidade return” que chamou a atenção foi da Vinci Compass.
A gestora começou o ano com uma cabeça conservadora pensando em Brasil, mas aumentou a alocação em ações brasileiras. Ao mesmo tempo, diminuiu os investimentos no exterior em abril, em seguida a imposição das tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que trouxe os investidores estrangeiros para o Brasil. Com o dólar e a inflação mais fracos, a mansão começou a enxergar uma redução de juros no término deste ano ou no prelúdios do próximo, que pode ajudar a bolsa a subir.
A gestora investiu em um portfólio de ações brasileiras diversificadas: incluiu mais papéis ligados à economia doméstica (uma vez que C&A, Cury, Direcional e Tenda), de companhias de força e saneamento (uma vez que Copel, Eletrobras, Equatorial e Sabesp) e de bancos (uma vez que Itaú), mas diminuiu as ações das exportadoras, que têm a receita em dólar. Agora, a mansão continua empolgada com a bolsa brasileira e diversificando bastante as ações.
“O grande calcanhar de Aquiles da bolsa brasileira hoje é a política fiscal e, não por eventualidade, os juros reais permanecem altos. Mas a alternância para um governo mais pró-mercado, que diminua o desenvolvimento dos gastos, pode ajudar no namoro de juros”, afirma Márcio Lins, gestor de portfólio da Vinci Compass. “Se isso se concretizar, os ativos brasileiros terão um ciclo de performance positiva muito infindável”, diz.
A gestora IP também se destacou aumentando as ações brasileiras e diminuindo os papéis estrangeiros na carteira, achando que as ações brasileiras estão muito baratas. Todavia, é mais preocupada com a escolha criteriosa de companhias que contribuam para preservar o capital dos cotistas no longo prazo, independentemente do contexto macroeconômico.
“Uma bolsa enxurrada de empresas boas e baratas é um parque de diversões para os gestores fundamentalistas. O que mais queremos é ter a possibilidade de comprar ações de companhias excepcionais com preço reles. Mas esse mercado é o único que, quando está em promoção, as pessoas correm”, afirma Carolina Lamas Barbará, sócia responsável pelo relacionamento com investidores da gestora IP.
“Aproveitamos a ciclicidade do mercado para participar da evolução de empresas que se desenvolverão a despeito do momento macroeconômico. Investimos em empresas cujas ações estão baratas, mas que são à prova de qualquer Brasil. Vamos ter um ano de bastante volatilidade e não queremos ter que assestar se o Lula ou o Tarcísio vão lucrar a eleição”, diz.
Atualmente, as maiores posições da gestora estão nas ações de Energisa e Itaú, mas também nas americanas Google, Meta e Microsoft. A IP escolhe as ações das companhias que consigam gerar valor a despeito do envolvente macroeconômico, tenham uma vantagem competitiva clara, sejam lideradas por uma equipe competente, moral e inovadora e estejam baratas.
Já a gestora Exploritas chamou a atenção apostando que os juros nominais (que não descontam a inflação) e reais (que descontam a inflação) não seriam tão altos quanto os embutidos nos preços. “O mercado costuma exagerar e é pouco provável os juros avançarem demais durante um governo de esquerda, que culpava o Roberto Campos Neto [ex-presidente do BC] pela subida de juros”, afirma Daniel Delabio, gestor da Exploritas.
A mansão ganhou também investindo em ações brasileiras e de mais países da América Latina, beneficiadas pela fuga dos investidores dos Estados Unidos. No Brasil, as companhias eram de força, uma vez que Serena, e de varejistas, uma vez que Vivara, Track&Field e CVC.
Agora, as apostas principais da mansão são que os juros reais vão recuar e que as ações brasileiras vão subir. “É uma boa hora para ter risco no Brasil. As ações estão baratas e o fluxo voltará, seja de investidores estrangeiros, institucionais ou pessoas físicas”, afirma Delabio. “A eleição está embutida já nos preços. Várias estrelas estão se alinhando para o governo mudar, ter responsabilidade com os gastos e os juros recuarem”, diz.
As ações favoritas da gestora são as que mais se beneficiariam de um namoro de juros, ligadas à economia doméstica, uma vez que Vivara, Track&Field, Hapvida e Cruzeiro do Sul.
Os fundos multimercados com uma estratégia dissemelhante, chamada de long & short, renderam um pouco menos, mas ainda assim vários renderam mais que o CDI no primeiro semestre. Mas temos também façanhas no segmento. A Polo bateu nos 28%, enquanto a Obi chegou nos 15%.
Fundos long & short mais rentáveis do primeiro semestre
| Fundo | Retorno no ano, em % | Retorno em 2024, em % | Retorno em 12 meses, em % | Risco | Patrimônio, em R$ milhões | Cotistas |
| Polo Setentrião I Long Short | 28,22 | -6,02 | 26,30 | 16 | 80 | 880 |
| Oby Long Short | 14,95 | -0,96 | 14,71 | 9 | 56 | 134 |
| Ibiuna Long Short STLS | 13,09 | 3,64 | 21,51 | 11 | 534 | 1.443 |
| Apex Equity Hedge | 11,95 | 5,53 | 21,66 | 3 | 51 | 486 |
| Távola Equity Hedge 15 | 10,68 | 6,39 | 15,26 | 5 | 453 | 5.901 |
| BTG Pactual Integral LS | 10,63 | -5,34 | 10,56 | 10 | 77 | 622 |
| Real Investor | 10,58 | 9,39 | 15,27 | 4 | 1.153 | 19.940 |
| Alpha Key Long Short | 9,66 | 12,64 | 16,73 | 3 | 65 | 141 |
| Sharp Long Short Feeder 2X | 9,65 | 4,60 | 9,08 | 5 | 339 | 132 |
| Bradesco Equity Hedge | 9,22 | 11,14 | 16,31 | 6 | 185 | 3.787 |
| CDI | 6,42 | 10,88 | 12,08 | |||
- Os gestores desses fundos costumam escolher pares de ações ou de ativos que estão no mesmo setor ou dependem de cenário igual, e, no jargão do mercado, montam posições “compradas” (apostando na subida) e “vendidas” (apostando na baixa).
Os profissionais esperam que os ativos “comprados” tenham desempenho melhor em relação aos “vendidos”, para lucrar com essa diferença. Em outras palavras, em um cenário de subida, a aposta é que os papéis “comprados” subam mais que os “vendidos”, ou, em um mercado de baixa, que eles caiam menos.
Alguns analistas desaconselham fundos long & short, porque eles compram bolsa, mas têm tributação de renda fixa. Ou seja, sofrem come-cotas, a antecipação de imposto semestral. Ainda, uma vez que eles são obrigados a permanecer com uma fatia de ações compradas e outra de papéis vendidos, já tiveram problemas no pretérito por depender de aluguel de ações.
- Os fundos que integram as listas desta material estavam acessíveis em bancos e corretoras e têm, no mínimo, 12 meses de histórico e R$ 50 milhões de patrimônio. Os fundos são acompanhados pelo Guia de Fundos do Valor. A utensílio agrupa as carteiras em categorias que possuem um significado prático para o investidor variar as suas aplicações.
- Os produtos são organizados em 16 categorias: renda fixa DI, prefixados renda fixa ativo, rendimento real, crédito privado com até 15 dias para o resgate, crédito privado a partir de 16 dias para resgate, debênture incentivada, multimercado baixa volatilidade, multimercado, long & short, long biased, ações índices, ações, investimento no exterior, ações no exterior, alocação multimercado e alocação ações.
- Alguns fundos podem não estar nos rankings porque não estavam em corretoras e bancos, não têm, no mínimo, 12 meses de histórico e R$ 50 milhões de patrimônio, não são acompanhados pelo Guia de Fundos do Valor ou integram outras categorias.
Uma vez que escolher fundos multimercados
Bons fundos multimercados seguem indicados para variar a carteira e lucrar mais que o CDI, focando em no mínimo três anos. O parecer dos especialistas para escolher os produtos que conseguem entregar rendimentos altos e consistentes ao longo do tempo é averiguar uma vez que o fundo se comportou durante diferentes momentos no pretérito e onde os profissionais trabalharam.
Casas com mais idade e volume de recursos sob gestão, supra de alguns bilhões, contam com mais crédito do mercado. Outrossim, é um bom indicativo se a gestora possui um grande número de pessoas e se elas trabalham lá desde o prelúdios.
Alguns produtos correm mais riscos e, por isso, tendem a ser mais voláteis, mas às vezes as gestoras têm fundos parecidos que correm menos riscos e tendem a ser menos voláteis. É aconselhado escolher os que mais combinam com o perfil e objetivos do investidor.
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