Entenda por que o Ibovespa teve a segunda maior queda do ano

• O Ibovespa cedeu 2,1% nesta terça-feira (19), o maior trambolhão do índice desde 4 de abril e sua segunda maior queda neste ano. Assim, a carteira encerrou o dia de volta aos 134 milénio pontos, patamar que havia superado há duas semanas. Na semana, as perdas somam 1,4% e, no mês de agosto, ainda salva valorização de 1%. Do primórdio do ano até cá, a carteira avançou 11,76%.

O sangue espalhado na bolsa brasileira foi principalmente o das ações do setor financeiro. Envolvidas no imbróglio político dos Estados Unidos com o Brasil, os papéis dos grandes bancos sangraram entre 3,7% até quase 6% nesta sessão.

A sensação de risco subiu em peculiar para essas empresas com o receio de que o Supremo Tribunal Federalista (STF) aplique punições às instituições que acatem as sanções aplicados pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes.

Sozinhos os bancos respondem por quase 26% do peso do principal índice de ações do país. Mas não tinha muita subterfúgio para o Ibovespa hoje quando o ministro do STF Flávio Dino determinou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros não têm eficiência no Brasil, a menos que sejam homologadas.

As instituições financeiras se veem, portanto, entre as acusações da Vivenda Branca de associação com o ministro que sofre sanções pela lei norte-americana Magnitsky, e, por cá, ameaçadas de infração da legislação lugar.

• O movimento financeiro do Ibovespa hoje foi de R$ 15,5 bilhões, pouco inferior da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,5 bilhões.

Logo foi dia de os tubarões saírem à caça.

Com polpudos ganhos acumulados em alguns desses papéis neste ano, a saída foi estratégica para diminuir os riscos nas carteiras de renda variável enquanto ainda é tempo.

• Das 84 ações que fazem secção do Ibovespa atualmente, 76 recuaram nesta sessão.

A semana ainda promete consumição e elevada volatilidade enquanto agentes do mercado financeiro acompanham, de um lado, os desdobramentos da negociação do cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia – não suficiente, mediado por Donald Trump; e, cá dentro, as respostas do governo brasiliano às ofensivas da Vivenda Branca.

De concordância com fontes do jornal O Mundo, caso a ofensiva americana escale, a medida de Dino abre espaço para o STF bloquear ativos ou contas de empresas americanas com interesse no Brasil.

Tudo isso enquanto o oração de Jerome Powell, presidente do Federalista Reserve (Fed, banco meão norte-americano), com pistas sobre o verosímil (ou não) golpe dos juros americanos em setembro é aguardado para a sexta.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,89% para 14,91% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 foram de 13,20% para 13,45%ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa subiu de 13,61% para 13,80% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

A situação é de tal forma incerta que, mesmo com a valorização do dólar a nível global, contra real a moeda ganhou muito mais força hoje.

• O dólar mercantil avançou 1,2% contra o real e voltou a ser cotado a R$ 5,50, enquanto o índice DXY, que mede a força da mote norte-americana contra outras moedas de economias desenvolvidas, ficou praticamente inabalável – com subida de 0,1% Na semana, está com lucro de 1,87%, mas, em agosto, ainda acumula queda de 1,8%. Do início do ano até cá, a moeda americana ficou 11% mais barata para o brasiliano.

Enquanto a negociação de um concordância de tranquilidade entre Rússia e Ucrânia corre sem grandes novidades sobre quão próximo um concordância está ou o que ele pode envolver, investidores tiraram o pé do acelerador.

Até porque a situação também não é das melhores nas bolsas lá fora.

De concordância com a dependência de notícias internacionais Bloomberg, os investidores de contratos de opções aumentaram a compra de seguros contra uma verosímil queda nas ações de tecnologia nas próximas semanas.

O Nasdaq 100, que agrupa as maiores empresas de tecnologia dos EUA, subiu quase 40% desde sua queda no início de abril, desencadeada pelo tarifaço de Trump. Do primórdio do ano até hoje, a subida é de 11,3%.

O grupo das sete magníficas, que reúne as maiores empresas em valor de mercado – Amazon, Alphabet (Google), Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — deu tração à subida dos índices americanos neste ano, mormente depois a temporada de resultados do segundo trimestre de 2025, e estão perto ou renovaram suas máximas históricas.

Mas essa história pode estar prestes a mudar, se levada em consideração a tese em que apostam esses investidores.

Hoje mesmo, o jornal New York Times informou que a Meta pretende reduzir o tamanho de sua partilha de perceptibilidade sintético (IA). A notícia chega depois Mark Zuckerberg, fundador da empresa, anunciar investimentos bilionários para impulsionar a operação.