Condições de pequeno prazo devem levar a queda de juros, diz ex-presidente do Banco Medial

“Não vejo capacidade de ter juros muito inferior [do nível atual]. Com as condições de pequeno prazo, provavelmente poderão desabar os juros, mas para ter um lucro estruturalmente mais insignificante, precisamos de um fiscal estruturalmente dissemelhante”, comentou em evento promovido pelo Grupo Esfera em São Paulo.

Segundo ele, para essa queda de juros mais estrutural, seria preciso um choque fiscal positivo, ou seja, uma mudança na percepção da credibilidade fiscal de tal forma que as pessoas entendam que haverá um novo regime, com mais credibilidade.

“Tivemos [no Brasil] uns 15, 16 episódios em que houve uma queda de juros com a taxa longa da curva subindo. E, sempre que isso aconteceu, depois se parou em um patamar de juros maior do que no início do ciclo.”

Sob Campos Neto, o BC iniciou um ciclo de subida em 2021, quando a taxa caiu para 2% ao ano. O BC logo elevou a taxa básica anual de juros até 13,75%. Em seguida, realizou incisão de 3,50 pontos percentuais na taxa, levando-a para 10,25%, e realizou subida de 2 pontos percentuais até o final de 2024. O banqueiro mediano deixou a presidência do BC em dezembro e foi sucedido pelo economista Gabriel Galípolo no função.