Inter abre conta global de investimento na Argentina neste mês e deve chegar a outros países
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Nascido em Minas Gerais, o banco Inter tem uma meta ambiciosa: ser um banco global e oferecer produtos financeiros em mais países, para os brasileiros que moram ou viajam para esses destinos ou para os nativos nesses países. Presente já no Brasil e nos Estados Unidos, a instituição vai dar mais um passo nessa direção no término deste mês: passará a oferecer a sua conta global de investimentos na Argentina. O projecto, na sequência, é chegar em mais países da América Latina e, depois, na Europa, segundo João Vitor Menin, CEO global do Inter.
“Planejamos oferecer a nossa conta global para mais pessoas de outras geografias. Por que não levá-la para os colombianos, os espanhóis?”, afirmou o executivo a um grupo de jornalistas reunidos nesta semana em Miami, nos Estados Unidos, onde o escritório da instituição está localizado no país. “Saímos de Belo Horizonte para os 5 milénio municípios do país. Na sequência, fomos para os Estados Unidos, para a Argentina e, com certeza, mais países virão mais primeiro”, disse.
O banco está estudando iniciar a operação em dois outros países, mas não abre ainda quais são eles. A próxima operação será na América Latina, conforme o executivo. “Nosso caminho é na América e, depois, será procedente irmos para a Europa. Ainda não sabemos se vai ser no final do ano que vem ou só em 2027”, afirmou. “Estamos falando do mundo ocidental, por questões culturais e de fuso horário. Podemos um dia estar na China? Até podemos sim, mas a conta global será mais ocidental”, disse.
Atualmente, 4,8 milhões de clientes da instituição – de um totalidade de 40 milhões de clientes do banco – têm a conta global. O projecto do Inter é aproveitar o que construiu nas esferas permitido, operacional e tecnológica para os brasileiros e oferecer em outros países. Porém, os produtos não serão necessariamente os mesmos, por questões regulatórias e culturais, conforme o executivo.
A operação novidade na Argentina foi anunciada em março, mas a novidade é que as primeiras contas serão emitidas no término deste mês. Os argentinos inicialmente poderão investir em ações nas bolsas dos Estados Unidos Nasdaq e NYSE, além de “bonds” (títulos de renda fixa emitidos pelas companhias), ETFs (fundos comprados em bolsa que acompanham a carteira de um indicador de mercado) e Reits (espécie de fundos imobiliários). Os “hermanos” têm uma cultura de investimento mais poderoso do que os brasileiros e o banco deseja explorar isso.
Em um primeiro momento, os argentinos não acessarão cartões de crédito e débito, pagamentos, transferências e outros benefícios que os clientes nos Estados Unidos têm, mas o projecto é liberar aos poucos esses produtos em um segundo momento. A conta será em dólar e em peso primeiro, mas multimoedas depois. O Inter e o Grupo Bind fizeram uma parceria. Assim, a instituição não tem uma licença bancária na Argentina.
O banco brasiliano está seguindo uma trilha um pouco dissemelhante dos concorrentes. O foco da instituição em outros países são os clientes do segmento de varejo, ou seja, os clientes que não são os mais ricos, o que é alguma coisa incomum. A maioria dos bancos concorrentes, uma vez que Nubank, Itaú, Bradesco e C6 Bank, se atua em mais países, foca nos clientes com maior patrimônio.
“Nosso foco é o cliente médio, do meio da pirâmide”, afirmou Menin. “Porquê o Mc´Donalds, que atende muito o cliente que quer uma repasto mais econômica, mas sabe também atender o cliente com uma renda muito subida. Não é sobre saber atender um cliente de renda média, baixa ou subida, é sobre saber o momento em que ele está e do que ele precisa. O cliente de média renda pode ser um dia de subida renda”, disse.
Outrossim, a instituição está oferecendo primeiro a conta global de investimentos em outros países, enquanto concorrentes começaram com o cartão de crédito e a conta de pagamentos na sequência.
Banco nos EUA a todo vapor
Nos Estados Unidos, um dos mercados bancários mais competitivos do mundo, o Inter entrou em seguida comprar a fintech Usend, de remessas internacionais, em 2021. O banco já oferecia serviços uma vez que remessa e conta para os moradores do país, mas deu mais um passo no último mês e disponibilizou um cartão de crédito.
O cartão permite ter um histórico de crédito nos EUA, fundamental para imigrantes conseguirem acessar empréstimos e financiamentos. A estimativa é que muro de 2 milhões de brasileiros moram no país, ou seja, são potenciais clientes. Atualmente, o banco conta com muro de 300 milénio clientes que moram no país.
Já para invocar a atenção dos americanos, o banco conta com a experiência oferecida na plataforma para os usuários. “Apesar dos 5 ou 6 milénio bancos, os clientes dos Estados Unidos não são tão muito servidos assim. Eles enfrentam problemas para realizar remessas para outros lugares e os investimentos na bolsa com alguns cliques não são triviais. Existem as dores dos americanos e o foco do Inter é tirar a má experiência”, afirmou Menin.
Residentes de todo o território americano podem se tornar clientes do banco, mas o apelo é maior para os moradores ou viajantes na Florida, mormente nas cidades de Miami e Orlando.
Em maio, o banco recentemente relançou o seu segmento de subida renda, o Inter Prime, diminuiu os critérios para ser elegível ao programa e passou a oferecer mais benefícios. Entre eles, um combo de várias experiências com descontos ou gratuitas em Miami e Orlando, inclusive no estádio de futebol do Orlando City patrocinado pelo Inter, o Inter & Co Stadium.
Nos Estados Unidos, a meta do Inter é continuar de forma orgânica e paulatina, sem comprar negócios novos. Por enquanto, a instituição tem parcerias com outras empresas para funcionar e não tem uma licença bancária, mas a teoria é ter para poder oferecer mais produtos com o tempo.
Efeitos do governo Trump e da Lei Magnitsky
O banco procura crescer nos Estados Unidos em um momento em que a relação está tensa entre os EUA e o Brasil, mas o CEO global do Inter procurou minimizar os impactos na instituição.
“As políticas de Trump deixaram o mundo todo mais incerto, mas o Inter gera um diferencial independentemente se o mercado está pior por motivo da política do Trump, da primeira-ministra da Itália, do presidente Lula ou de qualquer presidente”, afirmou. “Obviamente ficamos atentos aos impactos importantes, mas não controlamos a eleição nos Estados Unidos e focamos no que conseguimos fazer”, disse.
A emprego da Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes, que chegou a ter cartões bloqueados, acendeu o debate sobre os riscos para as instituições financeiras brasileiras. Isso ocorre porque a legislação americana proíbe qualquer empresa de dar “suporte material” para um quidam ou entidade branco das sanções previstas na lei.
Segundo Menin, o banco está acompanhando esse tema, mas a emprego da Lei Magnitsky ao ministro não tem impacto na instituição. “A Lei Magnitsky é um tema novo para todo mundo e para o banco, que estamos acompanhando com quem tem cultura para fazer isso, a Febraban [Federação Brasileira de Bancos]. Hoje, para nós, não tem impacto nenhum, na prática”, afirmou.
“Sempre seguiremos as regras e continuaremos acompanhando esse tema, mas é difícil expressar qual é o impacto porque não sabemos. Estamos na período de comitiva”, disse.
*A repórter viajou para Miami a invitação do banco Inter.
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