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'PIBão' dos EUA põe em xeque otimismo com juros. Mas nem tudo está perdido na bolsa

'PIBão' dos EUA põe em xeque otimismo com juros. Mas nem tudo está perdido na bolsa

'PIBão' dos EUA põe em xeque otimismo com juros. Mas nem tudo está perdido na bolsa

'PIBão' dos EUA põe em xeque otimismo com juros. Mas nem tudo está perdido na bolsa

Uma boa notícia daqui e uma má notícia lá de fora marcaram as revisões das projeções para os juros nesta quinta-feira (25).

Em vez de 3,3%, a economia americana cresceu 3,8% contra o mesmo período do ano pretérito. A expectativa em Wall Street era que a leitura do oferecido permanecesse em 3,3%, logo o revés minou o otimismo dos investidores com os cortes de juros nos EUA.

  • O Ibovespa recuou 0,8%, a 145.306 pontos. Nesta semana, passou a reunir perda de 0,38%, mas, em setembro, ainda está com subida de 2,75%. Do primórdio do ano até hoje, o índice já valorizou 20,8%.

Cá no Brasil, a quinta começou com uma notícia que jogaria em prol dos alívios na Selic: o IPCA-15 (chamado de “prévia da inflação” no mercado) de setembro veio aquém do esperado. Sinal de que, mesmo sem os efeitos dos bônus de Itaipu na conta de luz, o ritmo de subida dos preços no mercado pátrio está mais controlado que o estimado.

Mas o oferecido mal teve chance de conduzir os negócios na sessão.

  • A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 saiu de 14,01% para 14,07% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
  • No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 saíram de 13,18% para 13,26% ao ano.
  • Já para janeiro de 2036, a taxa saiu de 13,40% para 13,44% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

A surpresa negativa com o “PIBão” americano contaminou os humores dos gringos, responsáveis por quase 60% do fluxo no mercado de ações brasileiras. E a revisão que mostrou uma economia muito mais potente nos EUA veio principalmente da queda das importações no período e o aumento dos gastos do consumidor além dos previstos pelos economistas.

Ambos os fenômenos, no entanto, foram acelerados no segundo trimestre pelo tarifaço anunciado por Donald Trump sobre produtos produzidos em outros países e importados por americanos.

A comoção com a novidade política do governo dos EUA estimulou as compras no mercado pátrio, mas pode não ter pretérito de um movimento de antecipação dos consumidores, movidos pelo temor de disparada dos preços. Com isso, o quadro visto no segundo trimestre pode ser em secção compensado neste terceiro trimestre se a demanda de consumo desacelerar e a produção industrial diminuir em meio ao intenso vaivém do tarifaço.

Seja lá porquê o quadro vai evoluir, o efeito das más novas sobre o gosto dos investidores estrangeiros foi inegável.

  • O Ibovespa movimentou R$ 14,4 bilhões nesta sessão, pouco aquém da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,3 bilhões.

Se, por um lado, uma economia mais potente nos EUA põe em xeque o – até logo guardado – cenário de mais dois cortes nos juros pelo Federalista Reserve (Fed, o banco médio americano) leste ano, por outro lado, afasta o quadro de estagflação (fenômeno que combina desaceleração brusca ou recessão econômica com inflação resistente a taxas de juros mais altas).

O risco de investir em títulos da dívida pública americana (chamados de Treasuries) pode até tombar com uma economia mais potente, mas a projeção de juros mais altos pressionam os retornos pagos por esses papéis, que deram vazão à secção do capital que tem saído das bolsas americanas.

  • O dólar mercantil escalou 0,7% contra o real, a R$ 5,36. Nesta semana, está com subida de 0,8% e, no mês de setembro, acumula desvalorização de 1,08%. Do início do ano até cá, a moeda dos EUA ficou 13,2% mais barata para o brasílio.

As projeções da atual formação do Fed dão conta de mais dois cortes de juros leste ano e mais um em 2026. E só.

Mas não foram só as previsões para a política monetária no pequeno prazo que dominaram as discussões dos investidores hoje.

A aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu sete pontos percentuais em um pausa de dois meses e atingiu 50%, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe. Enfim, a avaliação positiva deste procuração do petista voltou a ultrapassar a desaprovação, que ficou em 48%.

É o contrário do que os grandes investidores brasileiros querem. A torcida na Faria Lima, no Leblon e até em Wall Street é pela ingresso de um governo com um orçamento austero e mais compromissado com o controle fiscal em 2026, de maneira a controlar a escalada da dívida pública.

Por que nem tudo está perdido na bolsa do Brasil?

Ainda está longe para as eleições de 2026 e pouquíssimos especialistas ousam traçar projeções para o mercado brasílio além do primeiro trimestre do próximo ano.

Por isso, embora o fortalecimento da imagem popular de Lula e de seu governo seja um revés para o cenário pelo qual torcem os grandes investidores, um candidato de oposição ainda precisa surgir e lançar sua campanha.

E até que o resultado das urnas sejam anunciados, tudo pode suceder. “Finalmente, é o Brasil”, disseram agentes de mercado em exigência de anonimato, numa referência ao histórico de eleições presidenciais pouco previsíveis no país.

  • Mas ainda há dois outros pontos em que os investidores de bolsa podem se fiar: a mudança de comando do Fed no início do ano que vem e a perda de força do rali de Lucidez Sintético (IA) nas bolsas dos EUA.

Até o término deste ano, Trump deverá indicar um diretor para a vaga ocupada interinamente por Stephen Miran. Aliás, é preciso seguir os desdobramentos de seu embate judicial com Lisa Cook e se o presidente dos EUA conseguirá substituí-la porquê pretende.

E, em maio de 2026, chega ao término o procuração de Jerome Powell porquê presidente do Fed (embora ele possa seguir porquê diretor até 2028). Até lá, Trump já terá indicado seu sucessor, muito provavelmente alguém desempenado com os seus interesses no governo, ou seja, com uma postura mais inclinada aos alívios monetários, porquê o republicano tem pressionado Powell a fazer.

Com isso, o cenário de novos cortes nos juros nos EUA ainda pode ser retomado, o que forçaria uma desvalorização do dólar e abriria ainda mais espaço para a queda da Selic – se o cenário político não atrapalhar, evidente.

O segundo ponto é a perda de força das teses de IA nas bolsas, conforme as relações entre EUA e China estremecem e o gigante asiático ganha terreno nesse mercado. Gestores já expressam seu desconforto em remunerar os preços das ações dessas companhias de tecnologia há qualquer tempo, mas o potencial de valorização desses ativos teria obtido um limite agora.

Assim, o rali que levou os índices Nasdaq e S&P 500 a recordes recentemente parece ter chegado a um término.

Se secção desses recursos deve encontrar seu caminho para a bolsa do Brasil, o tempo vai proferir.

Mas especialistas do mercado sítio estão apostando que sim, o movimento de rotação do capital para fora dos EUA (visto no primórdio do ano) deve ser retomado e beneficiar marginalmente as ações domésticas.

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Comportamento das ações do Ibovespa em 25/9/2025

Código Nome Brecha Mínima Média Máxima Fechamento Var. %
NATU3 NATURA ON 9,04 8,97 9,15 9,35 9,18 2,34
MGLU3 MAGAZINE LUIZA ON 10,88 10,79 11,14 11,63 11,02 1,29
ABEV3 AMBEV S/A ON 12,39 12,32 12,51 12,62 12,46 0,65
PRIO3 PETRORIO ON 38,75 38,67 39,09 39,33 39,15 0,62
UGPA3 ULTRAPAR ON 21,26 21,02 21,35 21,46 21,40 0,61
SUZB3 SUZANO S.A. ON 50,02 49,69 50,12 50,68 50,24 0,58
VALE3 VALE ON 58,19 58,04 58,29 58,55 58,21 0,55
BRAP4 BRADESPAR PN 17,09 17,09 17,18 17,30 17,17 0,53
TAEE11 TAESA UNIT 36,06 36,00 36,22 36,43 36,15 0,31
KLBN11 KLABIN S/A UNT 18,24 18,07 18,18 18,28 18,20 0,17
VBBR3 VIBRA ON 24,02 23,67 23,89 24,11 24,05 0,17
CMIN3 CSN MINERACAO ON 5,33 5,28 5,32 5,37 5,33 0,00
EMBR3 EMBRAER ON 80,03 78,81 79,62 80,21 80,00 -0,12
GGBR4 GERDAU PN 16,70 16,53 16,66 16,76 16,68 -0,12
ALOS3 ALLOS ON 25,49 25,22 25,40 25,54 25,47 -0,20
ISAE4 ISA ENERGIA PN 23,83 23,68 23,79 23,91 23,77 -0,25
MBRF3 MARFRIG ON 19,80 19,15 19,50 19,89 19,67 -0,25
MULT3 MULTIPLAN ON 28,70 28,45 28,65 28,80 28,70 -0,31
ELET6 ELETROBRAS PNB 53,35 52,90 53,18 53,54 53,15 -0,39
TIMS3 TIM ON 23,07 22,80 22,88 23,07 22,90 -0,43
ENGI11 ENERGISA UNT 50,72 50,21 50,48 50,89 50,55 -0,45
IRBR3 IRBBRASIL RE ON 46,75 46,40 46,75 47,28 46,50 -0,53
IGTI11 IGUATEMI S.A UNT 24,15 23,98 24,12 24,33 24,13 -0,58
ELET3 ELETROBRAS ON 50,78 50,21 50,53 50,90 50,40 -0,59
RECV3 PETRORECSA ON 13,11 12,96 13,03 13,13 13,04 -0,61
USIM5 USIMINAS PNA 4,45 4,40 4,44 4,49 4,42 -0,67
RENT3 LOCALIZA ON 40,30 40,04 40,46 41,19 40,25 -0,74
HAPV3 HAPVIDA ON 37,23 36,60 36,86 37,23 37,01 -0,78
BBDC4 BRADESCO PN 17,70 17,52 17,65 17,82 17,57 -0,79
EQTL3 EQUATORIAL ON 36,82 36,53 36,67 36,92 36,63 -0,79
ITUB4 ITAU UNIBANCO PN 38,81 38,47 38,62 39,02 38,48 -0,80
PETR4 PETROBRAS PN 32,70 32,24 32,47 32,80 32,36 -0,80
EGIE3 ENGIE BRASIL ON 40,52 39,85 40,22 40,58 40,27 -0,81
SMFT3 SMART FIT ON 25,86 25,49 25,70 25,96 25,68 -0,81
GOAU4 GERDAU MET PN 9,61 9,48 9,53 9,63 9,52 -0,83
ITSA4 ITAUSA PN 11,34 11,25 11,31 11,41 11,29 -0,88
MOTV3 MOTIVA SA ON NM 14,85 14,67 14,77 14,96 14,67 -0,88
SLCE3 SLC AGRICOLA ON 16,60 16,42 16,49 16,69 16,45 -0,90
RAIL3 RUMO S.A. ON 15,28 15,07 15,24 15,45 15,13 -0,98
BPAC11 BTGP BANCO UNT 47,90 47,31 47,63 48,02 47,35 -1,00
ENEV3 ENEVA ON 16,50 16,25 16,33 16,50 16,35 -1,03
BBDC3 BRADESCO ON 15,16 15,00 15,06 15,21 15,01 -1,05
SANB11 SANTANDER BR UNIT 28,99 28,35 28,56 28,99 28,58 -1,07
VIVA3 VIVARA ON 28,63 28,05 28,33 28,85 28,38 -1,08
BBSE3 BB SEGURIDADE ON 32,95 32,57 32,70 33,00 32,58 -1,09
VIVT3 TELEF BRASIL ON 33,42 33,04 33,13 33,48 33,05 -1,11
CSNA3 SID NACIONAL ON 7,99 7,93 8,03 8,19 7,95 -1,12
CYRE3 CYRELA REALT ON 30,48 29,97 30,10 30,48 30,05 -1,15
FLRY3 FLEURY ON 16,17 16,01 16,11 16,25 16,05 -1,29
TOTS3 TOTVS ON 45,89 45,12 45,62 46,10 45,42 -1,30
BRAV3 BRAVA ON 18,65 18,38 18,54 18,73 18,47 -1,34
RDOR3 REDE D OR ON 41,34 40,69 40,93 41,50 40,78 -1,35
CPFE3 CPFL ENERGIA ON 39,80 39,10 39,32 39,80 39,26 -1,36
LREN3 LOJAS RENNER ON 15,89 15,71 15,92 16,17 15,72 -1,38
HYPE3 HYPERA ON 23,42 23,01 23,21 23,49 23,05 -1,41
SBSP3 SABESP ON 130,56 129,05 129,57 131,09 129,26 -1,42
BBAS3 BRASIL ON 22,17 21,73 21,90 22,17 21,79 -1,45
WEGE3 WEG ON 36,99 36,11 36,34 36,99 36,35 -1,46
DIRR3 DIRECIONAL ON 15,68 15,43 15,55 15,69 15,46 -1,53
CURY3 CURY S/A ON 33,08 32,75 32,94 33,35 32,76 -1,62
B3SA3 B3 ON 13,14 12,89 13,01 13,19 12,95 -1,67
CPLE6 COPEL PNB 12,90 12,62 12,76 12,91 12,67 -1,71
PETR3 PETROBRAS ON 35,78 35,13 35,40 36,02 35,20 -1,76
BEEF3 MINERVA ON 6,51 6,29 6,41 6,53 6,40 -1,84
AZZA3 AZZAS 2154 ON 31,50 30,82 31,11 31,50 30,91 -2,06
PSSA3 PORTO SEGURO ON 51,32 49,97 50,31 51,76 50,10 -2,13
AURE3 AUREN ON 10,63 10,29 10,42 10,64 10,40 -2,16
PCAR3 P.ACUCAR – CBD ON 4,31 4,19 4,26 4,35 4,24 -2,30
CMIG4 CEMIG PN 11,46 11,16 11,23 11,49 11,18 -2,36
CXSE3 CAIXA SEGURI ON 14,68 14,30 14,40 14,74 14,33 -2,38
CEAB3 CEA MODAS ON 17,40 16,86 17,05 17,44 17,00 -2,86
CVCB3 CVC BRASIL ON 2,01 1,96 2,00 2,02 1,96 -2,97
VAMO3 VAMOS ON 3,72 3,56 3,62 3,73 3,59 -3,49
RADL3 RAIA DROGASIL ON 18,17 17,62 17,76 18,17 17,63 -3,56
COGN3 COGNA ON 3,23 3,12 3,17 3,25 3,14 -3,68
POMO4 MARCOPOLO PN 9,52 9,07 9,17 9,52 9,14 -3,79
BRKM5 BRASKEM PNA 8,58 8,23 8,37 8,62 8,24 -4,41
YDUQ3 YDUQS PART ON 13,49 12,59 13,05 13,49 12,84 -5,17
MRVE3 MRV ON 7,87 7,44 7,58 7,87 7,46 -5,33
ASAI3 ASSAI ON 9,39 9,06 9,25 9,42 9,17 -5,37
CSAN3 COSAN ON 6,70 6,22 6,50 6,82 6,23 -7,01
RAIZ4 RAIZEN PN 1,11 1,02 1,07 1,16 1,02 -7,27

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angústia incerteza — Foto: Getty Images

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