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Ibovespa cai sob pressão de bancos, apesar de subida da Vale (VALE3)

Ibovespa cai sob pressão de bancos, apesar de subida da Vale (VALE3)

Ibovespa cai sob pressão de bancos, apesar de subida da Vale (VALE3)

Ibovespa cai sob pressão de bancos, apesar de subida da Vale (VALE3)

O Ibovespa registrou queda no primeiro pregão de outubro. O principal índice da bolsa de valores iniciou a sessão em subida, mas inverteu o sinal. A pressão veio do desempenho negativo de setores pesados na carteira teórica do indicador, em privativo o de instituições financeiras. De um lado, Itaú Unibanco (ITUB4), que compõe 8% do Ibovespa, caiu 1,81% no pregão desta quarta-feira (1), enquanto o Bradesco (BBDC4), com peso de pouco mais 4% no índice, registrou baixa de 1,70%. Os bancos são meta de uma emenda do projeto de lei do IR, a ser votado hoje, que procura remediar a perda fiscal por meio do aumento da Imposto Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de instituições com lucro anual de mais de R$ 1 bilhão.

A emenda, de autoria do deputado Claudio Cajado (PP-BA), foi assinada por outros 36 deputados de nove partidos diferentes, que vão desde o PL de Jair Bolsonaro, principal {sigla} de oposição, ao PT, base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As perdas dos bancos ofuscaram os ganhos de 1,27% das ações da Vale (VALE3). Entre os destaques positivos do pregão, as ações da Braskem (BRKM5) seguiam uma vez que a maior subida do índice, com valorização de 4,57% depois a aprovação do Cade para a verosímil venda de controle ao empresário Nelson Tanure.

  • O Ibovespa registrou queda de 0,49% nesta quarta-feira, aos 145.517 pontos. Somente em setembro, renovou o recorde oito vezes ao longo do mês.
  • No mercado de câmbio, o dólar subiu frente ao real, negociado a R$ 5,32.
  • As ações da WEG (WEGE3) também fizeram pressão sobre o Ibovespa, fechando em queda de 2,19%. Citi, Itau BBA e Bradesco BBI reduziram o preço-alvo da ação – Itaú BBA manteve recomendação de compra, enquanto o Citi cortou a indicação de “compra” para “neutra”. O BBI manteve sua avaliação neutra para a ação.

O tecido de fundo internacional das negociações da bolsa nesta quarta-feira foi “shutdown” do governo americano, iniciado depois a falta de negócio entre democratas e republicanos para ratificar o orçamento federalista. A paralisação de gastos do governo americano gera incerteza sobre a divulgação de dados econômicos importantes, uma vez que o payroll, esperado para a próxima sexta-feira.

Ou por outra, provoca a queda de títulos do Tesouro americano nesta quarta, o que beneficia classes de ativos uma vez que bolsas de valores ao volta do mundo. O título com lastro na dívida do Tesouro dos EUA com prazo de 10 anos, visto uma vez que principal do mercado, tem queda de 0,05 ponto percentual na taxa de remuneração ao ano, saindo de 4,15% para 4,10%.

Em declarações polêmicas, Donald Trump defendeu o shutdown uma vez que forma de trinchar políticas defendidas pelos democratas. Assim, o clima de incerteza pode somar volatilidade ao dólar e aos juros globais hoje.

Até porque, a depender de uma vez que as coisas se desenrolarem no restante da semana, dados de ocupação (payroll) programados para esta sexta-feira (3) deixarão de ser divulgados.

De todo modo, soubemos pela manhã a quantas anda a geração da vagas pela iniciativa privada nos Estados Unidos. Segundo a ADP, foram fechados 32 milénio postos em setembro, contrariando as expectativas de geração de empregos. O número indica uma perda de força da maior economia do mundo.

Uma desaceleração do mercado de trabalho americano reduz a pressão para que o Federalista Reserve (Fed, o banco meão americano) mantenha os juros altos por mais tempo.

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 milénio

O tema foi discutido diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes do Congresso, e as negociações envolvem ainda a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 e cortes em subsídios tributários.

Em paralelo, o governo enfrenta embates com o Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou ilícito o governo mirar exclusivamente o piso da meta fiscal e não o meio. A equipe econômica trabalha com um déficit de até R$ 31 bilhões em 2025 (murado de 0,25% do PIB).

Se fosse necessário mirar o meio da meta, seria preciso gelar mais de R$ 30 bilhões em despesas adicionais. Essas discussões aumentam a tensão em torno da política fiscal e devem ser monitoradas de perto pelo mercado.

Um tanto a ser considerado por investidores é que uma das alternativas propostas por parlamentares sobre a ressarcimento de perda de arrecadação gerada pelo projeto de lei de isenção do IR. A proposta visa expulsar a cobrança de imposto para quem ganha até R$ 5 milénio ao mês, estendendo a fita de isenção gradual até R$ 7,350. Uma das propostas de ressarcimento é aumentar a CSLL de bancos com lucros supra de R$ 1 bilhão ao ano. “Aumentar a CSLL dos bancos gera receio, pois há risco de repasse de custos”, diz Victor Saviolli, diretor-executivo da Velotax.

A medida foi proposta em uma emenda do deputado Cláudio Cajado (PP-BA). Ao mesmo tempo, a emenda amplia a fita de isenção parcial de IR de R$ 7.350 para R$ 7,590.

“Ainda é difícil precisar o desfecho, mas os sinais indicam que o mercado tende a preferir medidas que concentrem a ressarcimento em contribuintes de maior renda, por não impactarem diretamente o setor produtivo”, acrescenta Saviolli.

Analistas dizem que a medida vem em um momento quebradiço para as ações de bancos, onde a maior secção do setor já sobe 35% neste ano. Nascente é o nível da subida do Índice de Instituições Financeiras (IFNC) da B3. “Em um cenário em que o Ibovespa se encontra próximo de máximas históricas e o upside de ações de bancos parece restringido, considero originário uma correção diante dessa emenda de CSLL”, diz Anderson Bezerra, exegeta da Ticker Research.

Em universal, se houver sensação de perda de credibilidade do busto fiscal, o debate fiscal pode voltar a praticar pressão sobre os juros futuros.

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— Foto: Getty Images

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