MP escolha ao IOF é retirada de tarifa e perderá validade; tributação de investimentos não muda
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma guião nesta quarta-feira depois a Câmara dos Deputados validar a retirada o texto de tarifa do Plenário. Isso faz com que o texto não seja analisado hoje pel Senado e, assim, perde validade na véspera da meia-noite de hoje. Apresentada em junho, o pacote de medidas foi anunciado pelo ministro da Rancho, Fernando Haddad, para recompensar a perda de arrecadação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ou por outra, compensaria a aprovação do projeto de lei de isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 milénio mensais. O placar de votação em prol da retirada da MP da tarifa foi de 251 a 193.
A MP tinha concluído com a isenção dos investimentos em renda fixa, porquê LCIs e LCAs, e unificado a alíquota de Imposto de Renda sobre os investimentos, em 18% para rendimento de aplicações financeiras. Porém, na última versão do relator, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), foi retirada a alíquota sobre as letras de crédito.
As medidas estavam em vigor desde junho, mas precisavam ser analisada pelo Congresso. No caso do termo da isenção do IR para as LCIs e LCAs, passaria a valer em 2026.
O governo viveu um impasse com o Congresso às vésperas de o texto prescrever. De um lado, partidos de centro-direita, além da oposição, fecharam questão contra um parecer favorável à medida. Progressistas (PP), União Brasil e Republicanos ordenaram que seus deputados federais votassem contra no Plenário da Câmara dos Deputados. As siglas MDB e PSD orientaram contra, o que significa que deputados poderiam votar em prol sem sofrerem punições. Assim, Lula entrou em campo para negociações em clima de “tudo ou zero” – o governo até exonerou ministros ligados à centro-direita para substanciar a votação.
Segundo o ministro da Rancho, Fernando Haddad, o governo arrecadaria R$ 17 bilhões em receitas, e compensaria a perda de recursos, depois o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ser derrubado.
Com a caducidade da MP, as alíquotas de IR sobre rendimentos de aplicações em renda fixa e renda variável e as isenções voltam a ser porquê eram antes da publicação.
Frederico Fonseca, sócio do Rolim, Goulart, Cardoso Advogados, explica que com o vencimento da MP “a regra anterior volta a valer”. “A MP gera efeitos enquanto vigente e depois convertida em lei. Se prescrever, retorna ao status quo anterior, mas o Congresso pode editar alguma norma para regular os efeitos da caducidade”, acrescenta.
Ou seja, a alíquota de IR sobre proveito de capital em investimentos em renda variável, porquê ações, voltam a ser de 15%. Já para os investimentos em renda fixa voltam a ser escalonados, entre 22,5% 15%, conforme o prazo de resgate. Voltam a vale também todas as isenções previstas anteriormente, porquê LCIs, LCAs, CRIs e CRAs.
O come-cotas de fundos de investimentos voltam a ser tributados de entendimento com o perfil de investimentos do fundo. Fundos de pequeno prazo antecipam o recolhimento de Imposto de Renda semestral em 20%. Para produtos fiduciários de pequeno prazo, o come-cotas volta a ser de 15%. Antes, tudo havia sido uniformizado para 18%, conforme as regras da MP. Esta era uma preocupações da Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que representa a indústria de fundos de investimento, com o texto.
Para o economista Sérgio Vale, da MB Associados, o governo insistiu em uma medida com pontos sensíveis e “ruins de taxação de letras financeiras e de taxação de IOF”, o que gerou um prejuízo ao governo na geração do texto.
O governo, assim, deve ser obrigado a rever metas fiscais porque “não tem muitas alternativas”. Uma vez que o governo espera zerar o déficit primitivo, o limite subalterno determinado pelo Busto Fiscal é de déficit de R$ 34 bilhões. Podem possuir congelamentos, mas seguimos para ver um potente ajuste fiscal somente em 2027. Até lá vamos viver a vida de paliativo fiscal”, completa Vale. “Com o processo eleitoral se aproximando, era originário que esse estresse [em torno da votação da MP] iria intercorrer.”
Para Pedro Paulo Silveira, economista da A3S Investimentos, a caducada da MP enseja uma reação positiva no mercado porque “geraria grandes distorções sobre os investimentos em renda fixa”. A medida é enxergada com um claro refrigério pelo mercado financeiro.
Faz coro o co-diretor de investimentos e Mercado de Capitais do ANDBank, Rodolfo Tavares Fruto. O mercado, segundo ele, estava associando a MP que visava receptar pela tributação uniforme de investimentos às ofensivas eleitorais para 2026. “Gera um claro refrigério, mas ele é muito frágil porque haviam críticas amplas à medida”, completa Tavares.
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