Eletrobras (ELET3) sobe com venda da Eletronuclear e bancos veem retirada de risco das ações
A venda da participação da Eletrobras na Eletronuclear ao grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, marca o último passo de retirada de risco sobre o balanço da geradora de vontade elétrica desde que foi privatizada. Esta é a avaliação do Itaú BBA sobre a operação que envolve o pagamento de R$ 535 milhões pela totalidade das ações da Eletronuclear detidas pela Eletrobras. O movimento foi muito recebido pelo mercado porque tanto as ações ordinárias da Eletrobras quanto as preferenciais de classe B (ELET3;ELET6) sobem na bolsa de valores nesta quarta-feira (15).
As ações Eletrobras ON (ELET3) subiram 2,33%, cotadas a R$ 53,05, enquanto o papel preferencial classe B (ELET6) engatou subida de 2,75%, negociado a R$ 56,05.
Bancos entendem que o movimento é positivo porque retira a obrigação da Eletrobras de remunerar R$ 6 bilhões em garantias à Eletronuclear, ligadas à construção da usina Calheta 3, além de subscrever R$ 2,4 bilhões em debêntures. Os desembolsos estavam previstos no convenção da distribuidora com a União, concluído em fevereiro.
A saída de garantias é o grande ponto que torna o convenção atrativo para acionistas, diz o Itaú BBA. Em relatório, o banco reitera sua recomendação de compra para as ações da Eletrobras (ELET3) e afirma que a transação deve gerar “créditos tributários significativos” em relação à provisão sobre a venda da Eletronuclear, que é prevista para permanecer em R$ 7 bilhões no terceiro trimestre.
Outrossim, os dividendos da Eletrobras terão incremento de 0,4% no totalidade a ser distribuído por ação graças ao convenção. “Mesmo que seja cedo demais para estabelecer se a companhia deve remunerar dividendos extraordinários a partir do valor de venda [R$ 535 milhões]”, diz Felipe Andrade, do Itaú BBA.
O Bradesco BBI, por outro lado, mostra que a venda chegou a um valor inferior da avaliação patrimonial das ações da Eletrobras na Eletronuclear.
Segundo a estimativa dos analistas, o capital da distribuidora valia R$ 7,5 bilhões. O banco, em conversas com a Eletrobras, apurou que a companhia não terá mais nenhuma obrigação na construção de futuras usinas da Eletronuclear — essas obrigações passam para a J&F.
“Assim, o principal gatilho de subida não viria do valor da venda em si, mas do término do desconto sobre as ações da Eletrobras atribuído pelo mercado”, disse o BBI em relatório.
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