Todos os sinais apontam para menos inflação — inclusive a Petrobras

• O índice de referência da renda variável avançou 0,77%, aos 144.509 pontos. No aglomerado do mês, porém, cai 1,18%. No ano até hoje, a valorização é de 20,14%;

Das 82 ações que compõem o índice, 49 subiram, enquanto 13 caíram e 19 ficaram estáveis.

• Entre os protagonistas do pregão, as ações ordinárias da Vale subiram 1,28%, a R$ 60,90, mesmo com a queda do minério de ferro na Bolsa de Dalian, na China;
• Já as ações da Petrobras reagiram à notícia de que a estatal conseguiu a licença do Ibama para explorar Foz do Amazonas. Em seguida, a empresa anunciou redução no preço de gasolina, o que, segundo analistas, é um movimento para moderar o progressão da inflação. Os papéis ordinários caíram 0,25%, enquanto os preferenciais subiram 0,07%.

O cenário econômico global operou o pregão com um otimismo cordato, impulsionado principalmente pela expectativa de uma flexibilização nas tensões comerciais entre Washington e Pequim.

Comentários de autoridades americanas na última sexta-feira, incluindo o ex-presidente Trump e Bessent, reacenderam a esperança de um degelo nas relações, com a iminente reunião entre Trump e Xi sendo vista uma vez que um potencial catalisador positivo.

Ou por outra, Trump afirmou no termo de semana que a tarifa suplementar de 100% sobre produtos chineses “não é sustentável” e ressaltou que mantém um bom relacionamento com Xi Jinping. As declarações ajudaram a desapoquentar, ao menos por ora, as preocupações com uma escalada na guerra mercantil entre as potências.

O refrigério na percepção de risco global beneficiou moedas de mercados emergentes, entre elas o real.

• O dólar mercantil fechou em baixa de 0,63%, a R$ 5,3708. No mês, sobe 0,91%. E, no ano, fica 13,09% mais barato para o brasílico.

Risco fiscal no Brasil, de novo

Auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) reafirmaram, em parecer divulgado no termo de semana, que o governo deve perseguir o núcleo da meta fiscal, e não o limite subalterno, ao definir o contingenciamento de recursos do orçamento.

A sintoma ocorre poucos dias posteriormente o TCU suspender temporariamente a decisão que obrigava o Executivo a mirar o núcleo da meta, mantendo a indefinição até o julgamento do novo recurso pelo plenário da Golpe.

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o programa Reforma Mansão Brasil, que prevê R$ 40 bilhões em crédito para reformas e melhorias habitacionais. O pregão é visto uma vez que uma tentativa de estimular o consumo e o setor de construção social, em um movimento que também tem implicações políticas no caminho para as eleições de 2026.

O novo pacote, porém, pode gerar dúvidas adicionais sobre a trajetória das contas públicas, justamente em um momento de pressão sobre a meta fiscal.

Nesse sentido, a notícia trazida pelo Boletim Focus hoje acabou ajudando. As expectativas de inflação de 2025 a 2028 voltaram a desabar em relação à semana anterior. Ou seja, a política monetária, em patamar bastante restritivo, tem surtido efeito.

Para o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, apesar das mudanças serem marginais, se as expectativas de inflação continuarem dando sinais mais claros de convergência para a meta de 3%, isso será uma peça fundamental para que o Banco Mediano inicie o ciclo de galanteio de juros no primeiro trimestre de 2026. Lembrando que o mercado projeta uma taxa Selic de 12,25% para o final do ano que vem.

As projeções do mercado para o IPCA dos próximos anos mais a decisão da Petrobras de reduzir o preço da gasolina reforçam a percepção de que o quadro inflacionário se mostra mais benigno, fazendo os juros recuarem.

• Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Repositório Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2027 recuou de 14,125%, do ajuste anterior, para 14,105%;
• A do DI de janeiro de 2029 caiu de 13,43% a 13,37%; e a do DI de janeiro de 2031 cedeu de 13,61% para 13,565%.