O ouro uma vez que selecção às moedas tradicionais
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Já falei algumas vezes nesse espaço sobre minha crença de que o dólar americano deve estar entrando numa tendência de desvalorização que pode porfiar alguns anos. Nesse caso, os investidores precisariam variar um pouco seus investimentos ainda muito concentrados em ativos em dólar.
Depois de perder murado de 9% contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos, o DXY, o dólar parece ter restaurado qualquer fôlego recentemente. Fatores uma vez que a melhora nas projeções de propagação para a economia podem ajudar a explicar esse momento, mas as questões políticas na França e no Japão parecem ter sido determinantes para a recente fraqueza do Euro e do Iene, duas moedas importantes na constituição do DXY. Num cenário em que todas as moedas apresentam qualquer problema, o dólar aparece uma vez que aquela com menos questões, ao menos por ora.
Nesse envolvente, o ouro tem se engrandecido uma vez que uma opção de diversificação que não tem sido influenciada por essas questões político-econômicas. Pelo contrário, o contexto geopolítico e econômico tem criado uma demanda extra pelo metal, inclusive por secção dos bancos centrais.
No pretérito, durante muitos anos os bancos centrais foram vendedores de ouro, dadas as dificuldades de armazenamento e a maior crédito nas moedas fiduciárias. Isso começou a mudar na crise de 2008. Logo depois os BCs passaram a ser compradores líquidos de ouro. A tendência foi exacerbada recentemente, com o refrigeração das reservas russas em 2022.
Desde logo, bancos centrais, principalmente de países emergentes, vêm aumentando significativamente suas reservas de ouro. Porquê resultado, o metal recentemente superou o euro, se tornando a segunda maior parcela na constituição das reservas globais. Esse aumento de demanda por bancos centrais tem sido um fator determinante na atual tendência de subida nos preços da commodity.
Ao longo das últimas décadas, altas nos preços do ouro estiveram também associadas a ambientes de tensão geopolítica, receio com a inflação e fraqueza do dólar. Na dez de 2000, por exemplo, depois mais de 20 anos sem grande valorização, o ouro começou a subir na esteira do esgotamento do dólar e da subida demanda por commodities. Com a crise financeira, a demanda aumentou, enquanto os recém-criados ETFs de ouro facilitaram o entrada a investidores de varejo.
No rally recente, além da presença dos fatores supra, temos também uma maior suspeição com as moedas tradicionais, principalmente oferecido o poderoso endividamento dos governos nos países desenvolvidos e o aumento dos balanços dos bancos centrais.
Com isso, dada sua relativa escassez de oferta, o ouro passa a ser visto uma vez que porto seguro contra a erosão do valor real dessas moedas, principalmente o dólar. Caso essa visão se mostre estrutural, pode continuar sustentando uma opinião do ouro. Porém, é sempre importante lembrar que, sendo um ativo que não paga juros, e que possui difícil previsão de retorno, o ouro deve ser uma parcela reduzida na alocação de investimentos.
Nicholas McCarthy é diretor de estratégia de Investimentos do Itaú Unibanco e o e-mail é: investimentos@itau-unibanco.com.br
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