Ibovespa fecha outubro com série de cinco recordes; no ano, já são 20

Hoje, em peculiar, o mercado de trabalho brasiliano, ligeiramente supra do esperado, e os últimos resultados da temporada de balanços corporativos das empresas listadas garantiram o 20º recorde do ano, no último pregão de outubro.

• O Ibovespa avançou 0,51%, aos 149.540 pontos, pela primeira vez na história fechando nesse patamar. No mês de outubro acumulou ganhos de 2,26%. No ano, a valorização é de 24,32%.

“O movimento reflete os movimentos do juros futuros em queda e balanços corporativos positivos, em peculiar da Vale, que surpreendeu o mercado com lucro supra das projeções. Vejo que o mercado, de certa forma, mostra disposição em “fechar os olhos” para o risco fiscal no pequeno prazo e continuar surfando o bom humor global”, avalia Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.

E, de traje, a Vale movimentou o pregão posteriormente propalar que teve lucro líquido de R$ 14,6 bilhões no terceiro trimestre, subida de 9% em relação ao mesmo período do ano pretérito. Apesar do incremento, o lucro por ação veio inferior das projeções de analistas. O resultado foi impactado por custos maiores e pela ligeiro retração dos preços do minério de ferro, compensados parcialmente por um câmbio mais favorável.

As ações da mineradora subiram 2,27%, assim porquê seus pares: CSN Mineração avançou 0,66%; CSN subiu 0,85%; Usiminas teve ganhos de 1,80%; e Gerdau acumulou 1,18%.

Na direção oposta, a Petrobras recuou 0,47% nas ações ordinárias (PETR3) e 0,47% nas preferenciais (PETR4), sem préstimo no recorde do Ibovespa hoje.

Das 82 ações da carteira teórica do Ibovespa, 29 subiram e 21 caíram.

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, segundo o IBGE, levemente supra da projeção de 5,5% do consenso de mercado.

Embora o número mostre segurança em relação ao mês anterior, o oferecido reforça a leitura de um mercado de trabalho ainda aquecido, o que pode reduzir o espaço para cortes na Selic no primeiro mês de 2026.

De modo universal, o nível de ocupação segue próximo do recorde histórico, sustentando o consumo, mas também mantendo a pressão sobre os serviços.

O oferecido de desemprego um pouco supra do esperado sinaliza que o mercado de trabalho está potente e o consumo pode se sustentar, o que tende a gerar pressões inflacionárias. Nesse cenário, o Banco Médio do Brasil poderá entender que é necessária uma taxa de juros mais elevada ou mantê-la por mais tempo para sustar a inflação, o que leva os contratos de juros futuros a subir.

• As taxas curtas, que refletem as expectativas de política monetária do BC, reagiram principalmente aos números divulgados hoje, visto porquê um sinal de atividade ainda aquecida, o que reduz as chances de cortes na Selic já em janeiro. A taxa com vencimento de janeiro de 2027 saltou de 13,82%, do ajuste anterior, para 13,925%;
• As taxas longas, mais sensíveis ao cenário fiscal e extrínseco, acompanharam o movimento global de subida dos títulos americanos posteriormente as falas de Powell. A taxa do DI de janeiro de 2031 teve subida de 13,42% para 13,48%.

Lá fora, na semana, o tom foi de transição nas expectativas de política monetária. O Fed cortou a taxa básica dos Estados Unidos em 0,25 ponto, para o pausa de 3,75% e 4%, e anunciou o verosímil término do aperto quantitativo a partir de dezembro.

Apesar da leitura inicial mais suave, o oração de Jerome Powell esfriou o excitação ao substanciar que o caminho até a meta de 2% de inflação ainda está longe, o que reduziu as apostas em novos cortes neste ano. A votação dividida mostrou que o Fed continua em terreno de incerteza e isso explica a volatilidade recente no dólar.

A moeda americana trabalhou sólido. “Isso acontece porque se os juros se mantém sem queda, o dólar se valoriza, já que o capital tenderia a permanecer nos EUA. Mesmo com o real ainda entre as moedas emergentes mais resilientes do ano, a cautela fiscal interna e a pressão externa mantêm o câmbio próximo de R$ 5,40“, analisa Iarussi.

• O dólar à vista caiu 0,01%, cotado a R$ 5,3798. Na semana, caiu 0,23%. No mês, sobe 1,08%. No ano, fica murado de 12,94% mais barato.

Agora a expectativa é para a reunião do Copom na próxima semana. O consenso aponta para manutenção da Selic em 15%, mas o mercado vai olhar cada termo do enviado.

“O Banco Médio deve reconhecer a melhora no envolvente inflacionário e o tom mais previsível do exterior, mas acredito que dificilmente abrirá espaço para sinalizar cortes no pequeno prazo. O tom tende a ser equilibrado, porém vigilante, reforçando o compromisso com a ancoragem das expectativas”.