Bitcoin quebra tradição do 'Uptober' e fecha outubro no negativo, depois recorde histórico no início do mês
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A tradição do “Uptober” — sobrenome oferecido a outubro por historicamente marcar altas expressivas no mercado cripto — foi interrompida em 2025. O Bitcoin (BTC), primeira e principal representante do segmento, encerra o mês com queda de 6%, o pior desempenho para o período desde 2018, quando havia recuado 4%. O resultado negativo veio mesmo depois a cripto atingir recorde histórico supra de US$ 124 milénio logo no início do mês.
De tratado com a Bitfinex, outubro foi um “teste de nervos” para investidores. Logo depois a máxima histórica, devolveu secção dos ganhos depois novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos à China e um movimento global de aversão ao risco, amplificado por liquidações em derivativos.
O BTC chegou a tocar US$ 105 milénio na metade do mês, antes de se restabelecer parcialmente para o patamar próximo de US$ 110 milénio, nesta última semana, segundo dados da plataforma agregadora de preços Coingecko. A queda desde o recorde de preço é de 11%.
“Apesar das correções no meio do caminho, outubro ainda marcou o décimo mês positivo em treze anos para o Bitcoin, com média histórica de 20% de valorização nesse período. Historicamente, novembro é ainda mais poderoso, com média de 46% de subida”, destacam os analistas da Bitfinex, em relatório.
Flash crash e desalavancagem: “maior liquidação da história dos criptoativos”
O evento meão de outubro, segundo os analistas, foi o “flash crash” de 10 de outubro, depois o pregão de tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas. Rony Szuster, analista-chefe do Mercado Bitcoin (MB), lembra que, em menos de 24 horas, foram liquidados mais de US$ 19 bilhões em posições, derrubando o Bitcoin de murado de US$ 120 milénio para US$ 105 milénio.
“Esse incidente gerou poderoso aversão ao risco e levou o mercado para a zona de temor”, afirma.
Ana de Mattos, comentador técnica e trader parceira da Ripio, observa que o choque “expôs o excesso de alavancagem” e funcionou porquê um “reset” do mercado, eliminando posições frágeis e redistribuindo risco. “Em contraste, apesar da volatilidade, a infraestrutura DeFi se provou robusta. Os principais protocolos seguiram operando normalmente, o que mostrou maturidade do ecossistema”, aponta.
De tratado com Mattos, murado de 1,6 milhão de operadores foram afetados pelas liquidações, o que fez de outubro o maior evento de desalavancagem da história do mercado cripto, superando até a falência da exchange americana FTX, em 2022.
BC dos EUA, tarifas e ETFs: sinais mistos no termo do mês
Segundo os especialistas, o final de outubro trouxe alguma melhora no humor do mercado. O Federalista Reserve (Fed, o banco meão dos Estados Unidos) cortou os juros em 0,25 ponto percentual e anunciou o termo do aperto quantitativo (QT) a partir de dezembro, enquanto o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, resultou na redução das tarifas efetivas.
Para Szuster, esses fatores reforçam o cenário positivo. “A redução das tarifas deve pacificar a inflação e aumentar a verosimilhança de novos cortes de juros. Somado à estreia de ETFs de Solana e outras altcoins, isso cria um envolvente mais favorável para o mercado de criptoativos.”
Perspectivas para novembro: cautela, mas com viés positivo
Para Guilherme Prado, diretor regional da Bitget no Brasil, o Bitcoin encerra outubro “sob pressão”, refletindo a reprecificação global dos ativos de risco. “A frustração com o tradicional Uptober mostra que o mercado enfrenta um momento de maior seletividade e menor gosto a risco. Ainda assim, a visão estrutural permanece construtiva: a adoção institucional continua avançando, com foco em qualidade e fundamentos”, avalia.
Prado ressalta que o ETF de staking (uma espécie de renda fixa) de Solana (SOL), lançado levante mês, foi um sinal importante da diversificação institucional para além de Bitcoin e Ethereum (ETH), e que o ativo deve permanecer em consolidação entre US$ 106 milénio e US$ 113 milénio nas próximas semanas.
Já Mattos destaca que a desalavancagem forçada e o choque de crédito ainda pesam sobre o mercado, mas que os fundamentos seguem sólidos. “Stablecoins e ativos tokenizados de renda fixa (RWAs) se tornaram pilares do ciclo atual, trazendo liquidez previsível e integração crescente com o sistema financeiro tradicional.”
No cenário base, o mercado projeta novembro mais seguro e propenso à recuperação, sustentado por política monetária mais branda, fluxo em ETFs e melhora na liquidez global. O desfecho recíproco, alertam os analistas, seria uma novidade rodada de aversão ao risco caso ocorram choques externos — o que poderia gerar “novidade rodada de realização, mas também oportunidades de ingressão com preços descontados”.
Vem aí o “Moonvember“, o mês em que o Bitcoin costuma mirar a lua? A conferir.
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