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Crise nos EUA? Ibovespa passa incólume à fuga do risco e crava novo recorde

Crise nos EUA? Ibovespa passa incólume à fuga do risco e crava novo recorde

Crise nos EUA? Ibovespa passa incólume à fuga do risco e crava novo recorde

Crise nos EUA? Ibovespa passa incólume à fuga do risco e crava novo recorde
  • O Ibovespa avançou 0,17% e fechou o dia nos inéditos 150.704 pontos. Na semana, está com 0,78% de proveito e, neste ano, já subiu 25,3%.

Com o esteio das petrolíferas e dos grandes bancos, o índice cravou a sétima renovação seguida do recorde, na maior sequência de máximas desde 30 de dezembro de 1999. Não fosse pelos pesos das quedas de Vale e das siderúrgicas, a subida do Ibovespa hoje poderia ter vindo com mais folga.

  • Das 82 ações que compõem a carteira do Ibovespa atualmente, 59 valorizaram hoje.

Mas quem vê números não vê sentimento: o pânico começa a se grassar nas bolsas.

  • O giro do Ibovespa foi de R$ 15 bilhões nesta sessão, aquém da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,2 bilhões.

Esse receio nasce nos Estados Unidos.

Os índices americanos derramaram sangue na chuva, conforme a aversão ao risco dos investidores estrangeiros contagiava o mercado financeiro global em seguida presidentes do Goldman Sachs e do Morgan Stanley sugerirem que a euforia com as ações americanas acabou.

Ou, pelo menos, está muito perto do termo.

Os executivos dos bancões americanos defenderam que o extenso rali das bolsas lá fora, puxado pelas empresas de Perceptibilidade Sintético (IA), deve ser seguido por um capítulo mais racional para os investimentos. Em outras palavras, o mercado ourela um período de realização de lucros massiva em muitos setores nos EUA.

  • Mas Michael Burry, investidor famoso por prever a crise financeira de 2008 e cuja história inspirou o filme “A Grande Aposta” (The Big Short, no título original em inglês), engrossou o coro dos alarmistas: para ele – e outros -, a tese de IA são uma bolha.

E uma prestes a estourar.

Wall Street está debruçada sobre os indicadores a que tem entrada enquanto gigantes da economia dos EUA enviam novos sinais. Amazon, a rede Target e o grupo de logística UPS anunciaram demissões em tamanho que devem rematar com 60 milénio empregos ainda neste ano.

Esse novo rastro de sangue ressuscitou a grande questão: poderiam os EUA estarem a caminho de uma recessão?

Leonardo Santana, sócio da mansão de estudo Top Gain, afasta nascente cenário. Para ele, o quadro nas bolsas americanas hoje não passou de “uma correção saudável, lembrando que o mercado ainda está perto das máximas históricas, repercutindo positivamente balanços que saíram por lá.”

Ele defende que a tendência de subida nas bolsas de Novidade York ainda não mudou. Por enquanto.

Por que a provável crise nos EUA afeta a bolsa do Brasil

Inferior da risca do Equador, os mercados foram afetados pelo mau humor dos investidores estrangeiros. No Brasil, entre janeiro e outubro, eles compraram R$ 22,3 bilhões mais do que venderam das suas posições em ações no mercado secundário (de negociação entre investidores) da B3.

Porquê público que injeta o maior volume de recursos nas ações domésticas, os gringos são o motor da bolsa brasileira. Mas sua atuação é particularmente importante para o mercado em 2025 diante do desinteresse dos agentes locais pela renda variável, que por cá compete com a renda fixa num envolvente de Selic em 15% ao ano.

Por isso, sua mudança para uma postura mais defensiva hoje provocou correções e muitas bolsas. O movimento de redução dos riscos nas carteiras também engatilhou uma corrida pelo dólar americano, por sua vez anabolizado pela compra de títulos do Tesouro dos EUA (Treasury).

  • O dólar à vista subiu 0,77% e fechou o dia cotado a R$ 5,40. Na semana, o saldo é de valorização de 0,35% da moeda americana. Neste ano até cá, a mote ficou 12,64% mais barata para o brasílico.

Mas a questão-chave para a bolsa do Brasil hoje – enquanto a recessão nos EUA não passa de uma hipótese no mercado financeiro – é o horizonte dos juros.

Neste sentido, o cenário é dúbio.

  • A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 saiu de 13,89% para 13,87% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
  • No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 13,10% para 13,12% ao ano.
  • Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 13,55% para 13,62%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Na última semana, o presidente do Federalista Reserve (Fed, o banco mediano dos EUA), Jerome Powell, tentou acalmar os ânimos em Wall Street, que ignorava solenemente as divergências nas decisões de política monetária.

A falta de garantias do Fed de um novo galanteio nos juros em dezembro forçou investidores a colocarem um pé no pavimento. Seria uma pausa, não interrupção no ciclo de alívios, mas o compasso possivelmente mais lento é um desencanto para muitos.

Acontece que o banco mediano americano, diferentemente do brasílico, tem um procuração duplo. O Fed deve atuar pela segurança de preços na economia dos EUA e ocupação supremo.

Neste segundo ponto, sob os novos acenos das gigantes – e mesmo sem dados públicos, com o compelir do shutdown no governo americano – , o Fed pode ser obrigado a se comprometer com um novo galanteio nas taxas na próxima reunião.

  • Para o horizonte da Selic, isso significa que o caminho seguiria limpo. E esta pode ser a razão por trás do descolamento da bolsa brasileira hoje das estrangeiras.

“O mercado segue otimista cá à espera de um transmitido do Copom com um tom mais dovish [inclinado à flexibilização da política monetária], indicando alguma queda dos juros no horizonte”, pondera Santana.

Mas o sócio da Top Gain diz não estar muito entusiasmado para o final de ano das bolsas, um pessimismo ligado principalmente às suas perspectivas para o câmbio.

“Remessas são enviadas para fora, o que é alguma coisa sazonal, mas o potente impulso do fluxo de capital que entrou no Brasil em maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro podem levar a uma realização [de lucros] maior neste termo de ano.”

Movimento das ações do Ibovespa em 4/11/2025

Código Nome Início Mínima Média Máxima Fechamento Var. %
PCAR3 P.ACUCAR – CBD ON 3,54 3,50 3,68 3,79 3,79 6,16
VAMO3 VAMOS ON 3,18 3,18 3,24 3,35 3,35 5,02
IRBR3 IRBBRASIL RE ON 49,76 49,60 50,56 51,66 51,66 3,49
RENT3 LOCALIZA ON 39,44 39,38 40,52 40,90 40,90 3,15
KLBN11 KLABIN S/A UNT 17,98 17,95 18,46 18,65 18,51 2,95
CVCB3 CVC BRASIL ON 1,84 1,84 1,90 1,92 1,91 2,69
EGIE3 ENGIE BRASIL ON 40,20 40,12 40,86 41,36 41,36 2,63
AURE3 AUREN ON 10,80 10,76 11,02 11,15 11,11 2,59
VIVT3 TELEF BRASIL ON 32,17 31,78 32,94 33,14 33,02 2,39
TAEE11 TAESA UNIT 38,58 38,51 39,21 39,48 39,48 2,25
ABEV3 AMBEV S/A ON 12,89 12,83 13,07 13,16 13,16 1,94
SUZB3 SUZANO S.A. ON 48,55 48,47 49,31 49,68 49,41 1,77
PSSA3 PORTO SEGURO ON 48,03 47,91 48,70 48,98 48,78 1,56
LREN3 LOJAS RENNER ON 14,68 14,60 14,78 14,97 14,97 1,49
ISAE4 ISA ENERGIA PN 25,61 25,55 25,92 26,05 26,00 1,44
VIVA3 VIVARA ON 30,56 30,50 31,00 31,33 31,00 1,44
BRAV3 BRAVA ON 14,70 14,66 14,94 15,06 15,06 1,41
SLCE3 SLC AGRICOLA ON 16,10 16,09 16,37 16,49 16,33 1,37
BBSE3 BB SEGURIDADE ON 33,70 33,48 33,80 34,40 33,64 1,20
TIMS3 TIM ON 24,80 24,02 24,54 24,85 24,54 1,20
RECV3 PETRORECSA ON 12,55 12,55 12,70 12,78 12,78 1,19
ALOS3 ALLOS ON 24,97 24,80 25,12 25,26 25,25 1,12
BPAC11 BTGP BANCO UNT 48,39 48,17 48,72 49,10 49,04 1,11
CYRE3 CYRELA REALT ON 30,63 30,35 30,71 30,95 30,95 1,11
COGN3 COGNA ON 3,68 3,65 3,71 3,76 3,76 1,08
DIRR3 DIRECIONAL ON 16,80 16,74 16,95 17,09 17,08 1,07
CXSE3 CAIXA SEGURI ON 14,79 14,75 14,89 14,97 14,93 1,01
SMFT3 SMART FIT ON 24,86 24,53 24,95 25,18 25,07 1,01
PETR3 PETROBRAS ON 31,61 31,45 31,86 32,09 32,09 0,94
CPFE3 CPFL ENERGIA ON 42,70 42,46 43,02 43,33 43,08 0,89
BBAS3 BRASIL ON 21,97 21,96 22,25 22,38 22,27 0,86
IGTI11 IGUATEMI S.A UNT 24,49 24,36 24,58 24,81 24,81 0,85
PRIO3 PETRORIO ON 36,18 36,08 36,54 36,80 36,75 0,85
ELET3 ELETROBRAS ON 56,13 56,03 56,55 56,85 56,67 0,82
BEEF3 MINERVA ON 7,40 7,34 7,39 7,46 7,44 0,81
MOTV3 MOTIVA SA ON NM 16,02 15,97 16,12 16,28 16,25 0,81
CMIG4 CEMIG PN 11,43 11,41 11,54 11,61 11,55 0,79
CEAB3 CEA MODAS ON 15,75 15,72 15,93 16,16 15,98 0,76
ELET6 ELETROBRAS PNB 59,59 59,50 59,99 60,45 59,94 0,59
YDUQ3 YDUQS PART ON 13,73 13,66 13,88 13,96 13,93 0,51
PETR4 PETROBRAS PN 30,00 29,91 30,08 30,26 30,25 0,50
HAPV3 HAPVIDA ON 30,20 30,10 30,48 30,80 30,55 0,49
MGLU3 MAGAZINE LUIZA ON 8,25 8,20 8,33 8,40 8,38 0,48
AZZA3 AZZAS 2154 ON 28,23 28,10 28,55 28,89 28,38 0,46
EQTL3 EQUATORIAL ON 37,51 37,48 37,65 38,02 37,76 0,43
MRVE3 MRV ON 7,56 7,53 7,59 7,65 7,62 0,40
SANB11 SANTANDER BR UNIT 31,55 31,40 31,71 32,00 31,63 0,35
TOTS3 TOTVS ON 43,40 43,07 43,48 43,87 43,45 0,35
BBDC4 BRADESCO PN 18,31 18,20 18,37 18,49 18,40 0,31
BBDC3 BRADESCO ON 15,67 15,52 15,67 15,77 15,71 0,29
RAIL3 RUMO S.A. ON 15,52 15,49 15,67 15,89 15,65 0,26
SBSP3 SABESP ON 133,27 132,52 133,61 134,41 133,61 0,23
CURY3 CURY S/A ON 35,00 34,45 34,84 35,06 34,98 0,20
CPLE6 COPEL PNB 14,14 14,06 14,14 14,27 14,17 0,14
FLRY3 FLEURY ON 14,50 14,43 14,52 14,60 14,55 0,14
ENGI11 ENERGISA UNT 52,32 51,98 52,22 52,43 52,37 0,08
MBRF3 MARFRIG ON 17,55 17,50 17,78 18,16 17,56 0,06
UGPA3 ULTRAPAR ON 21,48 21,25 21,36 21,50 21,40 0,05
MULT3 MULTIPLAN ON 27,83 27,53 27,69 27,87 27,78 0,04
B3SA3 B3 ON 12,80 12,55 12,79 12,91 12,84 0,00
WEGE3 WEG ON 42,80 42,73 42,96 43,19 42,75 -0,12
POMO4 MARCOPOLO PN 7,24 7,05 7,16 7,27 7,23 -0,28
ITUB4 ITAU UNIBANCO PN 40,05 39,81 39,97 40,17 39,96 -0,30
RDOR3 REDE D OR ON 42,98 42,72 42,94 43,17 42,96 -0,32
NATU3 NATURA ON 9,00 8,92 9,01 9,06 9,02 -0,33
ITSA4 ITAUSA PN 11,76 11,68 11,74 11,84 11,74 -0,34
VBBR3 VIBRA ON 23,63 23,45 23,62 23,82 23,59 -0,38
ENEV3 ENEVA ON 18,75 18,65 18,72 18,84 18,71 -0,43
USIM5 USIMINAS PNA 5,49 5,42 5,48 5,55 5,51 -0,54
GOAU4 GERDAU MET PN 10,87 10,79 10,84 10,93 10,87 -0,55
ASAI3 ASSAI ON 8,46 8,36 8,46 8,55 8,48 -0,59
GGBR4 GERDAU PN 18,70 18,45 18,56 18,77 18,58 -0,69
BRKM5 BRASKEM PNA 6,62 6,47 6,54 6,62 6,60 -0,75
BRAP4 BRADESPAR PN 18,89 18,76 18,88 19,01 18,89 -0,79
VALE3 VALE ON 64,85 64,03 64,54 65,01 64,62 -1,12
HYPE3 HYPERA ON 25,64 25,28 25,38 25,80 25,30 -1,56
RADL3 RAIA DROGASIL ON 19,78 19,46 19,58 19,87 19,48 -1,77
CSNA3 SID NACIONAL ON 9,19 8,94 9,06 9,26 9,13 -1,83
CMIN3 CSN MINERACAO ON 6,07 5,96 6,02 6,10 5,97 -2,13
RAIZ4 RAIZEN PN 0,94 0,91 0,92 0,95 0,92 -2,13
CSAN3 COSAN ON 6,04 5,75 5,90 6,05 5,90 -3,12
EMBJ3 EMBRAER ON NM 84,54 83,01 84,48 87,20 84,13 -3,60

gettyimages-1327867338 Crise nos EUA? Ibovespa passa incólume à fuga do risco e crava novo recorde
tempestade perfeita — Foto: Getty Images

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