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Nubank aponta ‘custos invisíveis’ do home office e planeja volta ao gradual ao escritório

Nubank aponta ‘custos invisíveis’ do home office e planeja volta ao gradual ao escritório

O Nubank, que tinha um dos modelos de trabalho mais flexíveis do setor financeiro, com somente uma semana presencial exigida por trimestre, resolveu mudar as regras. A partir de julho de 2026, o banco vai exigir dos seus quase 9,5 milénio colaboradores dois dias presenciais por semana, subindo para três dias em 2027.

Para dar conta de receber todos, vai expandir os escritórios em São Paulo e produzir novas unidades em Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Buenos Aires (Argentina) e Washington D.C., Miami e Palo Cocuruto (as três nos Estados Unidos).

Em uma longa epístola aos funcionários, o fundador e CEO global do Nubank, David Vélez, explicou que essa não foi uma decisão fácil de tomar e disse saber que muitos não ficarão felizes. “Sabemos que esta decisão será bem-recebida por muitos de vocês. Para outros, irá gerar conturbação — mormente para aqueles que moram longe de nossos escritórios, ou para aqueles que ingressaram no Nubank por culpa da flexibilidade do trabalho remoto. Entendemos o peso desta mudança e não a tomamos levianamente.”

Ele explicou que foi feito um período de oito meses de transição paras as pessoas poderem se apropriar, haverá algumas exceções e serão criados os novos escritórios. Segundo ele, o padrão remoto tem grandes benefícios, mas “custos invisíveis”.

“Cultura não é um documento ou um conjunto de valores em uma parede — é um sistema vivo de hábitos, pujança e crédito construído através da conexão humana diária. Em um mundo prioritariamente remoto, essa pujança se esvai.”

Na segmento de inovação, Vélez afirma que pesquisas sobre o tema são claras: “oportunidades presenciais geram mais ideias, de maior qualidade e interam mais rapidamente. A originalidade não floresce em chamadas agendadas; ela emerge de interações não planejadas.”

Segundo ele, entre as empresas mais inovadoras do mundo são raras as que usam trabalho remoto. “Mais tempo presencial é um requisito para a inovação.”

Ele alega ainda que a capacidade de informação diminui drasticamente em uma feitio remota. “Sinais não verbais desaparecem, mal-entendidos se multiplicam e a multitarefa na tela reduz o foco.”

O Nubank diz que haverá um auxílio-realocação para funcionários elegíveis, mas não dá detalhes. “Reconhecemos que algumas pessoas podem não encontrar compatibilidade com o Nubank que estamos construindo. Mas insistimos para que você faça segmento desta novidade e empolgante temporada da jornada do Nubank”, diz Vélez.

Além dos escritórios mencionados, o Nubank também tem sedes em Bogotá (Colômbia) e Cidade do México (México), e “hubs de talentos” em Berlim (Alemanha), Montevidéu (Uruguai) e Durham (EUA). Vélez mora no Uruguai.

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