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Crédito privado: os setores e títulos mais recomendados para novembro

Crédito privado: os setores e títulos mais recomendados para novembro

Mesmo com a Selic mantida em 15% ao ano, novembro chega com o crédito privado firme no radar das casas de estudo. Itaú BBA, XP e BTG Pactual apontam que o investidor segue em posição privilegiada para conquistar retornos reais altos, isenção fiscal e diversificação setorial, uma combinação rara num cenário de juros persistentemente elevados.

O tecido de fundo é o mesmo que guiou o mercado ao longo do segundo semestre: inflação no foco, atividade acelerando e juros ainda pressionados, o que mantém os retornos generosos. “Mesmo que o ciclo de cortes dos juros só comece em 2026, o carrego [retorno do ativo até o seu vencimento] do crédito privado continua compensador”, diz o Itaú BBA.

As três instituições mantêm a visão de que papéis atrelados ao IPCA e CDI seguem sendo o núcleo das carteiras, com preferência por debêntures incentivadas e CRAs, instrumentos isentos de IR e com boa liquidez no mercado secundário. A seguir, as principais apostas de cada moradia.

Todos concordam que, com a Selic firme e a inflação sob controle, os retornos reais (descontando a inflação) seguem expressivos, mesmo em títulos de risco moderado. “O investidor pode colher bom rendimento, com volatilidade muito menor do que na renda variável”, resume o Itaú.

Itaú BBA: foco em infraestrutura e vigor

O Itaú reforça a tese de que o investidor pode manter papéis com vencimentos de mais longo prazo com tranquilidade, desde que o emissor seja sólido e com fluxo previsível. “A renda fixa continua sendo o eixo de sustentação das carteiras e, dentro dela, o crédito privado isento entrega um estabilidade vasqueiro entre risco e retorno”, afirma o banco.

O banco destaca que o envolvente de juros altos e inflação em queda favorece debêntures IPCA+ de duração média, entre quatro e seis anos, principalmente nos setores de infraestrutura e vigor elétrica.

Segundo o relatório, o setor elétrico segue entre os preferidos por combinar “receita contratada, insignificante risco operacional e visibilidade de caixa”, enquanto logística e saneamento oferecem retornos adicionais pela liquidez menor.

Recomendações do Itaú

Emissor Indexador Rentabilidade Vencimento
CCR (Infraestrutura) Debênture IPCA+ IPCA + 6,5% ao ano 2031
Taesa (Pujança) Debênture IPCA+ IPCA + 6,8% ao ano 2032
Copel (Pujança) Debênture IPCA+ IPCA + 6,4% ao ano 2030
Rumo (Logística) Debênture CDI+ 108% do CDI 2029
Iguá Saneamento Debênture IPCA+ IPCA + 6,7% ao ano 2033

O Itaú observa que as taxas de retornos permanecem “em níveis historicamente elevados”, principalmente nas emissões recentes de infraestrutura. O banco ressalta que as debêntures da CCR e da Taesa se destacam pela liquidez e pelo rating ressaltado, enquanto a Iguá entrega um proveito suplementar por ser um emissor de médio porte.

“Para o investidor que quer conquistar proveito real, os papéis IPCA+ de emissores com governança sólida continuam sendo a aposta meão”, conclui o relatório.

XP: proteção contra inflação e diversificação de setores

A XP adota uma visão mais pragmática: o investidor deve buscar proteção inflacionária e diversificação, sem terebrar mão da qualidade de crédito. “O cenário ainda pede cautela com prazos muito longos, mas o crédito privado continua sendo um dos melhores ativos do mercado”, aponta a equipe de renda fixa da corretora.

Entre as recomendações, o destaque é o setor agroindustrial, com emissões de empresas que combinam geração de caixa robusta e garantia real dos recebíveis. A XP ressalta, porém, que o investidor deve observar a estrutura da operação e a força dos fiadores.

Recomendações XP

Emissor Indexador Rentabilidade Vencimento
Suzano (Papel e Celulose) CPRF IPCA+ IPCA + 8% ao ano 2035
Cocal (Agroenergia) CRA Pré-fixado 13% ao ano 2031
Minerva (Agropecuária) CRA CDI+ 110% do CDI 2029
Moura Dubeux (Imobiliário) CRI CDI+ 101% do CDI 2030
Agibank (Financeiro) CDB IPCA+ IPCA + 9% ao ano 2027

A corretora destaca a CPRF da Suzano, com vencimento em 2035, porquê um dos papéis mais robustos da carteira. “É uma operação com ‘duration’ longa [prazo longo], mas o emissor tem balanço sólido e posição de caixa confortável. É um papel que combina subida rentabilidade e segurança”, diz a XP.

O CRA da Cocal, de 2031, também aparece entre os preferidos, com rentabilidade de 13% ao ano. A moradia explica que a emissão se apoia em recebíveis da produção de etanol e vigor limpa, e se beneficia da agenda de transição energética.

No setor imobiliário, a XP cita o CRI da Moura Dubeux, lastreado em vendas de empreendimentos residenciais no Nordeste. A operação é considerada “defensiva, mas com bom prêmio”, ideal para quem procura diversificação dentro do crédito privado isento.

BTG Pactual: qualidade de crédito e liquidez são prioridade

O BTG mantém o foco em emissores de subida qualidade, reforçando que o mercado de crédito privado atravessa um “momento maduro”, com retornos ainda compensadores e melhora na liquidez.

“O investidor tem hoje o luxo de escolher boas taxas sem precisar subir demais na graduação de risco”, diz o relatório do banco.

A carteira do BTG para novembro privilegia debêntures de infraestrutura e CRAs corporativos de companhias com rating ressaltado e geração de caixa previsível, principalmente nos setores de vigor e agroindústria.

O banco vê Auren e Engie porquê apostas seguras dentro do setor elétrico, pela previsibilidade do fluxo de caixa e histórico de pagamento. Já o CRA da Raízen é indicado porquê uma forma de acessar o agro com risco reduzido, enquanto o papel da JBS oferece bom retorno atrelado ao CDI, sem estirar demais o prazo.

“Nosso foco é combinar liquidez e isenção fiscal, aproveitando a janela de juros altos para travar bons retornos reais”, diz o relatório.

Recomendações do BTG

Emissor Indexador Rentabilidade Vencimento
Auren (Pujança) Debênture IPCA+ IPCA + 6,5% ao ano 2031
Raízen (Agroenergia) CRA IPCA+ IPCA + 7% ao ano 2032
JBS (Vitualhas) CRA CDI+ 109% do CDI 2030
Engie (Pujança) Debênture IPCA+ IPCA + 6,4% ao ano 2033
Rumo (Logística) Debênture IPCA+ IPCA + 6,8% ao ano 2031

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