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Risco precisa diminuir, e a diversificação, aumentar

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Risco precisa diminuir, e a diversificação, aumentar

Uma regra básica em finanças é variar os investimentos. Cá no Brasil, no entanto, é preciso ter uma cautela suplementar, tanto em aplicações de renda fixa quanto de renda variável.

Não que o desempenho dos ativos mais arriscados seja historicamente ruim. Nos últimos dez anos, por exemplo, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, rendeu muro de três pontos percentuais ao ano supra da variação do Certificado de Depósitos Interfinanceiros (CDI), o parâmetro de referência para as aplicações de renda fixa.

Para ter esse retorno, porém, o investidor teve que assumir um risco muito grande. Em dez anos houve um período, durante a pandemia, em que o Ibovespa chegou a desabar quase 40%.

Foi um resultado extremo, numa situação completamente imprevisível, e que afetou todos os ativos financeiros no mundo. Ainda assim, analisando a série completa do pausa, é provável declarar que o risco de investir na bolsa no Brasil é significativamente superior a escolher ações negociadas nos principais mercados mundiais.

O resultado é que, por cá, o retorno ajustado ao risco do investimento em renda variável é reles. Isso acontece por dois fatores principais.

Além de o sobe e desce das cotações das ações brasileiras ser muito cima, o retorno do CDI, considerado uma vez que sendo a remuneração do ativo livre de risco, é muito proeminente. Nos últimos dez anos o CDI rendeu, em média, quatro pontos percentuais ao ano supra da inflação.

Se o objetivo do investidor é prometer o poder de compra do patrimônio no longo prazo, o retorno ajustado ao risco, nesse caso, é muito cima. Isso porque, apesar de elevada, a inflação tem ficado razoavelmente inabalável, em torno de 5% ao ano.

A consequência é que uma emprego de renda fixa segura e com liquidez imediata tem proporcionado ganhos confortáveis ao longo do tempo. A diversificação, logo, parece desnecessária.

Os juros altos são, de uma certa forma, garantidos pelo atual padrão de política econômica. Hoje, o Banco Meão (BC), na prática, é o único responsável por controlar a inflação.

O BC mantém os juros altos para comandar as expectativas de inflação. E conta com a queda das projeções para o aumento de preços feita pelos especialistas do mercado financeiro.

É evidente que existem outros mecanismos de política econômica, no contexto do restante do governo, para controlar a inflação. O controle das expectativas aumentando os juros é uma secção do trabalho.

Distorção no mercado de capitais

O roupa é que essa combinação tem sido ruim para o desenvolvimento do mercado de capitais do país. Mas também nesse caso é provável ver o copo meio pleno.

Apesar da seca de novas operações de oferta inicial de ações (IPO, na {sigla} em inglês), que ocorre quando uma empresa abre o capital para a ingressão de novos acionistas, o mercado de emissões de títulos de renda fixa cresceu, o que tem reservado uma movimentação dos negócios.

Especificamente, houve uma explosão de emissões de títulos isentos de imposto de renda, na forma de debêntures incentivadas ou certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs).

Foi um fomento para a diversificação visando não remunerar imposto de renda. O problema é a possibilidade de formação de bolhas no médio prazo.

Por exemplo, hoje é geral encontrar investidores de varejo que investiram diretamente em CRIs, CRAs e debêntures incentivadas. Além da pouca noção do risco de crédito que estão assumindo, a concentração da carteira pode potencializar os prejuízos.

No atual contexto, labareda a atenção uma vez que os fundos de investimento têm sido particularmente penalizados. Além do infame “come-cotas”, a antecipação do pagamento do imposto de renda sobre os ganhos do investidor, o governo decidiu impor um imposto sobre operações financeiras (IOF) sobre aplicações em fundos do tipo VGBL para valores supra de determinado valor.

Os fundos de investimento, por sua natureza, são os veículos ideais para variar as aplicações dos investidores de varejo. E diluir os riscos.

É provável compreender um governo que tenha uma política menos favorável ao desenvolvimento do mercado financeiro. Enfim, muitas crises econômicas foram geradas a partir de especulações com a negociação de ativos.

No entanto, depois de dez anos de inflação controlada e juros altos, parece razoável seguir um outro caminho. Nessa risco, a redução do risco Brasil com um fomento à maior diversificação dos investimentos faz todo sentido.

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Marcelo d`Agosto — Foto: Arte sobre Foto

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