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Ação da Petrobras (PETR4) está faceta ou barata? Comparamos com a concorrência

Ação da Petrobras (PETR4) está faceta ou barata? Comparamos com a concorrência

Ação da Petrobras (PETR4) está faceta ou barata? Comparamos com a concorrência

Ação da Petrobras (PETR4) está faceta ou barata? Comparamos com a concorrência

Uma das maiores e mais importantes empresas de petróleo no mundo, a Petrobras (PETR4) apresentou resultados considerados positivos no terceiro trimestre, com proveito de eficiência operacional, aumento da produção e bons dividendos. Olhando para a bolsa, no entanto, é negociada com um dos menores múltiplos de preço sobre lucro (P/L) do setor, tanto em relação às gigantes globais quanto às rivais brasileiras.

Os investidores estão diante de uma oportunidade ou de um sinal de cautela?

O que é o P/L e o que ele diz sobre uma ação

O preço sobre lucro (P/L) é um dos indicadores mais usados para estimar se uma ação está faceta ou barata. Ele mostra quantos anos o investidor levaria para restaurar o valor investido com o lucro da empresa.

  • De modo universal, quanto menor o P/L, mais barata tende a ser a ação em relação ao lucro reportado pela companhia.

Um P/L grave pode indicar oportunidades, caso o mercado esteja subestimando o potencial da empresa, mas também pode sinalizar maior risco, seja por incertezas sobre o porvir, questões de governança ou resultados fracos.

Uma gigante barata na bolsa

As ações da Petrobras são negociadas atualmente a um P/L de 5,4 vezes, enquanto a média global do setor gira em torno de 16 vezes. Isso significa que, em tese, os papéis da estatal estão tapume de 65% mais baratos que os das concorrentes.

Entre as gigantes internacionais, TotalEnergies negocia a 9,8 vezes, Shell, a 15, ExxonMobil, a 16,6, e Chevron, a 21,5 vezes.

Entre as brasileiras, Petrobras fica detrás somente de Prio, que apresenta o menor múltiplo, de 3,2 vezes. PetroReconcavo negocia a 5,6 vezes, enquanto Brava tem P/L de 12,4 vezes.

P/L das petroleiras nacionais e internacionais

Empresas (códigos) Preço sobre Lucro (P/L)
Repsol (REP.MC) 17,4
PetroChina Co. Ltd. (PCCYF) 8,8
BP PLC (BP) 57,4
Shell PLC (SHEL) 15,15
TotalEnergies SE (TTE) 9,8
Chevron Corp. (CVX) 21,5
Exxon Mobil Corp. (XOM) 16,6
Prio (PRIO3) 3,17
China Petroleum & Chemical Corp. (SNPMF) 13,25
Petrobras (PETR4) 5,4
Saudi Arabian Oil Co. (2222) 17,11
PetroReconcavo (RECV3) 5,64
Brava Virilidade (BRAV3) 12,47

Lucro robusto e dividendos satisfatórios

Mesmo com desempenho operacional consistente e uma posição de liderança global em produção, a Petrobras é negociada com possante desconto.

No terceiro trimestre, a petroleira reportou lucro líquido de R$ 32,7 bilhões, com destaque para o progressão de 8% na produção totalidade e exportações recordes.

A empresa também anunciou R$ 12,2 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,94 por ação, mantendo o perfil de possante geração de caixa e remuneração aos acionistas.

Para Vitor Sousa, exegeta da Genial Investimentos, o trimestre foi sólido, impulsionado pelo desempenho do segmento de exploração e produção, responsável por sustentar a margem de rentabilidade da companhia.

“A empresa reportou resultados supra das estimativas, com recorde de produção e bom controle de custos. O fluxo de caixa livre foi pressionado pelo aumento dos investimentos, mas os aportes estão sendo direcionados ao melhor segmento da Petrobras”, diz.

Segundo Sousa, o mercado tende a escoltar com cautela o projecto estratégico de 2026–2030, previsto para o próximo dia 27, que deve detalhar novas metas de produção e alocação de capital. A Genial tem recomendação de “manter” para o papel.

Os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues, da XP, destacam que o Ebitda de US$ 11,95 bilhões superou em 5% as projeções do mercado, e que o fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE) foi sólido mesmo com aumento do investimento.

“O lucro líquido ficou 37% supra das estimativas, e o FCFE foi consistente, o que mostra que a empresa manteve eficiência mesmo com mais investimentos”, afirmam.

A XP ressalta que a dívida líquida segue controlada, inferior do limite estatutário, mas pondera que o aumento do investimento (capex) pode limitar dividendos extraordinários no pequeno prazo.

Para Gustavo Cunha, exegeta do BTG Pactual, a Petrobras entregou um trimestre ainda mais possante do que as já elevadas expectativas.

“Mesmo contrariando nossas projeções otimistas, a empresa apresentou EBITDA supra do esperado, geração de caixa sólida e dividendos que teriam superado as estimativas, não fosse a aceleração do investimento”, afirma.

Segundo Cunha, o trimestre reforçou uma vez que o ímpeto operacional da Petrobras continua se convertendo em caixa e dividendos, mesmo em um envolvente de preços do petróleo mais baixos.

“A prioridade da gestão segue sendo a preservação dos dividendos ordinários, ainda que com alavancagem um pouco maior”, destaca.

Assim uma vez que Sousa, o exegeta do BTG pondera que a cautela dos investidores deve permanecer até a divulgação do projecto de negócios 2026–2030, considerado marco fundamental para medir a sustentabilidade dos retornos ao acionista.

A diferença de rendimento em relação aos pares globais diminuiu significativamente. A Petrobras pode ter sua avaliação reavaliada se conseguir entregar dividendos tapume de cinco pontos percentuais supra dos concorrentes“, avalia Cunha.

Caso contrário, acrescenta, o apelo relativo das ações tende a enfraquecer, mesmo com múltiplos descontados.

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— Foto: Getty Images

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