A COP e os seus investimentos: tudo a ver
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Impossível que você não tenha ouvido zero sobre COP30 nos últimos dias. Mas você sabe porquê a conferência pode se refletir nos seus investimentos? É isso mesmo. A COP é mais do que um encontro entre países para discutir os impactos das mudanças climáticas. Os acordos e compromissos assumidos em Belém afetam os resultados das empresas e, consequentemente, os seus investimentos.
COP é a conferência das Nações Unidas que reúne países signatários para definir porquê eles vão enfrentar as mudanças climáticas. Durante quase duas semanas, representantes de 200 países se reúnem para determinar avanços e revisar compromissos que servem de base para políticas públicas, regulação e financiamento climatológico.
Entre os compromissos mais aguardados está o de redução das emissões de gases de efeito estufa. Por consequência, setores e indústrias terão que se apropriar a oriente novo contexto. É evidente que algumas estarão mais preparadas que outras para oriente momento. Assim, dentre os ativos na carteira do investidor, alguns sofrerão mais do que outros para executar as novas obrigações.
Ou seja, a COP guarda relação direta com a economia real e com as empresas listadas na bolsa de valores ou emissoras de títulos de dívida, porquê debêntures, certificados de recebíveis ou letras de crédito.
Desde 2024 que a COP é sobre financiamento. Ou seja, não se trata exclusivamente de discutir as mudanças climáticas, mas sim porquê será financiada a tão necessária transição para uma economia de grave carbono. E essa transição certamente gera oportunidades de investimentos, finalmente as empresas precisarão de verba para investir, seja na mitigação – ou seja, a redução das emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global – quanto a adaptação aos impactos climáticos já presentes e futuros.
Sem recursos públicos para esses investimentos, as empresas devem recorrer ao mercado de capitais para levantar esses recursos. A boa notícia é que o mercado brasiliano já dispõe de instrumentos robustos para financiar essa transição. Temos debêntures verdes e sustentáveis, CRAs, FIAGROs, FIIs e FIPEs. Também temos mecanismos porquê o blended finance, que combina capital público ou filantrópico e privado para reduzir riscos e atrair investimentos em soluções sustentáveis, porquê baseadas na natureza e bioeconomia. O próximo passo é destravar e impulsionar esses mecanismos, ampliando o leque de oportunidades para investidores que buscam rentabilidade com impacto positivo.
Além de produtos que contribuem para a diversificação dos aportes para o investidor, o mercado avança também em uma agenda de transparência, governança e proteção do investidor. Essas iniciativas aumentam a comparabilidade entre produtos, fortalecem a credibilidade e ajudam a desenvolver o mercado, criando um envolvente mais seguro para o capital fluir para ativos sustentáveis. Exemplo disso são as regras para fundos sustentáveis e que integram aspectos ASG, que identificam os fundos que se autodeclarem porquê sustentáveis.
É inquestionável que o veste de a COP ser no Brasil impulsionou a agenda das finanças sustentáveis no país. Exemplo disso é a recente aprovação da taxonomia sustentável brasileira. Porquê isso favorece o investidor? A taxonomia estabelece critérios e indicadores específicos que permitem determinar se uma atividade, projeto ou ativo contribui para a sustentabilidade do país. Com isso, ganha-se em transparência de informações e comparabilidade, facilitando a escolha por segmento das pessoas que buscam investimento com propósito.
É evidente que a COP30 consolida o papel do país nas discussões globais sobre clima e marca um novo momento para o Brasil, que pode influenciar os fluxos financeiros da próxima dez. E o mercado de capitais tem papel médio nesse movimento. Sabemos que, para além dos desafios, a transição climática abre oportunidades reais de negócios e de investimentos. E essas oportunidades são para todos os investidores.
Zeca Doherty é CEO da ANBIMA
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