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EUA derrubam tarifas recíprocas sobre moca, cacau, músculos bovina e laranja

EUA derrubam tarifas recíprocas sobre moca, cacau, músculos bovina e laranja

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira uma lista de produtos agrícolas que serão isentos das chamadas “tarifas recíprocas” impostas pelo presidente Donald Trump em abril. O pregão, que pode beneficiar o Brasil, ocorre em meio à insatisfação dos americanos com os altos preços dos provisões no país. Com a decisão, Trump derrubou as tarifas recíprocas de 10% sobre os itens, levando a taxa final sobre importações brasileiras de 50% para o suplementar de 40%, que foi estendido pelo presidente americano uma vez que punição ao Brasil por suposta “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A queda da tarifa de 10% foi confirmada ao Valor pelo secretário de Negócio e Relações Internacionais do Ministério da Lavoura, Luis Rua.

A medida entrou em vigor às 02h01 de ontem (horário de Brasília). A lista da Mansão Branca inclui os seguintes produtos:

  • Moca e chás
  • Frutas tropicais e sucos de fruta
  • Cacau e temperos
  • Bananas, laranjas e tomates
  • Mesocarpo bovina
  • Tipos de fertilizantes

Os produtos se destacam pela valimento na taxa de exportação importantes itens da taxa de exportação do Brasil para os EUA. A inflação sobre esses itens vem sendo duramente criticada nos EUA. Os preços de músculos bovina no país, por exemplo, colocou o presidente americano em embate com agricultores locais. Trump chegou a anunciar em rede social que compraria mais músculos da Argentina para resolver a crise.

  • Vale lembrar que a tarifa recíproca ao Brasil divulgada pela Mansão Branca de 10% era o piso mínimo aplicado a parceiros comerciais dos Estados Unidos em abril, quando Trump anunciou o tarifaço universal. Posteriormente, Trump anunciou as tarifas adicionais de 40%.

As isenções reduzirão as tarifas comerciais sobre essas commodities agrícolas que, segundo a Mansão Branca, não podem ser produzidas em quantidade suficiente nos EUA para atender à demanda interna.

“Em seguida considerar informações e recomendações, o status das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda doméstica atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzir certos bens, entre outros fatores, determinei que é necessário e oportuno modificar ainda mais o escopo dos produtos jeitos às tarifas recíprocas”, afirmou Trump no decreto divulgado pela Mansão Branca.

O representante mercantil dos EUA, Jamieson Greer, antecipou o projecto de isentar produtos agrícolas das tarifas recíprocas em entrevista nesta sexta-feira, afirmando que a medida se encaixa na estratégia mercantil mais ampla da Mansão Branca. Nos últimos dias, Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já haviam sugerido que poderiam trinchar as taxas cobradas de produtos uma vez que o moca.

“Agora é o momento para liberar alguns desses itens que o presidente disse que iria liberar”, afirmou Greer. “Isso é um desdobramento procedente exatamente do que o presidente sinalizou, e é isso que ele está fazendo hoje”.

Progresso nas negociações do Brasil

Nesta sexta, a Mansão Branca afirmou que o ajuste das tarifas veio depois “o progresso sumarento em negociações comerciais recíprocas”. Os EUA listaram nove acordos comerciais para subtrair as tarifas, dois de negociação mercantil recíproca e mais dois acordos de investimentos nos Estados Unidos. A lista permitiu que Trump reavaliasse o alcance e escopo das tarifas, seguindo a demanda dos americanos por “certos produtos”.

Desde a imposição da “tarifa punitiva” sobre o Brasil e das várias críticas do presidente americano ao julgamento de Bolsonaro, os dois países se aproximaram. Trump se encontrou brevemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos bastidores da Plenário Universal da ONU e anunciou, em seu exposição, que os dois teriam uma reunião para discutir as relações comerciais.

O encontro ocorreu no término de outubro, na Malásia, e abriu caminho para negociações conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio. Ontem, os dois se encontraram em paralelo à reunião do G7, no Canadá, para discutir uma redução das tarifas dos EUA sobre o Brasil.

Em seguida a reunião, Vieira disse que Rubio acenou com a possibilidade de um convenção provisório entre os dois países, que poderia ser fechado até o término de novembro ou o início de dezembro. No entanto, o chanceler brasiliano não deu detalhes sobre que medidas seriam incluídas nesse pacto temporário.

A isenção sobre produtos agrícolas foi anunciada depois o governo dos EUA ter fechado acordos comerciais com Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala, com redução de tarifas para certos produtos desses países.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo rela do Valor Econômico*

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