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Em 2026, Ágora está de olho nas 'vacas leiteiras' da bolsa; veja quem são as apostas

Em 2026, Ágora está de olho nas 'vacas leiteiras' da bolsa; veja quem são as apostas

Com os olhos em 2026, investidores buscam abrigo contra a volatilidade extra na bolsa brasileira esperada para o ano eleitoral. Para a Ágora Investimentos, a estratégia vencedora passa pela seletividade em uma carteira composta por empresas resilientes, enquanto o mercado monitora de perto a prudência fiscal e a credibilidade da política econômica brasileira.

A corretora destaca, ainda, o foco em empresas defensivas no primeiro semestre e setores beneficiados pela queda de juros à medida que a Selic avança para níveis mais baixos.

Neste cenário, a morada de investimentos do Bradesco mantém a preferência por ações de empresas pagadoras de dividendos. O argumento para isto é que, na visão da Ágora, os dividendos são a melhor relação entre risco e retorno atualmente, considerando os valuations (avaliação do mercado de quanto vale a empresa inteira refletido no preço das ações) descontados e a recorrência de renda.

Por outro lado, de olho na trajetória de queda de juros, as “Small Caps” (menor valor de mercado) e de setores cíclicos também devem imaginar o portfólio daqueles que buscam aumentar o beta (perfil de risco) da carteira.

Para 2026, os setores financeiro, de serviços essenciais (utilities) e telecomunicações devem reafirmar sua resiliência. Mesmo com a corrida por antecipação de dividendos no termo de 2025 e a novidade taxação sobre rendas elevadas, esses segmentos tendem a manter resultados sólidos e políticas atrativas de remuneração ao acionista.

No setor bancário, a Ágora projeta que o BTG Pactual (BPAC11) seja a maior beneficiada com o ciclo de queda de juros entre as pares do segmento, sustentada por um histórico de possante Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) em diferentes ciclos econômicos.

Já no setor elétrico, as oportunidades estão entre as geradoras. As preferências são por:

  • Axia Vigor (AXIA6), maior geradora de robustez (renovável) da América Latina, com significativo potencial de valorização em função do aumento dos preços da eletricidade no Brasil, dada a sua grande quantidade de capacidade não contratada que pode ser gradualmente vendida a preços mais altos;
  • Eneva (ENEV3), geradora de robustez térmica, que deve ser uma das principais desenvolvedoras da necessária novidade capacidade térmica no Brasil.

No radar das ações sensíveis ao ciclo de juros, ainda há cautela com o varejo, que enfrenta ventos contrários com a desaceleração da atividade econômica, o que pode pressionar o lucro das empresas no pequeno prazo. O mercado agora foca no desempenho do quarto trimestre e na expectativa de cortes de juros, previstas para o início de 2026. Apesar disso, a morada de investimentos também possui um olhar para o segmento, também mais seletivo, porquê outras corretoras.

construção social mantém o otimismo depois um 2025 considerado pomposo. O destaque vai para o segmento de baixa renda, impulsionado pelo fortalecimento do programa Minha Lar, Minha Vida (MCMV). Com a expansão do orçamento do FGTS para R$ 160 bilhões e subsídios adicionais, a demanda e as margens devem permanecer saudáveis.

Nas commodities, a visão é mista. Para minério de ferro e ouro é positiva com projeção que o minério se sustente próximo a US$ 100/tonelada em 2026, com a demanda da Índia e do Sudeste Asiático compensando a fraqueza imobiliária na China —, o que favorece as ações de uma das maiores vacas leiteiras da bolsa, a Vale (VALE3), que segue “simpático a longo prazo”, segundo a Ágora.

Para petróleo, porém, a visão é mais cautelosa. Com um excedente global projetado de 2 a 3 milhões de barris por dia, o Brent pode recuar para a morada dos US$ 50. Diante disso, a recomendação é focar em infraestrutura e distribuição, porquê a Vibra (VBBR3). No setor de exploração, a PRIO (PRIO3) é a escolha oferecido seu potencial de propagação de produção e geração de caixa, enquanto a Petrobras (PETR4) permanece porquê selecção focada em dividendos e potencial reclassificação de múltiplos.

Principais recomendações da Ágora para 2026

Empresa Setor Tese de Investimento (Principais Catalisadores)
Nubank Financeiro IA impulsionando empréstimos e reduzindo provisões; eminente propagação.
ABC Brasil Financeiro Postura cautelosa em 2025 abre espaço para aceleração em 2026.
Cyrela Construção Social Valuation descontado (P/L < 6x) e sólida geração de caixa.
Direcional Construção Social Foco em baixa renda, subida qualidade e bons dividendos.
Axia Utilities Capacidade de robustez exposta à potencial subida nos preços de mercado.
ENEVA Utilities Novidade capacidade térmica e leilões de robustez previstos até março/2026.
Vale Materiais Minério em subida, custos menores e exposição estratégica ao cobre.
Aura Minerals Materiais Poderoso produção e subida sensibilidade à valorização do ouro.
Vibra Óleo & Gás Beneficiada por juros menores e melhora na distribuição de combustíveis.
OceanPact Óleo & Gás Ciclo de investimentos encerrado; foco em caixa e dividendos elevados.
JBS Agro Diversificação global e desconto de 18% em relação à Tyson.
3tentos Agro / Vitualhas Projecto de investimentos maduro com projeção de +23% no EBITDA.
RD Saúde Saúde Resultados fortes no pequeno prazo e P/L (23x) inferior do histórico (30x).
Mater Dei Saúde Momento operacional positivo e valuation atrativo (10x P/L).
Cogna Instrução Melhora no ticket médio e captação; negociando a 7,5x P/L.
Vitru Instrução Desconto significativo (5,5x P/L) e robusta geração de caixa.
Localiza Aluguel de Carros Aluguéis mais caros, custos sob controle e desfavor controlada.
Intelbras TMT Liderança em segurança e hardware; negociando a somente 7x P/L.
Ecorodovias Concessões Incremento de tráfico e eficiência operacional com TIR elevada.
Marcopolo Bens de Capital Retornos elevados, dividendos atrativos e P/L de 6x.
Grupo SBF Varejo Recuperação do setor esportivo (Centauro/Nike) com P/L de 7x.

Segundo a Ágora, o câmbio tende a manter volatilidade, mas o Real deve se beneficiar do dólar estruturalmente mais fraco, finalizando em R$ 5,50 ao termo do ano. A morada destaca que esse recuo da lema norte-americana ocorre mesmo tempo em que os mercados acionários dos Estados Unidos operam em máximas históricas, elevando riscos de uma correção tática, mormente diante de lucros corporativos mais fracos e múltiplos já elevados.

“A conjunção desses fatores favorece, em boa medida, mercados emergentes com fundamentos sólidos e ciclos monetários ainda restritivos, sendo oriente o caso brasílico”, diz o relatório.

Já a Selic deve terminar o ano em 12% na projeção da morada, com a inflação convergindo para 4%.

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