Seu paixão é o que a minha vaidade quer
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Semanas detrás li sobre o caso de Anne, uma decoradora de interiores francesa, que perdeu mais de R$ 5 milhões por confiar que estava tendo um affair com Brad Pitt. Se eu não tivesse lido essa notícia no portal do G1, teria certeza tratar-se de uma fake news daquelas, tamanha bizarrice do causo.
Para reunir mais de um ano e meio do golpe – evidente, era um golpe – tudo começou quando Anne recebeu uma mensagem em seu Instagram de alguém se passando por mãe de Brad Pitt e depois de comprar a crédito da mulher, outra conta começou a se conversar com ela. Dessa vez, seria o próprio galã que iniciava a abordagem e a coisa deu início.
A suposta dificuldade financeira do ator se dava pelo frigoríficação dos bens por conta do divórcio com Angelina Jolie. Os golpistas usaram de lucidez sintético para simular conversas, imagens e vídeos pedindo moeda para um tratamento renal do planeta do cinema. Vai vendo.
Anne foi vítima de golpistas equipados tecnologicamente em mais um clássico romance “scams” que, porquê muitos golpes, tem uma combinação de carência emocional, falta de conhecimento sobre engenharia social e idealização do resultado perfeito.
Ela aparentemente buscava uma conexão afetiva e estava emocionalmente ocasião a um romance. Pessoas que se sentem solitárias ou isoladas podem ser mais suscetíveis a confiar em promessas românticas, mesmo que sejam inverossímeis. Tirando o romance do enredo, são essas mesmas questões que se observam em vítimas de golpes de outra natureza.
Outro paisagem bastante generalidade – nesse caso e em outros – é a vontade de confiar que o que está sendo oferecido é verdade. Quando surgem sinais de que alguma coisa não faz sentido há uma dissonância cognitiva que faz com que a vítima busque racionalizar e justificar a incoerência da coisa a qualquer dispêndio. Fica difícil comportar que deu ruim quando se quer confiar que vai dar evidente.
Não se pode descartar o indumentária de os golpistas serem campeões em gerar narrativas emocionais intensas, fazendo com que a vítima reaja sentimentalmente em vez de questionar racionalmente a situação. Coisa de cinema mesmo, digno de Oscar, mas longe de ser ficção. A sensação sentida por Anne, de que alguém famoso a escolheu, reforça a autoestima e a fez se sentir privativo, dificultando o rompimento da ilusão.
Isso aconteceu também com uma das vítimas do Golpista do Tinder – que se passava por um magnata do ramo dos diamantes, conquistava mulheres na internet e roubava milhões de dólares delas. Ela declarou no documentário sobre o caso que “no fundo sabia que não era real, mas ela queria confiar que era.”
Coligado a isso, pessoas que não têm privança com golpes on-line podem ser mais propensas a confiar na esmola generosa demais. Pessoas que não conhecem as técnicas de engenharia social utilizadas por scammers (ou golpistas) podem não perceber alguns sinais de alerta porquê informação exclusivamente feita por meios digitais, recusa em fazer videochamadas, pedidos financeiros com justificativas duvidosas e por aí vai.
Embora saibamos de tudo isso e muito mais a saudação de golpes, esquemas e picaretagens, a lucidez sintético tem dificultado diferenciar o que é indumentária e fake. Tem horas que fica muito difícil não se tornar vítima de um deles. Seja pela tecnologia, pela engenharia social, pela carência emocional ou pelo paixão inventado que a nossa vaidade quer.
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