Raízen (RAIZ4): com prejuízo e sem dividendos, vale a pena comprar a ação?
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A Raízen (RAIZ4), gigante do setor de açúcar, etanol e distribuição de combustíveis, não pretende partilhar dividendos aos acionistas, afirmaram os executivos da empresa hoje (17). A decisão ocorre em meio ao processo de redução do endividamento, que passa por incisão de custos, venda de ativos e otimização dos investimentos (capex).
A mensagem foi passada durante teleconferência para comentar os resultados financeiros da companhia no quatro trimestre 2024.
Segundo o balanço da Raízen, o endividamento líquido avançou 22,5% no aglomerado de nove meses, para R$ 38,6 bilhões. A empresa registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/25, de outubro a dezembro. No mesmo período da safra anterior, a empresa reportou lucro de R$ 793,3 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, desabono e amortização (Ebitda) ajustado caiu 20,5%, para R$ 3,1 bilhões. O resultado ficou 7% aquém das estimativas do Itaú BBA e 13% aquém do consenso do mercado.
A receita líquida, por sua vez, cresceu 14,3% na mesma base de verificação, para R$ 66,9 bilhões. O dispêndio de produção e vendas somou R$ 64 bilhões, aumento de 18,5%.
Os analistas do Itaú BBA, Monique Martins Greco Natal, Bruna Amorim, e Eric de Mello, escrevem desde novembro de 2024, a empresa passou por transições de liderança e uma mudança estratégica para aumentar o valor para os acionistas e otimizar sua estrutura de capital. Todavia, as atuais fraquezas evidenciadas no balanço e a visibilidade limitada sobre os processos de recuperação e desalavancagem podem prejudicar o otimismo dos investidores de limitado prazo.
Eles pontuam que a dívida líquida, por exemplo, que subiu para R$ 38,6 bilhões, perante R$ 35,9 bilhões no trimestre anterior, deveu-se principalmente ao maior consumo de capital de giro, à desfecho de certos investimentos em expansão e projetos e à sazonalidade da safra.
“A longo prazo, acreditamos que a história oferece uma proposta intrigante de risco-recompensa devido aos resultados potenciais de seu processo de recuperação recém-iniciado”.
O Itaú BBA reitera recomendação outperform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 4,50.
Além do cima nível de despesas, os resultados da companhia, uma joint venture entre a Cosan (CSAN3) e a petrolífera britânica Shell, foram fortemente impactados pelas condições climáticas adversas e, principalmente, pelas queimadas que ocorreram em agosto do ano pretérito, no Meio-Oeste e Sudeste, afetando a quantidade e qualidade da cana.
A companhia informou que mais de 6 milhões de toneladas de cana própria e de fornecedores da Raízen foram afetadas pela ocorrência de queimadas. A queda na qualidade da cana prejudicou a produção de açúcar, compensada por um aumento proporcional na produção de etanol.
No pregão desta segunda-feira, o papel fechou em potente subida de 4,5%, cotado a R$ 1,85.
*Com informações de Nayara Figueiredo, do Valor Econômico
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