Banco do Brasil (BBAS3): vale comprar as ações depois resultado do 4º trimestre?

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou ontem (19), depois o fechamento do pregão, um lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no quarto trimestre de 2024. O valor representa uma subida de 1,5% em relação a igual período do ano anterior. No ano, o proveito foi de R$ 38 bilhões, progresso de 6,6%, em confrontação a 2023. Para analistas, apesar do pouco progresso do lucro, o resultado foi positivo e demonstra um propagação e evolução.

As ações, no entanto, não devem ter uma movimentação muito potente hoje por conta do balanço, uma vez que não houve nenhuma surpresa muito grande no que foi reportado.

Para Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX Invest, o Banco do Brasil “entregou tudo dentro das projeções e, portanto, o resultado deve ser muito recebido pelo mercado”. Para ele, os principais destaques foram o comportamento da inadimplência, que deu sinais de estar sob controle, e a distribuição de dividendos ainda potente.

João Tonello, exegeta CPNI do Benndorf Research, concorda que a inadimplência controlada foi um ponto positivo. Ele ainda destaca, ainda, que o resultado do quarto trimestre mostrou uma evolução principalmente na margem financeira, com redução na despesa com provisão, e no propagação da carteira de crédito.

“A carteira de crédito do banco cresceu impulsionada principalmente pelo setor agro e pelo segmento de pessoa jurídica, apresentando uma boa evolução. Esse propagação contrasta com os desafios enfrentados pelo Itaú e pelo Bradesco nesse quesito, demonstrando um desempenho sólido do Banco do Brasil”, afirma Tonello.

Os especialistas apontam, no entanto, que o banco ficou mais conservador em suas projeções para 2025. Isso não é, no entanto, uma particularidade do BB. Itaú e Santander também mostraram previsões mais contidas, justamente pelas indicações de que a economia desacelere um pouco neste ano.

“O lucro líquido, no pior dos cenários, cai 2%, o que ainda é uma previsão muito conservadora, e no melhor cenário cresce 8%. Logo, é um número muito bom. Quanto aos dividendos, se não tiver mal comportamento de inadimplência, o que parece que não terá, eles têm possibilidade de manter o pagamento de 45% do lucro em proventos. É um número muito bom, saudável”, diz Saravalle.

Tonello destaca, no entanto, que o banco deixou simples que buscará mais eficiência operacional e controle de despesas no ano que vem. “Eles adotaram um tom mais conservador, mas realista”, diz.

Por termo, um outro ponto positivo, segundo Saravalle, é que os bons resultados do banco ajudam a mitigar eventuais preocupações com “ingerência política”, uma vez que trata-se de uma empresa estatal.

E as ações? É hora de comprar?

Segundo os analistas, o resultado deve ser muito recebido, mas pode não ser capaz de gerar uma movimentação brusca das ações do banco no pregão de hoje, já que não trouxe nenhuma surpresa.

Segundo Tonello, é provável, inclusive, ver uma realização de lucro (ou seja, investidores que compraram as ações há um tempo e vão vender agora para embolsar o que ganharam com a subida do papel).

“As ações devem terebrar com um espaço para subida, mas eu não compraria por motivo do resultado. Mas segue sendo uma boa selecção entre os bancos”, afirma Tonello.

Para Saravalle, a reação ao resultado nas ações deve ser “de neutra a levemente positiva”. De todo modo, ele ainda acredita que os papéis são uma boa opção, principalmente por conta das previsões de distribuição de dividendos.