Opinião – Porquê suportar a jornada de 'poupador' para 'investidor'
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Exchange Traded Fund (ETF), fundo de investimentos negociado em bolsa de valores, foi lançado em 1990 no Canadá e chegou aos Estados Unidos em 1993. Posteriormente anos de progresso moderado, ele firmou sua trajetória de incremento exponencial a partir de 2017.
Os ETFs consolidaram-se uma vez que um dos instrumentos mais eficientes para implementar uma estratégia de gestão que combina retorno, dispêndio competitivo, liquidez e transparência. Eles disponibilizam características de soluções de investimento, anteriormente acessíveis unicamente para investidores profissionais, a qualquer perfil de cliente.
Um exemplo do impacto no dispêndio de gestão dos clientes é um número recém-divulgado pela BlackRock: a traço de produtos iShares, que gerencia a oferta de ETFs da BlackRock, gerou, entre 2015 e 2024, uma economia de USD 630 milhões em taxas de gestão para os clientes.
Porquê esperado, o investidor profissional já conhece muito os benefícios de utilização dos ETFs — não à toa, eles representam mais de 70% do volume de ETFs no mercado brasílio.
No ano pretérito, comemoramos o 20º natalício do lançamento do primeiro ETF no Brasil. Cá, o segmento apresenta o mesmo progresso exponencial observado no mercado americano: de 25 milénio investidores em 2017, já são mais de 500 milénio atualmente, segundo dados da B3.
O número parece significativo, mas não reflete a dimensão da oportunidade: unicamente 10% dos tapume de 5 milhões de investidores pessoas físicas de renda variável na Bolsa possuem ETFs. Ao mesmo tempo, os ETFs somam unicamente R$ 50 bilhões em ativos sob gestão, enquanto a indústria de fundos de investimento ultrapassa R$ 9 trilhões.
O mercado brasílio conta com uma ampla oferta de ETFs, com exposição a ativos tanto no mercado lugar quanto no internacional (neste caso, os BDRs de ETFs), cobrindo classes de ativos que vão desde as tradicionais ações e renda fixa até bitcoins e outras moedas digitais.
Atualmente, a regulamentação brasileira permite unicamente ETFs passivos, que acompanham qualquer índice ou estratégia definida. A evolução procedente é o desenvolvimento dos ETFs ativos, mas essa é uma conversa para outro momento. O importante, agora, é entender que o cliente tem à sua disposição uma grade de produtos ampla e diversificada, capaz de atender seus objetivos e perfil de risco.
A combinação da eficiência dos ETFs na implementação de estratégias de gestão, uma ampla oferta e a baixa penetração no mercado representam uma oportunidade de incremento enorme. Para destravar esse potencial, são necessárias ações que combinem ensino financeira, modelos de remuneração para assessores de investimentos e melhoria da experiência do cliente.
Ensino financeira: o conhecimento indispensável de finanças e planejamento é forçoso para que as pessoas tomem as rédeas da sua vida financeira e estejam preparadas para interagir de maneira mais eficiente com os diversos elementos deste mercado. O assessor de investimentos deve ter a capacidade técnica de entender as necessidades e objetivos dos seus clientes, o perfil de risco, os produtos financeiros mais adequados e, não menos importante, a melhor forma de implementar a estratégia de gestão.
Remuneração do assessor de investimentos: a remuneração pelo serviço de assessoria pode ser dividida em duas grandes categorias: commission-based, no qual o assessor recebe uma percentagem pelos produtos vendidos; e fee-based, em que é cobrado um valor fixo pelo serviço.
A Solução 179, recentemente aprovada pela Percentagem de Valores Mobiliários (CVM) e também conhecida uma vez que “Solução da Transparência”, trouxe a expectativa de que o protótipo fee-based cresça mais rapidamente que o commission-based. O mercado norte-americano é um exemplo do potencial: por lá, mais de 50% dos clientes possuem um relacionamento fundamentado no protótipo fee-based, que já representa tapume de 70% da receita totalidade dos assessores.
A combinação dos principais atributos dos ETFs (preço, liquidez e transparência) os coloca uma vez que pilares do protótipo fee-based, visto que, principalmente devido ao ordinário dispêndio, eles proporcionam maior competitividade para o assessor definir o valor de seus serviços.
Experiência: o cliente pode facilmente investir em um ETF por meio de seu banco ou corretora, mas nem sempre conseguirá identificar, dentre dezenas ou até centenas de opções, o resultado que melhor atende às suas necessidades e está desempenado aos seus objetivos de risco. Até mesmo os nomes dos ETFs, muitas vezes combinações de siglas, podem gerar barreiras e instabilidade no investidor menos experiente.
Nesse contexto, surgem os chamados Model Portfolios. Embora o termo seja em inglês, a teoria é simples: em vez de calcular dezenas ou centenas de produtos individualmente, o cliente ou assessor de investimentos pode utilizar um portfólio montado por uma equipe especializada. O Model Portfolio define quais produtos devem ser comprados, de contrato com os objetivos e o perfil de risco de cada cliente.
Um Model Portfolio pode incluir diversos ETFs e até mesmo outros tipos de ativos, uma vez que ações, títulos públicos e privados, entre outros. Dependendo dos objetivos, o cliente pode optar por receber mais de um Model Portfolio, combinando diferentes metas e perfis de risco. Esses portfólios são uma evolução procedente dos ETFs: no mercado americano, 40% dos ETFs adquiridos por pessoas físicas são comprados por meio desse protótipo, segundo pesquisa da BlackRock.
Os pilares para o desenvolvimento da indústria de ETFs já estão construídos e continuam a se desenvolver no Brasil. Agora, é forçoso intensificar esse incremento e transmitir à população a valimento de gerir sua vida financeira de forma eficiente, utilizando os instrumentos mais adequados e alinhados ao seu gosto de risco para atingir seus objetivos.
*Bruno Barino é CEO da BlackRock no Brasil
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