Dólar registra a terceira semana de queda na presença de o real

Ao final dos negócios a moeda americana avançava 0,73% e era cotada a R$ 5,72, perto das máximas da sessão. A subida foi mais intensa do que a da mote lá fora. Na semana, o câmbio desvalorizou 0,46%

Bruno Shahini, profissional em investimentos da Nomad, aponta que a sessão de hoje foi marcada pela perenidade do sentimento de aversão ao risco no exterior.

“A incerteza em relação ao cenário macroeconômico, gerada pelas políticas tarifárias implementadas pelo presidente Trump e pelas possíveis medidas retaliatórias dos países afetados, segue impactando negativamente o humor dos mercados internacionais”.

Na carência de catalisadores positivos na sessão, o real acompanhou o tom dos mercados externos, nos quais o dólar se fortaleceu, mormente frente às moedas emergentes. “O movimento de subida de hoje reflete também ajustes técnicos de posições locais”, conclui o comentador.

Para Elson Gusmão, diretor de operações da corretora Ourominas, dois fatores ajudam no movimento de recuperação da mote: o primeiro é a sinalização do presidente do banco medial americano, Jerome Powell, de que as taxas de juros podem permanecer mais altas por um período maior do que o mercado previa, o que faz com que o dólar ganhe força globalmente.

Ou por outra, um projeto do orçamento ratificado ontem pelo Congresso pátrio, que sugere um superávit de R$ 15 bilhões, é visto uma vez que exagerado pelo mercado. “Os investidores acreditam que esse número não será conseguido.”

Ontem (20), os investidores digeriram as decisões sobre juros mundo afora. Nos EUA, a manutenção da taxa de juros no mesmo patamar e o oração “menos pessimista” de Jerome Powell, presidente do Fed, gerou certa suspeição. Mormente porque os investidores seguem temerosos a saudação dos efeitos da política tarifária de Donald Trump na economia. Enfim, a expectativa é que a inflação suba e não só de forma pontual, uma vez que sugeriu Powell. O dólar subiu 0,50% e encerrou o dia cotado a R$ 5,68.