Investimento no exterior pode turbinar 'poupança' para aposentadoria; veja onde investir
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Com a desfavor da moeda brasileira e a inflação no país, investir no exterior pode ajudar quem está poupando para a aposentadoria. Para especialistas ouvidos pelo Valor Investe, incluir ativos internacionais na constituição da carteira previdenciária pode ajudar a manter o poder de compra, além de mitigar riscos e fortalecer ganhos.
A estratégia é “eficiente” na hora de minimizar danos já que o investidor cria uma proteção em relação à desvalorização cambial”, explica Claudia Yoshinaga, coordenadora do Meio de Estudos em Finanças da Fundaçao Getúlio Vargas (FGV).
Segundo estudo do Meio de Estudos e Finanças da Instauração Getúlio Vargas (FGV), qualquer estrato de renda socioeconômica no país tem uma exposição à variação cambial no componente de inflação, podendo ser de murado de 15%, a depender da renda. Isso porque diversos produtos da cesta de consumo dos brasileiros, uma vez que vitualhas e combustíveis, são atrelados ao dólar, gerando impacto da variação para a população.
Por isso, além de proteger da inflação lugar e da desvalorização cambial, o investimento no exterior reduz o impacto de questões macroeconômicas do país, uma vez que instabilidade política, volatilidade cambial, além de possibilitar acessar setores diferentes.
“O investidor terá uma proteção contra o risco cambial e isso pode servir para quem deseja ter um porvir gasto em moeda estrangeira, uma vez que pensar em fazer viagem ou estudar no exterior, ou mesmo para quem vive no Brasil, porque se protege de variação de preços de diversos produtos”, explica Yoshinaga.
Quanto da carteira deve estar no exterior?
Os murado de 15% de exposição à ‘inflação do dólar’ podem ser uma referência para os investimentos no exterior, “uma vez que um valor mínimo para se proteger de variação cambial já estando no Brasil, podendo, inclusive, ser uma porção maior do patrimônio, dependendo do planejamento financeiro”, diz.
No entanto, esse percentual vai variar de concordância com perfil de cada investidor e dos planos para o período. No caso da aposentadoria de uma pessoa que pretende morar no exterior, por exemplo, será necessário mais proteção cambial.
Outrossim, segundo Yoshinaga, diferentes fases de vida vão interrogar aportes diferenciados e quanto mais cedo principiar a alocar, melhor, já que o investidor ganha uma ajudinha no processo: o tempo de concentração de juros ao longo do período. Por outro lado, exemplifica ela, as condições de poupar aos 25 talvez sejam menores do que aos 35.
Também é necessário ponderar três fatores na conta na hora de investir, segundo ela:
- Qual é o dispêndio de vida que o investidor espera nessa temporada de aposentadoria: Isso leva em consideração, por exemplo, lugar onde ele vai viver o período (se em capitais, no interno ou até mesmo no exterior) e quanto precisará sacar mensalmente.
- Quando será a aposentadoria e qual a expectativa de duração dessa aposentadoria?
- Rentabilidade dos investimentos. Cá depende de quando o investidor começará a aportar para a aposentadoria. Porquê exemplo, a coordenadora cita que aos 55 anos o prazo de concentração é mais limitado, além de precisar de um aporte maior e estratégia mais conservadora. “Nesse caso, a possibilidade de se investir em coisas muito arriscadas se reduz bastante porque o investidor estará mais preocupado em não perder esse capital reunido”, diz.
Embora para muitos o primeiro lugar que vem à cabeça ao se falar em investimentos no exterior seja os Estados Unidos, Yoshinaga destaca que os investidores também podem explorar outras regiões, uma vez que Europa e Ásia, que oferecem investimento em setores fortes na China, Índia e Sudeste Asiático, além de áreas consolidadas e de subida liquidez, uma vez que o setor financeiro europeu, energias renováveis e a indústria de luxo, entre outros.
A diversificação também possibilita aos investidores acessar setores não disponíveis no Brasil. Na bolsa brasileira, por exemplo, unicamente 16 ações são de Perceptibilidade Sintético (IA) e tecnologia. No entanto, a decisão de onde alocar depende do perfil do investidor e do tempo que ele vai levar para a aposentadoria já que, a depender desse prazo, os investidores podem passar riscos diferentes, segundo analistas ouvidos pelo Valor Investe.
O que permanecer de olho na hora de investir:
- mercados com mais liquidez e mais consolidados;
- situação econômica atual: se o país está em temporada de expansão econômica, enquanto o país do investidor está em estagnação ou com economia em ritmo de desenvolvimento menor;
- mercados emergentes, considerando que são “potencialmente mais arriscados, porque são economias que estão buscando uma expansão econômica, mas que teriam em contrapartida a possibilidade de entregar mais retorno”, diz Yoshinaga.
A carteira de investimentos voltada para aposentadoria deve ser construída de concordância com o perfil de risco e tempo de concentração disponível de cada investidor. Por esse motivo, o tamanho adequado de posição devotado para cada investimento e a escolha de ativos pode variar consideravelmente de pessoa para pessoa, explica Gabriel Tossato, comentador de investimentos da equipe de Alocação & Fundos da Ágora.
Para os investidores que pretendem se reformar no limitado prazo, Enzo Pacheco, comentador da Empiricus Research descreve que a porcentagem da alocação deve ser menor em bolsa, variando de 20% a 30% porque “caso o mercado continue se valorizando, o investidor conseguiria captar segmento dos ganhos”. A maior segmento dos aportes para esse perfil seria em renda fixa, olhando para o cenário atual de juros mais altos em alguns países, dissemelhante do que era visto anos detrás.
Já para os que poupam para o longo prazo, pensando em 20 ou 30 anos, a maior segmento pode estar em alocações de risco, uma vez que ETF de bolsa (de 50 a 60%) e o restante em ativos que produzem renda, uma vez que títulos de renda fixa e REITs (fundos imobiliários americanos).
Na visão de analistas, o investimento em índices de referência, por meio de ETFs (Exchange Traded Funds) — que são fundos que replicam índices de mercado — uma vez que o S&P 500, considerado o principal índice de ações dos Estados Unidos, pode prometer um bom retorno, diluindo riscos para quem tem horizonte de longo prazo e faça aportes recorrentes. O S&P 500 oferece diversificação no dólar americano, considerada uma moeda possante.
Segundo Guilherme Bellizzi, estrategista de BDR (recibo de ações listadas no exterior) da Santander Corretora, o índice entregou, ao longo dos últimos 100 anos, um retorno anualizado real (supra da inflação) de 6,5% em dólares. Já ao longo dos últimos 5 anos, o retorno real foi de 9%, supra do histórico.
Outros ativos também podem fazer segmento da carteira previdenciária, uma vez que:
- Ouro: representando uma pequena segmento do investimento — em torno de 5% —, já que serve uma vez que uma suplente de valor e tende a performar melhor em momentos de possante aversão ao risco, uma vez que crises econômicas, elevações de tensões geopolíticas e pressões inflacionárias. De concordância com os analistas, o metal tende a se considerar à medida em que bancos centrais aumentam suas reservas em um contexto de conflitos geopolíticos. No entanto, no longo prazo, diz Pacheco, a tendência é que a bolsa performe melhor.
- Renda fixa internacional: Segundo Tossato, títulos de limitado prazo combinam baixa volatilidade com rentabilidade real atualmente positiva em dólar. Outrossim, a ensejo macroeconômica relativa à meio da política monetária norte-americana contribui para que a remuneração desses ativos “permaneça atrativa no médio prazo”. Segundo analistas, os ativos podem ser, tanto títulos do governo americano, uma vez que títulos corporativos de subida qualidade de crédito.
Qual o melhor setor para investir nas bolsas dos EUA?
Segundo Pacheco, o setor que melhor performou nos últimos anos nos EUA foi o de consumo discricionário (relacionado a bens e serviços), que multiplicou por 10x o capital investido. No entanto, o ETF desse segmento é formado majoritariamente por ações da Amazon e da Tesla e a “maior valorização desse ETF se deu nos últimos 5 anos”. “É difícil identificar, com diferentes prazos, quais são os melhores setores para a pessoa investir com foco na aposentadoria”, pondera.
“Por muito tempo, esse ETF teve um rendimento em traço com o S&P500 e só agora teve essa performance muito supra do mercado. Daqui a 5 anos, pode ser uma coisa totalmente dissemelhante do que em um prazo daqui 20 anos. Nesse caso, é melhor permanecer mesmo com o ETF de índice, que, pelo menos, o investidor fica na média de ganhos”, diz o comentador.
Para o Santander, as empresas americanas continuarão entregando resultados sólidos, tendo em vista o busto institucional robusto dos Estados Unidos, sua geografia privilegiada, o envolvente pró-negócios, a capacidade do país de atrair e reter capital humano qualificado e a presença de companhias que possuem retornos incrementais elevados.
A estratégia do banco para uma alocação balanceada na renda variável internacional é de predileção por fundos de investimento com gestão ativa, que navegam entre diferentes áreas conforme a evolução do cenário econômico. Porém, para os investidores que queiram escolher ações e setores por conta própria, as recomendações atualmente são nas áreas de mineração, força, tecnologia e no próprio S&P 500.
Na visão dos analistas, há um risco maior no mercado imobiliário nos EUA em razão da elevada taxa de juros no país por período prolongado — e sem previsão de ciclo de retardamento monetário mais intenso por segmento do Fed (banco meão americano) — o que encarece taxas de financiamento por mais tempo. Outrossim, a ingresso significativa de oferta de novos imóveis nos Estados Unidos que, por um lado reduz o déficit habitacional, por outro potencialmente achata os preços, explica Bellizzi.
Porquê a queridinha do momento, o setor de tecnologia deve continuar crescendo, segundo os analistas. No entanto, o aporte no setor deve ser feito com cautela e seletividade em razão “dos níveis de preços atuais”, diz Tossato.
No segmento, a aposta do Santander são ações ligadas à Perceptibilidade Sintético Generativa (GenAI), considerada pelo banco uma “mega tendência secular e disruptiva que ainda está em estágios embrionários”. Os Estados Unidos, diz Bellizzi, são o epicentro dessa tendência. “Acreditamos que o índice Nasdaq seja um bom veículo para tomar uma maior exposição a teses beneficiadas, uma vez que computação em nuvem e semicondutores”, diz.
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