Uma crônica sobre conceitos e os profetas de investimentos
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Desde pequenas crianças até nossa vida adulta, secção de nós têm a oportunidade de passar anos estudando muitos assuntos diferentes na escola. É durante estes anos que disciplinas uma vez que português, inglês, história, geografia, química, física e a temida matemática nos permeiam incansavelmente até o ponto de fazer com que cada um de nós se apaixone ou tome ojeriza por uma ou outra material. No meu caso pessoal tive sim duas que eu preferia que não tivessem existido, uma por considerar completamente inútil e outra por ser o objecto mais plano com o qual me deparei na vida. Os nomes delas? Melhor não levantar esta polêmica.
Mas dentre todas, uma foi meu primeiro paixão: a matemática. Foi com ela que aprendi a me sentir seguro, minha zona de conforto. Foi ela que me trouxe a um mundo novo, um mundo maior, muito maior do que eu poderia imaginar. Foi a matemática que me deu a base para minha irrupção no mercado financeiro já na vida adulta. Foi me alicerçando nela que consegui montar coisas inéditas não só pra mim, mas pro mercado. Enfim, ela me deu muito e só tenho a agradecer.
Mas, de tudo que recebi, teve uma coisa mais peculiar que todas as demais, que foi poder desenvolver um raciocínio lógico e estruturado que me permite estabelecer relações não espúrias em conceitos complexos, em pessoal no que tange a investimentos. Infelizmente a experiência me mostra que talvez “nunca antes na história deste País” se tenha visto, lido e ouvido tantos profetas falarem sobre investimentos sem o mínimo de conhecimento de regras de lógica-matemática.
Para uma melhor referência, vamos aos conceitos inferior:
- Máxima ou Teorema: É uma sentença que não é provada ou demonstrada e é considerada uma vez que óbvia ou uma vez que um consenso inicial necessário para a construção ou aprovação de uma teoria. Por esta razão, é aceito uma vez que verdade e serve uma vez que ponto inicial para a dedução ou inferência de outra verdade.
- Lema: É um “pré-Teorema”. Usa-se um Lema para se provar um Teorema.
- Teorema: É uma asseveração que pode ser provada e de um nível de influência máxima.
- Corolário: É uma consequência direta de um Teorema.
Basta ligarmos a TV, ouvirmos um podcast ou abrirmos alguma URL que nos deparamos com situações impensáveis do ponto de vista de uma dialética aristotélica. São dezenas de casos diários em que corolários são postos sem um teorema pré-existente, onde axiomas sem fundamento técnico são descritos e onde não é verosímil ver um único lema sendo usado uma vez que prova, nem mesmo de uma teorema.
Se todos os investidores decidissem questionar estes profetas com perguntas simples do tipo: “Por que a Bolsa está se comportando deste jeito?”, “Qual a consequência desta decisão do Banco Medial?”, “Com base em que estudo você afirma isso?”, etc., eu poderia apostar que as respostas nem de perto seguiriam o devido rigor que minimamente demonstrasse preparo do interlocutor. Uma vez que já disse antes, o mundo está pleno de bizus.
Não vou me delongar pois acho que já fiz meu ponto; mas o veste é se você leu e concordou, isso é ótimo pois basta filtrar com mais desvelo o que chega à sua mente daqui em diante. E se você leu e não concordou, isso também é bom pois significa que vai continuar relativamente fácil para alguns bons profissionais colegas meus escreverem um tanto eficiente em poucas linhas.
Hugo Daniel Azevedo é consultor de investimentos e sócio da MFS Capital
e-mail: hd@mfscapital.com.br
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