Índice de ações da Europa registra a maior queda em quase 8 meses depois tarifas dos EUA

No fechamento, o índice que reúne ações de diversos países da região, o Stoxx 600, teve queda de 2,67%, aos 522,59 pontos, a maior desde agosto do ano pretérito. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, recuou 1,55%, aos 8.474,74 pontos, e o DAX, de Frankfurt, cedeu 3,01%, aos 21.717,39 pontos. O CAC 40, de Paris, caiu 3,31%, aos 7.598,98 pontos.

O índice Stoxx de bancos, que esteve em destaque no rali das bolsas europeias no início do ano, recuou 4,62%, e o índice Stoxx do setor de automóveis e fabricantes de autopeças teve queda de 3,82%.

O Citi vê que, com uma tarifa de 20%, o choque negativo para o prolongamento da União Europeia pode ser muito maior do que o esperado, com possibilidade de chegar 1 ponto percentual, devido às “não-linearidades nas elasticidades do transacção”, dizem analistas, em relatório. Para o banco, a incerteza deve aumentar, e não diminuir, pesando ainda mais sobre o prolongamento.

“O choque negativo na demanda e o provável excesso de oferta global reforçam nossa visão de que as tarifas dos EUA terão um efeito desinflacionário líquido sobre a Europa, mesmo se houver retaliação”, escrevem os analistas do banco. “O único fator inflacionário verosímil seria a desvalorização do euro, que normalmente acompanha aumentos tarifários, mas isso ainda não está se materializando.”

Por conta disso, mesmo com os recentes estímulos fiscais da Alemanha e da UE, o Citi avalia que o Banco Médio Europeu (BCE) deve continuar tendo espaço para reduzir as taxas de juros, inclusive na próxima reunião, em abril.