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O que você não deve fazer com os seus investimentos

O que você não deve fazer com os seus investimentos

O que você não deve fazer com os seus investimentos

O que você não deve fazer com os seus investimentos

Olá pessoal! Na maioria das vezes, procuramos o que fazer com nossos investimentos e quais as ferramentas que nos podem ser úteis. No texto de hoje, farei dissemelhante e dividirei com vocês o que não se deve fazer. Acredito que é importante ressaltarmos aquilo provavelmente não dará notório, principalmente quando se trata de um pouco tentador e que vejo muitas pessoas fazendo. Minha teoria, sinceramente, é evitar perdas e noites mal dormidas.

Abordarei o que na literatura acadêmica chamamos de estratégia “timing the market”. Não obstante, ao final desse texto, vocês encontrarão um quadro com minha visão a saudação de características de estratégias adequadas vs. características de estratégias inadequadas.

A sentença “timing the market” se refere a estratégias de investimento que tentam definir o momento no qual uma ação ou o próprio Ibovespa (ou mesmo, qualquer outro ativo) chegou ao fundo do poço em uma crise ou ao topo do que é provável em uma retomada (bull market) e, a partir daí, tomar decisões de investimento. Neste contexto, tenho ouvido muitas perguntas tais porquê: “já posso trespassar da renda fixa e voltar para renda variável?”; “o pior da crise já passou?”; ou “a ação XYZ subiu muito nas últimas semanas, é hora de vender?”.

Sendo muito honesto, não tenho respostas prontas para as perguntas supra. Simplesmente porque não existem essas respostas e não sei iludir muito menos mentir. Ninguém sabe exatamente quando um ativo atinge seu fundo de poço, por exemplo. Se alguém lhe disser que sabe, desconfie dos objetivos dessa pessoa.

Já vi de tudo ocorrer nesse mercado e a experiência confirma a teoria. Já observei ações seguirem um curso de propagação por longos períodos; já ouvi o mercado todo manifestar que “não há porquê essa ação tombar mais” e a empresa se esfarelar pedindo falência; já identifiquei ações oscilando bruscamente e sem explicação aparente para tal comportamento etc. Já vi o barril de petróleo valendo menos de 10 dólares e muitos falarem que nunca voltaria supra da lar dos 20 dólares. Porquê disse, já vi e vivi muita coisa. E mesmo recentemente, podemos enxergar exemplos reais de cada um dos quatro casos inferior:

  1. Empresas que vinham muito mal no início da crise e reverteram as perdas;
  2. Empresas que vinham muito mal no início da crise e continuam mal até hoje;
  3. Empresas que sofreram pouco no início da crise e depois apresentaram recuperação interessante, acumulando atualmente ganhos mesmo nesta crise;
  4. Empresas que sofreram pouco no início da crise e depois aprofundaram suas perdas.

Se parar para indagar com calma, há de tudo no mercado. E isso leva à epílogo de que a estratégia de tomar posições com base no “timing” do mercado de limitado prazo é, a meu julgamento, inadequada. Fazer isso aproxima o mercado financeiro de um cassino e isso é muito perigoso. O mercado financeiro não é um cassino, pois há fundamentos por detrás de cada companhia. No cassino, um número preto e um número vermelho têm a mesma verosimilhança de ocorrência e não há nenhum fundamento para desequilibrar a razão 50%/50% de chances.

Tenho crença de que uma estratégia adequada de investimento não pode se consistir em tentar convencionar momentos de ingresso ou momentos de saída de um determinado ativo. Uma boa estratégia precisa julgar os fundamentos das empresas, os riscos envolvidos, o perfil do investidor de tolerância a esses riscos e seus objetivos e prazo para aquele investimento. Uma boa estratégia precisa ter explicações plausíveis e nunca se consistir no efeito psicológico de, por exemplo, encontrar que uma ação está barata simplesmente porque caiu demais nos últimos pregões ou está faceta porque andou subindo espetacularmente.

Não é incomum ver investidores tentando encontrar pontos ótimos de ingresso ou de saída. E, o que é pior, muitas vezes esses investidores, por acreditarem que conseguem antecipar o timing do mercado, ganham tamanha crédito que acabam por concentrar demais seus investimentos. Para fechar o pior cenário provável, esses investidores mantêm estratégias de limitado prazo, o que quer manifestar que quase que semanalmente eles procuram comprar e vender seus ativos por estarem incessantemente procurando por fundos e topos. Se eles acertarem, podem realmente lucrar muito moeda.

O problema é que esta chance é pequena (porquê já evidenciado na literatura acadêmica), pois corre-se o enorme risco de perder uma potente retomada ou tombar num ruína. Pare e pense: os maiores investidores mundiais são investidores de longo prazo ou têm estratégias de limitado prazo? Para reportar exclusivamente um: Warren Buffet tenta convencionar o momento de ingresso ou compra para o longo prazo (nunca para o limitado prazo) e sabe que passará por crises e mais crises. Você conhece qualquer investidor de sucesso consistente que seja reconhecido por sua habilidade de antecipar o mercado no limitado prazo? Eu não!

Uma estratégia adequada precisa considerar os fundamentos e estes, em universal, não mudam toda semana. Uma estratégia adequada precisa ser diversificada porque há riscos inerentes a qualquer empresa e que só podemos nos ver livres através da diversificação. E, por termo, uma estratégia adequada se beneficia do concepção de diversificação temporal, o qual palato e defendo com veemência. Vamos a ele!

O concepção tradicional de diversificação, em poucas palavras, se refere a não “colocar todos os ovos na mesma cesta” e, portanto, cultivar uma carteira com diversos ativos e que afaste o que chamamos de risco diversificável (não gostamos de percorrer riscos desnecessários no mercado). Da mesma forma, o concepção de diversificação temporal refere-se a não apostar todas as suas fichas em um ou poucos momentos de ingresso, de saída ou de guinada.

Para explicar melhor esse concepção, imagine-se no meio de uma crise (normalmente um período de muita turbulência e incertezas no mercado). Você decide, portanto, aproveitar-se de preços em queda para comprar mais de determinado(s) ativo(s). Se você fizer uma única compra, em qualquer momento que julgue adequado, você estará apostando tudo em uma só tacada. Lembre-se: o preço daquele ativo pode vir a tombar ainda mais e isso trazer noites mal dormidas e alguma impaciência zero benéfica à sua saúde.

Se você pratica a diversificação temporal, você se organiza para realizar diversas compras (ou vendas) até atingir o montante totalidade. Na subida, ganha com as compras passadas e, na queda, reduz perdas e ganha a oportunidade de melhorar seu preço médio. Em outras palavras, você gerencia melhor o risco de aquele não ser ainda o momento ideal para compra (ou venda). Aliás, investidores de sucesso compram um pouquinho a cada período de tempo exatamente para se beneficiarem da diversificação temporal.

Na figura a seguir, resumo tudo que penso a saudação do que é adequado e do que é inadequado na hora de definir sua estratégia de investimento. Espero que gostem e aproveitem!

CARACTERÍSTICAS DE ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO

ESTRATÉGIAS ADEQUADAS E CONSISTENTES ESTRATÉGIAS INADEQUADAS
São claras, muito pensadas, rigorosas e perenes, ou seja, sobrevivem a crises Não são muito claras, permitem discricionariedades e não resistem a crises
Respeitam a tolerância a risco do investidor Enviesam a decisão para o quanto se pode lucrar, negligenciando riscos de perdas consideráveis
Possuem foco em ganhos condizentes com o mercado e no longo prazo (longo prazo = maior prazo provável de conciliação com os obejtivos do investidor) Possuem foco em ganhos rápidos e consideráveis no limitado prazo que somente são possíveis em posições de cimo risco
Fazem estudo estável dos fundamentos das companhias para tomar decisões de compra ou venda Fazem estudo estável do sobe e desce do mercado para tomar decisões de compra ou venda
Compram ou vendem ativos quando os fundamentos mudam ou quando os preços se afastam dos seus fundamentos Compram ou vendem ativos a todo momento e independentemente dos fundamentos por detrás dos ativos
Entendem que crises e retomadas sempre existirão e não se assustam nem se estimulam com isso: no supremo, reavaliam os fundamentos da estratégia e dos ativos Entendem crises e retomadas porquê excelentes oportunidades para ganhos de limitado prazo, correndo sério risco de perda da retomada ou falência na crise
Investidor aceita muito a volatilidade de limitado prazo, pois entende que a volatilidade de longo prazo é a que realmente importa Quando a volatilidade de limitado prazo sobe e provoca perdas, o investidor fica bastante inseguro e intranquilo com saudação a seus investimentos
Quando em momentos de perdas no limitado prazo, confiam nos fundamentos das empresas e que haverá reversão dos preços ao longo do tempo Quando em momentos de perdas no limitado prazo, buscam revertê-las rapidamente, com estratégias de limitado prazo para ganhos rápidos (e, evidente, com altíssimoo risco)
Têm carteiras eficientemente diversificadas Têm carteiras com poucos ativos ou mal diversificadas
Usam sempre a diversificação temporal para compras, vendas ou guinadas em suas carteiras Procuram convencionar o momento ideal para compras, vendas ou guinadas em suas carteiras

Um disclaimer importante que faço é que leste texto tem porquê foco investidores comuns e não gestores e analistas profissionais e muito capacitados. Isso porque os investidores comuns são a maioria absoluta das pessoas e as que mais precisam de conhecimento e informação. Gestores e analistas com supimpa formação acadêmica e extremamente aparelhados com as mais avançadas técnicas existentes (inclusive técnicas quantitativas e/ou gráficas) poderão gerar uma estratégia que tente seguir o timing do mercado. Mas certamente não será um pouco simplório, muito menos desprovido de fundamentos e fundamentado na emoção do dia a dia! Aliás, eles saberão medir os riscos e têm consciência de que nem sempre acertarão.

Sintam-se à vontade para comentar inferior e/ou nas minhas redes sociais: @carlosheitorcampani. Meu intuito é que você possa investir com sabedoria.

* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, CNPI, Diretor Acadêmico da iluminus – Liceu de Finanças, Sócio da CHC Finance e da Four Capital, além de Pesquisador da ENS – Escola de Negócios e Seguros.

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Carlos Heitor Campani

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