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Tarifaço faz volatilidade das bolsas disparar. Uma vez que investir em ações agora?

Tarifaço faz volatilidade das bolsas disparar. Uma vez que investir em ações agora?

Tarifaço faz volatilidade das bolsas disparar. Uma vez que investir em ações agora?

Tarifaço faz volatilidade das bolsas disparar. Uma vez que investir em ações agora?

As bolsas do Brasil e dos Estados Unidos vivem um sobe e desce intenso desde o proclamação da tarifação recíproca de Donald Trump, no dia 2 de abril. Um levantamento do Valor Data mostra que a volatilidade do índice S&P 500, cesta com as ações das 500 maiores empresas americanas, subiu até 80 pontos percentuais no pico, na última quarta-feira, dia 9 de abril. Para o Ibovespa, no auge, essa turbulência representou 22,5 pontos percentuais a mais na volatilidade do índice.

  • Os mercados ficaram tão instáveis com a escalada da guerra tarifária entre EUA e China que a oscilação média aumentou quatro vezes nos ativos do S&P 500 e, nos do Ibovespa, 1,6 vez em média.

Conforme dados da plataforma Cboe Global Markets, a volatilidade intradiária do S&P 500 quase dobrou na semana passada, superando as máximas de 2020 e atingindo níveis vistos pela última vez no auge da crise financeira de 2008.

Já a bolsa brasileira, à margem da guerra mercantil, enfrentou turbulência consideravelmente menor, mas não irrelevante. Na sessão mais volátil do período analisado, do dia 9 de abril, quase 6 milénio pontos separaram a mínima e a máxima do índice num mesmo pregão.

Olhando para o comportamento dos índices na última semana, isso significa que o risco implícito de investir nas ações das maiores empresas dos dois mercados cresceu exponencialmente. Não necessariamente a volatilidade implica em perdas para as posições nas bolsas, já que o movimento também pode ter sido de valorização. Mas a turbulência foi certamente mais possante. E mesmo o investidor com tolerância ao risco precisou ter mais estômago para o passeio de montanha-russa em que se transformou a renda variável.

O levantamento do Valor Data feito a pedido do Valor Investe considera a volatilidade média anualizada dos últimos cinco pregões (uma semana útil na bolsa). Esse indicador calcula, primeiro, o quanto o preço das ações que compõem os índices balançaram (para cima e para insignificante), em média, nas últimas cinco sessões. Depois, é calculado quanto seria essa oscilação ao longo de um ano, se o ritmo se mantivesse.

  • Trocando em miúdos, se a ação mantivesse o nível de volatilidade média das últimas cinco sessões, sua oscilação em um ano seria a da porcentagem mostrada no gráfico. Por isso, quanto maior esse número, mais instável o preço do ativo – a subida ou a queda é mais possante.

Especulação impulsiona volatilidade

De concórdia com dados do J.P. Morgan, a popularidade das opções do S&P 500 com vencimento no mesmo dia é em secção responsável pelas oscilações intensas do índice americano. Os contratos de opções diárias (com vencimento zero) são aqueles que expiram no mesmo dia em que são negociados.

O volume de negociação de opções com vencimento zero vinculados ao S&P 500 subiu 23% em abril na conferência com o volume médio negociado no início do ano, mostrou o banco americano em relatório.

Nesses contratos, basicamente, agentes do mercado adquirem o recta de comprar ou vender um ativo por um preço pré-estabelecido. Com a opção diária, esse negociante está basicamente apostando numa subida ou queda daquele valor no mesmo pregão. Em resumo, ele ganhará numerário se ajustar uma previsão mais agressiva (subida maior ou baixa maior) que o resto dos investidores.

Embora as opções sejam bastante usadas por investidores profissionais para proteger carteiras da subida volatilidade, são ativos que atraem especuladores, mormente em cenários de muitas incertezas – que elevam as chances de a maioria errar projeções.

O revérbero disso é a intensa movimentação do principal índice americano. Em meio aos embates tarifários entre o governo americano e o resto do mundo – mormente a China, da qual a produção das companhias dos EUA depende -, a volatilidade dos preços dos principais ativos das bolsas de Novidade York disparou.

  • E o enxame de agentes atraídos para as opções diárias do S&P 500 pode ter impulsionado a sua volatilidade.

Já o Ibovespa não se tornou fim do mesmo tipo de especulação que o S&P 500 porque os vencimentos mais curtos que a B3 oferece para o índice são as opções semanais – embora o investidor tenha a opção de comprar o recta no dia do vencimento do contrato, essa não é a natureza do ativo.

Aliás, o mercado financeiro do Brasil é muito menor que o dos EUA.

O investidor pessoa física deve ter em mente que a alocação em ações costuma ser indicada para estratégias de longo prazo. Por isso, o melhor a fazer agora é zero. Isso mesmo: evitar mexer no portfólio de renda variável em um envolvente tão instável para não passar o risco de se movimentar em uma janela ruim, que pode levar a perdas.

Mas, para quem insiste em alocar em ações neste momento, o ideal é fazer uma boa seleção de nomes entre as grandes empresas e, depois, olvidar a carteira. Por qualquer tempo.

Mesmo para esses aventureiros, especialistas recomendam apostar em ações defensivas, ou seja, aquelas que, historicamente, oscilam menos em momentos de crise.

Geralmente, correspondem às empresas líderes de mercado, com caixa possante, capacidade de repassar a inflação aos preços ou enfrentar ciclos de apertos nos juros e insignificante nível de endividamento.

Na carteira do Ibovespa, na última semana, os papéis que menos balançaram com os chacoalhões na bolsa brasileira estão nesse grupo. De concórdia com os dados do Valor PRO, tiveram menores variações nos preços as ações de grandes bancos, de elétricas, telecom e as de empresas que trabalham com públicos de subida renda – casos de Cyrela, Vivara e das redes de shoppings.

Já as ações do varejo, das aéreas e, fora da carteira do Ibovespa, das empresas de baixa capitalização que viraram fim de especulação na bolsa – caso da Oi, por exemplo – foram as que tiveram as maiores oscilações na última semana.

gettyimages-a0071-000153 Tarifaço faz volatilidade das bolsas disparar. Uma vez que investir em ações agora?
Serra-russa — Foto: GettyImages

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