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Combinação entre China e EUA: entenda porquê mexe com o Brasil e com seu bolso

Combinação entre China e EUA: entenda porquê mexe com o Brasil e com seu bolso

Combinação entre China e EUA: entenda porquê mexe com o Brasil e com seu bolso

Combinação entre China e EUA: entenda porquê mexe com o Brasil e com seu bolso

Os Estados Unidos e a China chegaram a um contrato neste termo de semana. Pelo menos por enquanto. A negociação tem um caráter temporário de 90 dias e diminuiu drasticamente as taxas dos dois países. O pregão, inclusive, foi suficiente para animar o mercado. No entanto, o mercado especula sobre o que acontecerá posteriormente esses três meses.

As expectativas são de uma inflação menor do que o previsto nos Estados Unidos, o que é alguma coisa positivo e tende a se refletir de maneira benéfica inclusive no Brasil. Por outro lado, pode possuir uma perda da credibilidade norte-americana, que também pode impactar o mercado porquê um todo. O Valor Investe conversou com especilistas para explicar, em o contrato e porquê isso mexe com o seu bolso.

O contrato, firmado no último termo de semana, prevê que as tarifas combinadas de 145% impostas pelos EUA sobre a maioria das importações vindas da China serão reduzidas para 30%, incluindo a alíquota relacionada ao fentanil. Por outro lado, as tarifas de 125% aplicadas pelos chineses aos produtos norte-americanos cairão para 10%.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou que há chance de a trégua ser estendida ao termo de 90 dias. “Assim porquê com nossos outros parceiros comerciais, enquanto houver boa-fé, engajamento e diálogo construtivo, continuaremos avançando”, afirmou o membro do governo, segundo agências internacionais. Mas, por enquanto, esse próximo passo ainda é uma incerteza.

Por que as bolsas reagiram muito?

As bolsas mundo afora reagiram muito ao contrato porque traz indícios de uma “normalidade” no negócio internacional e uma disposição dos governos a entrarem em contrato. Isso tudo traz mais previsibilidade para o mercado, alguma coisa que os investidores gostam.

“Em termos de mercado financeiro, vamos ver o dólar se valorizando e veremos o cancelamento de alguns movimentos vistos na bolsa anteriormente. A volatilidade do mercado, por exemplo, deve diminuir por um patente tino de normalidade”, afirma o professor Renan Pieri, pesquisador de economia da Instalação Getúlio Vargas EAESP.

Em um cenário mais sólido e previsível nos Estados Unidos, os temores em relação a uma provável crise diminuem e os investidores voltam a direcionar seus recursos para o dólar. Esse movimento reforça o papel da lema porquê um pilar de segurança. O mesmo acontece com a bolsa americana, que volta a atrair investimentos.

O problema, segundo especialistas, é que o cenário daqui em diante não está patente. E esse “vaivém” pode motivar uma perda da credibilidade dos americanos, que pode ser ruim para o mercado justamente por trazer incertezas sobre o porvir.

“O sinal é positivo, por isso que o mercado financeiro está reagindo muito. Mas não é definitivo. A gestão Trump tem vaivém de anúncios, medidas drásticas, não tem porquê prever o que vai suceder daqui em diante. E quando você abre a caixa de Pandora, é difícil fechar de novo. Mesmo que o governo americano faça sinalizações dizendo que vai fazer um contrato mais razoável para manter o negócio, muitos países vão permanecer com um pé detrás”, afirma Pieri.

E o real? E a bolsa brasileira?

É válido lembrar que antes do contrato, os investidores temiam que o protecionismo promovido por Donald Trump trouxesse muita pressão inflacionária para os Estados Unidos. Por fim, ao taxar produtos importados, eles ficam mais caros, o que pesa no bolso do consumidor que compra diretamente aquele item, assim porquê pesa no bolso das empresas americanas que o utilizam na sua risca de produção. Com um contrato, essa pressão diminui (ainda que só um pouco). E isso pode ajudar a bolsa brasileira.

Isso porque com uma inflação mais controlada nos EUA, o Federalista Reserve (Fed, o banco mediano norte-americano) pode ter mais espaço para trinchar os juros. E se os juros ficam menores, a renda fixa americana passa a render menos. Assim, os investidores podem buscar oportunidades em outros mercados. E com a chegada de “gringos” chegam também mais dólares, o que pode fortalecer o real.

Mas, segundo Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos e coordenador de economia e finanças da ESPM, zero disso acontecerá se o Brasil “não fizer o obrigação de mansão”. “O país pode se beneficiar desse contrato, desde que a gente tenha de consciência que a médio prazo temos que resolver o fiscal”, diz. Na prática, contas públicas em dia atraem mais investidores, que podem alocar seu verba no Brasil sem terror de “calote”.

O Brasil vai perder seu posto de parceiro de negócios com a China?

Quando a guerra tarifária entre os dois países começou, houve quem se animasse por uma provável “vantagem” do Brasil junto aos chineses, que ganhariam mais espaço porquê parceiro mercantil. Mas, segundo os especialistas, essa provável consequência não era tão direta.

Espírito Santo explica, por exemplo, que a geração de novas parcerias e negócios, principalmente entre países, é alguma coisa burocrático e que vagar muito tempo. Por isso, o período de pregão do tarifaço até agora pode não ter sido suficiente para que China e Brasil criassem novos tipos de parcerias e negociações.

“O contrato, em si, não é nem vantagoso nem ruim para o Brasil. O negócio internacional é muito mais multíplice do que as pessoas imaginam. Você não faz uma mudança de fornecedor ou conquista um novo cliente de uma maneira simples, isso leva tempo, tem negociação, tem uma serie de burocracia. Não acho que nesse pouco tempo esses países tenham mudado fornecedores e etc. Certamente aconteceram conversas, mas zero muito significativo de mudança”, afirma.

Pieri lembra, ainda, que havia duas consequências provenientes desse eventual aumento de exportação chinesa para cá. Por um lado, entrariam produtos mais baratos, o que poderia diminuir a inflação por cá. Mas, por outro, as empresas locais poderiam ser prejudicadas.

“Um receio que havia é que os chineses e outros países muito afetados pelas tarifas escoassem os produtos para outros países, porquê o Brasil. Isso ajudaria na inflação doméstica, até o governo brasiliano tinha essa expectativa. Mas por outro lado, isso gerava um receio dos setores produtivos brasileiros de ter uma competição maior com outros países. Talvez para o consumidor essa inflação muito mais baixa cá pode não suceder, mas o risco de competição potente é menor agora”, diz.

gettyimages-1226974744 Combinação entre China e EUA: entenda porquê mexe com o Brasil e com seu bolso
EUA e China — Foto: GettyImages

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