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Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander: qual ação de banco comprar em seguida resultados?

Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander: qual ação de banco comprar em seguida resultados?

Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander: qual ação de banco comprar em seguida resultados?

Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander: qual ação de banco comprar em seguida resultados?

Chegou ao termo mais uma temporada de resultados dos quatro bancos mais tradicionais do país: Itaú (ITUB3; ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3; BBDC4) e Santander (SANB11). Com algumas surpresas positivas e outras nem tanto, os números operacionais do setor bancário no primeiro trimestre deste ano confirmaram, mais uma vez, a preferência de especialistas por um banco em específico.

E, sim, acertou quem pensou no Itaú. Enquanto o banco entregou resultados sólidos no trimestre encerrado em março, os números do Banco do Brasil ficaram bastante aquém do esperado. Bradesco e Santander, por sua vez, seguem firmes no processo de recuperação.

“O Itaú é o banco mais muito posicionado no momento, tanto em termos de robustez, uma vez que em relação à capacidade de continuar remunerando muito os seus investidores. Do ponto de vista de lucratividade, incremento e visibilidade futura, a gente acredita que o Itaú segue sendo a melhor opção”, afirma Victor Bueno, sócio e comentador da Nord Investimentos.

O profissional comenta que o Banco do Brasil estava quase no mesmo nível do Itaú, sobretudo no quesito bancos que pagam bons dividendos, mas os resultados reportados ontem em seguida o fechamento do mercado foram bastante decepcionantes.

“O lucro líquido do Banco do Brasil caiu 21% no primeiro trimestre, enquanto o dispêndio de crédito, de 19%, ficou muito saliente com o aumento de provisões e também de inadimplência, sendo um dos grandes impulsionadores da queda do lucro no período”, pontua Bueno.

Ele vê com preocupação os números reportados pelo banco. “O Banco do Brasil não conseguiu entregar bons resultados financeiros para os seus acionistas, o próprio retorno sobre patrimônio (ROE) caiu tapume de cinco pontos percentuais, estava quase em 22% no primeiro trimestre do ano pretérito e agora ficou aquém de 17%”, avalia.

A título de confrontação, enquanto o ROE do Banco do Brasil ficou em 16,7% nos três primeiros meses deste ano, o retorno sobre patrimônio do Itaú foi de 22,5%. Santander e Bradesco reportaram um ROE de 17% e 14,3%, respectivamente.

“São números que preocupam, inclusive o próprio Banco do Brasil, que colocou em revisão as suas principais linhas de projeções, uma vez que margem financeira, dispêndio de crédito e lucro líquido, que é uma das principais métricas de resultados de uma empresa”, pondera Bueno.

O profissional lembra que o banco tinha uma projeção de lucro líquido entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões para 2025, mas com o lucro reportado no primeiro trimestre, de R$ 7,4 bilhões, o saldo anual não chega nem a R$ 30 bilhões.

“Isso mexe com visibilidade, com preços-alvos de mercado e até com expectativas de dividendos, porque, querendo ou não, o retorno em dividendos estava sendo calculado em cima de uma projeção de lucro que a empresa tinha divulgado no primícias do ano”, diz.

Muito provavelmente, portanto, o Banco do Brasil deve revisar para insignificante o lucro líquido projetado para 2025 e, consequentemente, o retorno em dividendos pago aos acionistas também deve desabar. “Esses resultados afastaram um pouco a atratividade do banco”, confessa Bueno.

O agro nos resultados do BB

O sócio da Nord comenta que o impacto negativo nos números do Banco do Brasil se deu muito por conta da pressão que o agronegócio vem vivendo, com diversos casos de pedidos de recuperação judicial por secção de agricultores rurais que estão passando por dificuldades financeiras.

“Esse envolvente aumentou a inadimplência e, consequentemente, impactou muito o resultado do Banco do Brasil, que tem grande secção da carteira de crédito, tapume de um terço da carteira, focada exatamente no agronegócio”, diz Bueno.

Diante de um cenário ainda ruim para o setor, o profissional acredita que o agronegócio deve continuar pressionando os números do Banco do Brasil ao longo do ano, o que se reflete em uma perda de atratividade para as ações do banco.

João Abdouni, comentador da Levante Inside Corp, lembra que outro fator que pesou nos resultados do Banco do Brasil foi a adoção da novidade norma contábil nº 4.966, em vigor desde o início deste ano.

“Essa regra alterou o protótipo de reconhecimento de perdas no sistema bancário vernáculo, substituindo o regime de perdas incorridas pelo de perdas esperadas”, contextualiza.

Com isso, acrescenta Abdouni, o Banco do Brasil passou a registrar previamente valores maiores em provisões, o que resultou em uma elevação do índice de cobertura para 184,8%, um aumento de 13,5 pontos percentuais em confrontação ao último trimestre de 2024.

“A transição para o novo padrão contábil, baseada em perdas esperadas, exige maior prudência e impacta diretamente os resultados financeiros, aumentando as reservas contra devedores duvidosos. Apesar de ser uma medida preventiva e alinhada às melhores práticas internacionais, ela tem efeito direto na rentabilidade do banco no limitado prazo”, explica o comentador da Levante.

Para o Itaú, no entanto, as perspectivas são muito diferentes. “O Itaú conseguiu entregar as principais linhas das suas projeções já no primeiro trimestre, não teve nenhum tipo de revisão, ao contrário, manteve as estimativas de incremento de carteira de crédito e de margem financeira e conseguiu crescer e manter a inadimplência controlada”, afirma Bueno.

Ele destaca, ainda, que o Itaú reportou o seu menor nível de Índice de Eficiência (métrica que avalia a relação entre receitas e despesas), que ficou em 38,1%, menor patamar da história do banco. Aliás, o Índice de Inadimplência foi o mais insignificante dos últimos 15 trimestres.

“Portanto, enquanto a gente vê o Banco do Brasil entregado queda nas principais linhas financeiras, o Itaú mantém um incremento bastante saudável”, defende.

A recomendação do profissional é pelas ações ordinárias (ITUB3) por conta de um preço menor em relação às ações preferenciais (ITUB4).

Bradesco e Santander: rumo à recuperação

Sobre Bradesco e Santander, Bueno destaca que ambos vêm entregando incremento de lucro, inclusive mais possante que o do Itaú, oferecido que foram os bancos que mais sofreram nos últimos anos, sobretudo com aumento de inadimplência e de provisões.

O profissional pondera, no entanto, que o Santander decepcionou um pouco, visto que o mercado estava esperando um incremento um pouco maior. O Bradesco, por sua vez, surpreendeu.

“Não à toa as ações do Bradesco subiram 15% no dia da divulgação dos resultados. A gente [Nord] acredita que tinha um saliente número de investidores vendidos no papel, logo, nesses momentos de surpresas positivas, acaba acontecendo o famoso ‘short squeeze’, em que os investidores vendidos acabam sendo pressionados por um possante fluxo comprador no papel, e por isso nós vimos essa expressiva valorização”, explica Bueno.

Ele comenta que o lucro do Bradesco é menos da metade do tamanho do lucro do Itaú. “Se a gente for olhar no histórico não tão distante, os dois lucros eram muito parecidos, só que o Itaú mostrou uma eficiência muito maior, enquanto o Bradesco está caminhando em direção à recuperação”.

A perspectiva de recuperação para os dois bancos é positiva, mas, em termos de ganhos de capital e valorização das ações, o sócio da Nord prefere apostar em bancos de incremento, uma vez que BTG e Inter. E focar somente no Itaú para pagamento de dividendos.

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— Foto: Getty Images

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