Depois do recorde do Ibovespa, ainda tem porquê lucrar numerário na bolsa?

• O Ibovespa fechou a sessão com perda de 0,39%, nos 138.423 pontos. Na semana, o saldo ainda está positivo em 1,4%. No mês de maio, o índice acumula valorização de 2,48% e, neste ano até cá, a subida é de mais de 15%.

Será que depois do topo vem a ladeira na bolsa brasileira?

Vejamos o que aconteceu hoje para entender a indiferença com a bolsa no pregão de hoje.

Primeiro, é veste que a falta de gatilhos externos atenuaram os movimentos de risco no Brasil desde que os governos dos Estados Unidos e da China chegaram a um pacto de trégua tarifária. Melhor dizendo: não é que tudo se resolveu num estalar de dedos, e sim que a narrativa estagnou por ora, por isso não tem mais ditado os rumos das bolsas nos últimos pregões.

• Prova disso é o giro financeiro do Ibovespa. A carteira movimentou R$ 17 bilhões hoje, praticamente em risca com média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,5 bilhões, depois dias de volumes expressivos.

Os índices das bolsas de Novidade York não estão tão próximos do recorde, mas por lá o movimento não foi mais animador do que o daqui. O S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas do mercado americano, subiu míseros 0,1%. Sinal de que nem os estrangeiros estavam com muito gosto para tomar risco.

Os gringos, aliás, foram o motor do progressão do Ibovespa neste ano – responsável por entregar a novidade máxima histórica da bolsa. Do primícias deste ano até o dia 12 de maio, os estrangeiros injetaram mais de R$ 17 bilhões mais do que venderam no mercado secundário de ações da B3.

E isso porque, com o tarifaço no primícias de abril, esses mesmos investidores sacaram tudo que haviam alocado nos ativos da nossa bolsa até logo. Em outras palavras: o efeito desses R$ 17 bilhões foi sentido só de meados de abril até a última segunda.

Por trás da indiferença dos gringos hoje está um cenário que passa derrotado por cá no Brasil: cada vez menos investidores vê chance de o Federalista Reserve (Fed, o banco medial dos EUA) promover três cortes nos juros oriente ano.

Aliás, o cenário-base de Wall Street, de pacto com a utensílio do Grupo CME de séquito das apostas para as decisões do Fed, é de unicamente dois cortes, um em setembro e outro em dezembro. Mas a previsão para uma segunda queda das taxas no término do ano está perdendo força a cada dia que passa, enquanto a inflação nos EUA se mostra um fenômeno mais resiliente sob o tarifaço de Trump.

• Com os juros pagos pelo Tesouro americano mais elevado, uma segmento do capital se refugia na renda fixa americana. Assim, depois de espancar ontem o menor nível desde outubro, o dólar mercantil avançou hoje 0,42% contra o real, fechando R$ 5,63. Na semana, ainda está 0,39% no negativo e, no aglomerado de maio, tem queda de 0,79%. Neste ano, o saldo da moeda americana ainda é recuo de 8,86%.

Por cá, um rumor inspirou risco: o ministro da Rancho, Fernando Haddad, supostamente se prepara para deixar o Planalto em abril de 2026 para concorrer a qualquer missão de interesse do PT nas eleições federais. De pacto com a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Orbe, o martelo ainda não foi derrotado, mas ocupar mais cadeiras no Senado Federalista no ano que vem é um dos anseios do partido.

Para agentes da Faria Lima e do Leblon, Haddad ainda era a figura que tentava blindar as metas fiscais – mesmo que, muitas vezes, sem sucesso. Com influência sobre Lula, o dirigente da pasta e a sua equipe econômica ainda seriam uma espécie de bastião (à la PT) do estabilidade das contas públicas.

• A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 foi de 14,79% para 14,81% ao ano. Prêmios em contratos de limitado prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
• No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 13,52% para 13,66% ao ano.
• Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 13,76% para 13,83%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

Apostar na bolsa agora faria sentido unicamente se o investidor acredita que ainda tem espaço para os ativos subirem. E, sob essa ótica, a maioria dos papéis que compõem o Ibovespa ainda tem bastante espaço até baterem no teto (ou o preço-alvo do mercado).

• Tanto que, mesmo com a queda do índice, das 87 ações que fazem segmento do Ibovespa atualmente, 52 recuaram neste pregão, mas muitas ficaram perto da segurança.

“Mesmo negociando em sua máxima histórica nominal, o atual patamar do Ibovespa ainda reflete um múltiplo de preço da ação sobre lucro distribuído por ação (P/L) relativamente plebeu quando comparado à média histórica. Esse múltiplo representa quantas vezes o lucro projetado das empresas está marchetado no preço das ações, ou seja, quanto o investidor está disposto a remunerar hoje por cada unidade de lucro porvir. Um P/L aquém da média histórica pode sinalizar que o mercado ainda está precificando incertezas, apesar da subida recente”, explica Juan Schiavo, gestor de portfolio da consultoria Cimo Family Office.

Mas Schiavo admite o possante fluxo de saída de investidores brasileiros da renda variável nos últimos 24 meses já começou a ser revertido no primícias deste ano, “em um cenário no qual o mercado já começa a antecipar o término do ciclo de aperto monetário.”

“Considerando que o investidor lugar ainda está bastante sublocado em ações, qualquer novo fluxo de capital direcionado à bolsa tende a ter um impacto relevante na valorização dos ativos. A combinação de múltiplos ainda descontados com uma verosímil retomada dos fluxos pode penetrar espaço para um desempenho mais consistente da bolsa brasileira, não olhando de repentino, mas sim os próximos 18 meses”, conclui.

• Acontece que gigantes porquê Vale e Petrobras jogaram contra hoje. Embora as ações não tenham derribado tanto, já se tornam um empecilho para a subida do índice. Não ajudou o veste de o papel da JBS ter recuado depois a frustração do mercado com seu balanço (reportado ontem) e em meio às novas configurações do negócio global.

Outrossim, é preciso ter em conta um movimento de realização de lucros, isto é, de alguns investidores da bolsa estarem liquidando posições para pôr no bolso o que ganharam no último período.

Mas se serve de consolo a alguém, de pacto com a estudo técnica, o Ibovespa ainda tem bastante soalho pela frente.

Igor Graminhani, comentador técnico da Genial, explica que, pela projeção de Fibonacci (resumidamente, uma utensílio em estudo técnica que permite estabelecer que fundura o preço de um ativo pode atingir em uma tendência), o próximo branco do Ibovespa está só nos 144.350 pontos.

Isso significa que esse patamar supra dos 144 milénio pontos – mais de 4% supra do patamar de fechamento de hoje – deve funcionar um objetivo, ou seja, não existem resistências para o ativo chegar lá, por isso seu movimento deve ser mais fluido.

Mas esse é só o primeiro branco. O segundo branco de Fibonacci é o dos 149.400 pontos e, depois, um terceiro estaria lá nos 157.600 pontos, ou seja, quase 14% supra do nível atual.

“Lembrando que o índice está em tendência de subida nos limitado, médio e longo prazo. Não que ele vá fazer um movimento uniforme até lá, mas as perspectivas para os investimentos são boas”, conclui Graminhani.

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