Número de endividados que apostam em bets aumenta, mas ganhos não acompanham subida, mostra pesquisa
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/k/U/MYkY3kTMGQxB79ZBkW1A/4.png?ssl=1)
O número de pessoas endividadas que apostam em bets aumentou no ano pretérito, incluindo os apostadores que já são inadimplentes — que possuem dívida ativa atualmente —, de concordância com um levantamento da fintech de lucidez de dados Klavi. O percentual passou de 4% para 10,6%, um salto de 163%, mais que dobrando o número de apostadores entre 2023 e 2024. Por outro lado, o número de pessoas que recebeu qualquer valor de casas de apostas não acompanhou esse desenvolvimento.
Para a pesquisa, foram utilizados dados da base do open finance da Klavi, que conta com 1,6 milhão de pessoas, com recorte focado unicamente nas que possuem perfil de endividamento no histórico (406 milénio, do totalidade). A partir da modelo categorizada, foram analisadas transações com sorte para sites de apostas ao longo de 12 meses.
Ao longo do período analisado, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, 29% das pessoas realizaram apostas, sendo que, no amontoado, unicamente 8% realizaram saques de prêmios. O valor médio das apostas foi de R$ 52,52.
Na avaliação de Bruno Chan, CEO e cofundador da Kavi, o desenvolvimento das apostas entre o público que segue endividado foi uma surpresa e gera uma preocupação sobre os impactos desse tipo de gasto. Um outro estudo da Klavi, diz ele, mostra que para oriente público que possui contas vencidas e não pagas está sobrando menos moeda no final do mês, o que pode piorar a questão do endividamento. “Pode virar uma globo de neve”, diz.
“É um público mais carente. É a pessoa que já tem dívidas e, ainda assim, gasta moeda com apostas, sendo que poderia estar gastando esse moeda para remunerar uma dívida”, comenta Chan.
O estudo aponta que dois momentos tiveram subida significativa no número de apostadores: entre julho e agosto de 2024, quando houve um desenvolvimento de 2,2 pontos percentuais no número de apostadores, patamar que se manteve até outubro, quando foi registrada a segunda subida, de 3 pontos percentuais. O aumento no número de apostas no público pesquisado (os endividados) foi de 2,6 vezes.
A pesquisa também mapeou as apostas entre os endividados que possuíam dívidas quitadas recentemente (11,3% dos entrevistados totais) e os com dívida ensejo (88,7%). Ou seja, os que mais precisam vigilar moeda para saldar suas contas são exatamente os que mais desperdiçam em jogos on-line. Entre os inadimplentes — que possuem dívidas não pagas — o percentual de apostadores é maior.
Por outro lado, o desenvolvimento nas transações para bets foi mais ressaltado entre o público quitado, saindo de 3,8% em março de 2024 para 6,8% em novembro do mesmo ano. No entanto, apesar da subida, a máxima participação deste grupo (6,8%) foi subordinado à mínima observada no grupo dos inadimplentes (8%).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/k/U/MYkY3kTMGQxB79ZBkW1A/4.png)
Chan pontua que essa subida significativa nas apostas entre o público que já não possui mais dívida ativa, ou seja, melhorou a vida financeira, pode levar à tendência de retorno à inadimplência. “As pessoas pedem crédito em média a cada três meses, portanto, com certeza, essa pessoa vai voltar a estar endividada. A incerteza é se a pessoa vai conseguir remunerar a dívida”, comenta.
“Para esse tipo de público está sobrando menos moeda em conta. Portanto a pessoa está ficando mais no negativo e vai precisar pedir crédito para complementar a renda de alguma forma. As pessoas não conseguem remunerar suas dívidas, que são caras, e infelizmente isso acaba sendo um ciclo. Aliás, esse problema de bets é novo. Não é um problema que existia dois, três anos detrás. É uma coisa muito novidade e ainda não vimos o impacto real disso”, pontua Chan.
Número dos que sacam valores também aumenta, mas em menor velocidade
O número de pessoas que receberam moeda de casas de apostas também aumentou: em outubro de 2023, o percentual era de 0,8%, passando para 2% no ano seguinte. Segundo o estudo, apesar da subida de 2,4 vezes, o desenvolvimento real de 1,2 ponto percentual ampliou o distanciamento entre os que apostam e os apostas, mas também recebem, com uma vazio de 5,5 pontos percentuais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/y/p/ZEYv7xQXSVgAepbKBAdg/3.png)
O levantamento também aponta que os usuários realizaram 2,8 transações por mês, o que indica que, receber moeda das casas de apostas, não necessariamente é sinal de lucro, já que os valores podem ser reinvestidos em apostas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/l/B/adYT49RueDLT2VFLJHyA/carteira-vazia-devido-a-ilustracao-de-banner-social-de-impacto-economico-de-coronavirus-53876-145472.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/6/w/9PBe1BRBKasyTpOSVLuw/ai-generated-9231988-1280.jpg?ssl=1)
Publicar comentário