Com IOF maior, é melhor comprar muitos dólares de uma vez ou aos poucos?

O Valor Investe fez uma simulação tanto no aplicativo da Wise quanto no da Nomad. Em um deles, houve uma pequena diferença entre as duas opções. No entanto, o que o cliente realmente precisa considerar é a oscilação do câmbio.

Na conta da Wise, ao simular o envio de US$ 100, era cobrado um montante de R$ 592,49, considerando o câmbio a R$ 5,68, mais R$ 4,61 de tarifa da Wise e R$ 19,88 de IOF. Portanto, o valor efetivo totalidade (VET), ou seja, o dispêndio totalidade daquela transação, considerando taxas e encargos, seria de R$ 5,9249 para ada US$ 1.

Se o cliente optasse por enviar unicamente US$ 10, ele pagaria um pouquinho mais custoso: R$ 59,26, sendo R$ 5,68 de cotação do dólar, R$ 0,47 de taxas da Wise e R$ 1,99 de IOF. Assim, o VET é de R$ 5,9260 para cada US$ 1.

No caso da Nomad, o VET ficou igual nas duas transações. Na simulação, feita alguns minutos depois da Wise,o dólar estava cotado a R$ 5,6827. Ao tentar enviar US$ 100, o cliente pagaria R$ 599,93, sendo o IOF de R$ 19,88 e R$ 11,36 de custos da Nomad. Assim, o VET seria de R$ 5,9993 por US$ 1.

Caso optasse por enviar US$ 10, o cliente pagaria R$ 59,99. O VET também ficou em R$ 5,9993 por US$ 1.

Uma vez que não é provável prever se o dólar ou qualquer outra moeda vai subir ou tombar no horizonte, tentar ajustar o “melhor momento” para fazer uma única grande remessa pode ser aventuroso. Por isso, uma estratégia geral e considerada mais segura é comprar ou enviar a moeda aos poucos, em diferentes momentos. Assim, o cliente ameniza as oscilações do mercado e pode chegar a um dispêndio médio mais equilibrado, mitigando os riscos de fazer uma compra grande em um momento de pico.

Caio Fasanella, diretor e principal executivo de investimentos da Nomad, afirma que a sugestão é que o cliente prefira fazer transferências de forma recorrente e contínua, para tentar conseguir um “câmbio médio” atrativo.

“Não temos nitidez sobre os movimentos do câmbio, que seguem imprevisíveis e portanto, não há uma indicação de se fazer conversões em um único momento específico”, afirma.

Mesmo no caso da Wise, em que o VET muda levemente de tratado com o montante enviado, a estratégia também pode ser adotada. Isso porque as oscilações do câmbio podem ser maiores do que essa diferença, que é marginalmente pequena.

“Enviar tudo de uma vez ou aos poucos não faz diferença do ponto de vista tributário, desde que o valor totalidade e a alíquota sejam os mesmos. O que pode variar são fatores externos, uma vez que a cotação do câmbio. Nesse caso, remessas fracionadas podem ser vantajosas se houver oportunidade de aproveitar momentos mais favoráveis no mercado. Mas do ponto de vista estritamente financeiro e tributário, não há economia em dividir a remessa”, afirma Bruno Botelho, profissional em câmbio da One Investimentos.

Procurada, a Wise não quis comentar.