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Aumento do IOF vira faca de dois gumes no mercado. Entenda porquê afeta seus investimentos

Aumento do IOF vira faca de dois gumes no mercado. Entenda porquê afeta seus investimentos

Aumento do IOF vira faca de dois gumes no mercado. Entenda porquê afeta seus investimentos

Aumento do IOF vira faca de dois gumes no mercado. Entenda porquê afeta seus investimentos

Dias assim, comuns no Brasil, estavam mais raros neste ano – para a felicidade do ministro da Quinta, Fernando Haddad.

  • O Ibovespa encerrou o dia em baixa de 0,44%, nos 137.273 pontos. Na semana, acumula agora perdas de 1,38%. No mês de maio, a valorização foi reduzida a 1,63% e, neste ano, a subida do índice agora é de 14,12%.

No primórdio da tarde, o ministro dos Transportes, Renan Fruto, adiantou em um evento na B3, em São Paulo, que o governo faria o frigoríficação de R$ 31,4 bilhões no Orçamento de 2025. Mais ainda: disse que seria enviado, ao mesmo tempo, o incremento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Desse segundo ponto nasce o novo imbróglio da romance de risco fiscal no Brasil.

A mudança da política do IOF, ainda um rumor pouco sussurrado no mercado, era organizado para as 17h. Depois que as negociações já estivessem encerradas no mercado de capitais. Por quê?

Porque o IOF é um tributo federalista pago por pessoas físicas e jurídicas que incide sobre diversas operações financeiras. Implementá-lo independe de uma tramitação burocrática dentro do governo, por isso, as instituições financeiras o temem. Justamente esses agentes são os que movimentam bilhões e têm a capacidade de mudar os rumos dos ativos domésticos rapidamente.

Enfim, se o governo federalista decide implementar IOF sobre qualquer resultado de investimento ou operação, basta decretá-lo. Esse movimento eleva a sensação de risco no mercado financeiro.

Mais importante: culpa uma distorção.

Até o fechamento do mercado hoje, não era sabido sobre qual resultado ou operação o IOF seria incrementado ou só começaria a incidir. Mas já era provável enxergar um novo impulso na procura por ativos de segurança.

  • O dólar mercantil, que recuava fortemente até a primeira das coletivas do Ministério da Quinta, acabou acompanhando o movimento no exterior e, a despeito da tendência diante das moedas de emergentes, subiu 0,32% contra o real hoje, fechando o dia a R$ 5,66. Na semana, a moeda americana agora acumula perda de 0,13% e, em maio, de 0,27%. Neste ano, já se desvalorizou quase 8,4% no mercado de câmbio sítio.

“O mercado acreditava ainda na possibilidade de déficit zero no primordial, mas estamos caminhando para um déficit talvez supra dos R$ 50 bilhões, de combinação com o relatório apresentado. O governo está, de certa forma, recluso por muitas questões obrigatórias e mais qualquer nível de fomento que tem tentado fazer para alguns grupos sociais, o que acaba pressionando ainda mais as despesas”, explica Thiago Lourenço, economista da Manchester Investimentos.

Ele entende que o investidor que acompanha a evolução do quadro das contas públicas enxerga o governo numa sinuca de ponta. De um lado, expandindo gastos para manter ou aumentar benefícios sociais. Do outro, as despesas obrigatórias vão absorvendo boa segmento do orçamento federalista. Em meio a tudo isso, as receitas estiveram mais contidas e inclusive ficaram aquém das expectativas.

O mercado esperava um cenário melhor. As expectativas refletidas na curva de juros [contratos futuros de juros] estavam com uma queda mais acentuada e depois das divulgações até voltaram a subir [antes de se comportarem de novo em queda, embora mais moderada]. Ainda ficaram uma segmento em patamar negativo no dia, mas perderam segmento do ânimo. O governo não está prevendo nenhum déficit paradoxal, mas trouxe mais uma frustração fiscal para esses investidores“, pondera.

  • A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,75% para 14,74% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
  • No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 13,67% para 13,59% ao ano.
  • Já para janeiro de 2036, a taxa saiu de 13,96% para 13,86% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.

“Vindo um aumento no IOF no crédito, veremos o capital ainda mais encarecido, reduzindo a atividade fiscal, que é uma segmento importante na elaboração da inflação, considerando que o Brasil ainda tem uma atividade resiliente. Assim, a medida estaria endereçando duas partes importantes cá no cenário interno: provável redução da inflação, com esse encarecimento do crédito; e menor atividade na contração desse crédito, que afetaria a atividade econômica”, explica Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.

Partindo dessa visão, o incremento do IOF vira uma faca de dois gumes no mercado brasílio: embora eleve a sensação de risco, funciona tanto porquê sustentáculo da política fiscal federalista (ao ajudar a incrementar receitas) quanto pode funcionar no controle da inflação.

É preciso ao investidor entender o que deve preponderar agora.

No primeiro cenário, essa política para o IOF provoca a descrédito de ativos domésticos graças à torção de narizes no mercado financeiro às medidas governamentais – e já é muito sabido que os dois entes não estão nos melhores termos.

  • Tanto que, nesta sessão marcada pelas reviravoltas e frustração de investidores locais com o relatório orçamentário, das 87 ações que fazem segmento do Ibovespa atualmente, 46 recuaram neste pregão.

Mas, no segundo cenário, a medida pode penetrar o espaço para uma queda consistentes da Selic.

E, ao fazer isso, o governo federalista estaria, em última instância, ajudando a reduzir os custos da sua dívida mais adiante. Ou por outra, liberaria um gosto ao risco no mercado sítio que poderia anular a sensação de risco engatilhada pelo quadro fiscal.

  • A carteira do Ibovespa movimentou quase R$ 19 bilhões hoje, supra da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,5 bilhões.

Em meio a tudo isso, lá fora, vemos um mercado menos encantador nos Estados Unidos com a escalada do risco fiscal por lá.

O quanto o rebuliço interno pode minguar o gosto do estrangeiro pelos ativos brasileiros?

A sinalização no mercado cambial hoje não foi boa, mas pode ter sido contaminada pela reação dos institucionais locais. É ver nos próximos dias se pares do Brasil no exterior podem se sobressair ou se os ativos brasileiros conseguirão manter qualquer clarão para esse público.

Veja tudo sobre os balanços e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a empresa, no Valor Empresas 360.

Movimento das ações do Ibovespa em 22/5/2025

Código Nome Franqueza Mínima Média Máxima Fechamento Var. %
RAIZ4 RAIZEN PN 1,78 1,77 1,94 2,04 2,00 12,36
ASAI3 ASSAI ON 10,20 9,96 10,23 10,49 10,24 5,46
AZUL4 AZUL PN 1,03 1,00 1,12 1,22 1,07 4,90
POMO4 MARCOPOLO PN 6,76 6,74 6,99 7,12 6,91 3,13
MGLU3 MAGAZINE LUIZA ON 9,20 9,20 9,70 10,08 9,47 2,82
PETZ3 PETZ ON 4,31 4,31 4,41 4,49 4,42 2,55
COGN3 COGNA ON 2,79 2,78 2,87 2,95 2,86 2,51
YDUQ3 YDUQS PART ON 14,86 14,79 15,08 15,47 15,10 2,17
HYPE3 HYPERA ON 23,74 23,64 24,58 25,10 24,20 2,02
MRFG3 MARFRIG ON 24,69 24,33 25,06 25,48 25,08 1,87
BRFS3 BRF SA ON 21,14 21,05 21,41 21,68 21,42 1,81
NTCO3 GRUPO NATURA ON 10,26 10,22 10,56 10,77 10,36 1,67
RADL3 RAIA DROGASIL ON 14,21 14,19 14,49 14,89 14,45 1,47
PSSA3 PORTO SEGURO ON 47,59 47,52 48,51 49,11 48,34 1,30
DIRR3 DIRECIONAL ON 37,38 37,11 37,92 38,54 37,77 0,99
RAIL3 RUMO S.A. ON 18,00 17,94 18,38 18,76 18,15 0,95
CVCB3 CVC BRASIL ON 2,22 2,21 2,30 2,38 2,25 0,90
VIVT3 TELEF BRASIL ON 27,40 27,38 27,74 27,88 27,74 0,84
CSAN3 COSAN ON 7,71 7,60 7,83 8,01 7,74 0,78
ENGI11 ENERGISA UNT 46,99 46,87 47,40 48,14 46,97 0,58
KLBN11 KLABIN S/A UNT 19,20 19,12 19,31 19,46 19,30 0,52
WEGE3 WEG ON 43,70 43,31 43,92 44,38 43,67 0,51
RENT3 LOCALIZA ON 40,48 40,01 40,78 41,60 40,56 0,50
JBSS3 JBS ON 42,14 41,14 42,10 43,48 42,26 0,43
SMFT3 SMART FIT ON 22,91 22,81 23,15 23,42 23,14 0,43
LREN3 LOJAS RENNER ON 17,62 17,36 17,66 17,88 17,67 0,34
ELET3 ELETROBRAS ON 41,50 41,21 41,72 42,40 41,44 0,31
RECV3 PETRORECSA ON 14,25 14,04 14,28 14,40 14,31 0,28
BBDC4 BRADESCO PN 15,34 15,28 15,53 15,69 15,45 0,26
BPAC11 BTGP BANCO UNT 39,60 39,31 39,71 40,44 39,62 0,20
BEEF3 MINERVA ON 5,07 5,02 5,10 5,16 5,06 0,20
VBBR3 VIBRA ON 19,22 18,90 19,15 19,29 19,11 0,16
BBDC3 BRADESCO ON 13,40 13,34 13,47 13,59 13,42 0,15
VIVA3 VIVARA ON 24,38 24,11 24,78 25,22 24,11 0,08
GGBR4 GERDAU PN 15,43 15,33 15,58 15,80 15,47 0,06
CPFE3 CPFL ENERGIA ON 40,08 39,82 40,14 40,51 40,09 0,05
TOTS3 TOTVS ON 41,93 41,74 42,10 42,52 41,80 0,05
CRFB3 CARREFOUR BR ON 8,44 8,43 8,44 8,47 8,44 0,00
CMIN3 CSN MINERACAO ON 5,46 5,45 5,52 5,58 5,49 0,00
FLRY3 FLEURY ON 12,59 12,35 12,49 12,66 12,47 0,00
HAPV3 HAPVIDA ON 2,82 2,77 2,86 2,91 2,84 0,00
TAEE11 TAESA UNIT 35,29 35,23 35,51 35,77 35,40 -0,03
SUZB3 SUZANO S.A. ON 53,13 52,75 53,22 53,85 53,19 -0,04
ELET6 ELETROBRAS PNB 46,12 45,94 46,66 47,29 46,14 -0,06
STBP3 SANTOS BR PART ON 13,75 13,62 13,62 13,75 13,64 -0,07
RDOR3 REDE D OR ON 36,62 36,27 36,52 36,99 36,30 -0,08
GOAU4 GERDAU MET PN 8,50 8,48 8,54 8,64 8,49 -0,12
IGTI11 IGUATEMI S.A UNT 21,70 21,63 21,78 22,00 21,70 -0,18
UGPA3 ULTRAPAR ON 16,70 16,55 16,72 16,96 16,55 -0,18
EMBR3 EMBRAER ON 66,97 66,63 67,00 67,89 67,03 -0,24
MULT3 MULTIPLAN ON 26,21 25,69 25,90 26,21 25,85 -0,35
ABEV3 AMBEV S/A ON 14,16 14,10 14,16 14,27 14,10 -0,42
EQTL3 EQUATORIAL ON 36,30 36,09 36,35 36,87 36,14 -0,44
IRBR3 IRBBRASIL RE ON 46,89 46,60 47,11 47,95 46,69 -0,55
AZZA3 AZZAS 2154 ON 41,29 40,71 41,64 42,43 41,20 -0,56
ALOS3 ALLOS ON 21,71 21,44 21,62 21,82 21,60 -0,60
MOTV3 MOTIVA SA ON NM 13,34 13,24 13,44 13,60 13,34 -0,60
AURE3 AUREN ON 9,42 9,34 9,45 9,56 9,39 -0,63
ITUB4 ITAU UNIBANCO PN 37,64 37,14 37,43 37,74 37,27 -0,69
CPLE6 COPEL PNB 12,45 12,27 12,37 12,51 12,30 -0,73
VALE3 VALE ON 54,62 53,97 54,26 54,64 54,23 -0,75
SANB11 SANTANDER BR UNIT 29,92 29,51 29,74 29,98 29,68 -0,80
BBAS3 BRASIL ON 25,20 25,05 25,27 25,42 25,05 -0,83
SLCE3 SLC AGRICOLA ON 18,50 18,36 18,49 18,65 18,36 -0,86
BBSE3 BB SEGURIDADE ON 38,12 37,60 37,91 38,34 37,76 -0,92
MRVE3 MRV ON 5,10 5,01 5,08 5,19 5,05 -0,98
B3SA3 B3 ON 14,57 14,21 14,43 14,62 14,34 -1,10
ISAE4 ISA ENERGIA PN 23,60 23,31 23,53 23,72 23,34 -1,10
CSNA3 SID NACIONAL ON 8,87 8,76 8,88 9,00 8,80 -1,23
ITSA4 ITAUSA PN 11,19 11,02 11,10 11,24 11,05 -1,25
PETR4 PETROBRAS PN 31,64 31,21 31,36 31,65 31,33 -1,32
PETR3 PETROBRAS ON 33,78 33,02 33,35 33,78 33,43 -1,33
SMTO3 SAO MARTINHO ON 21,22 20,56 20,78 21,22 20,67 -1,34
BRKM5 BRASKEM PNA 10,33 10,13 10,29 10,44 10,16 -1,55
CMIG4 CEMIG PN 10,56 10,39 10,51 10,60 10,39 -1,61
CXSE3 CAIXA SEGURI ON 15,46 15,09 15,24 15,49 15,12 -1,63
USIM5 USIMINAS PNA 5,34 5,22 5,28 5,36 5,24 -1,69
SBSP3 SABESP ON 118,00 115,84 116,84 118,08 115,97 -1,87
PRIO3 PETRORIO ON 39,31 38,64 39,19 39,82 38,98 -1,94
ENEV3 ENEVA ON 14,34 13,97 14,18 14,45 14,05 -2,02
EGIE3 ENGIE BRASIL ON 41,00 40,16 40,70 41,25 40,16 -2,14
CYRE3 CYRELA REALT ON 25,27 24,65 24,93 25,47 24,66 -2,34
TIMS3 TIM ON 19,76 19,06 19,27 19,83 19,28 -2,45
BRAV3 BRAVA ON 18,56 18,00 18,22 18,58 18,14 -2,47
VAMO3 VAMOS ON 4,40 4,22 4,32 4,44 4,25 -3,19
PCAR3 P.ACUCAR – CBD ON 3,10 3,00 3,08 3,16 3,00 -3,23
BRAP4 BRADESPAR PN 16,63 16,10 16,27 16,66 16,13 -3,24

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Faca — Foto: GettyImages

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