Muita mudança nos investimentos pretexto prejuízos
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Praticamente todo investidor já teve a sensação de que poderia ter escolhido uma opção melhor depois de ter feito alguma emprego financeira.
O excesso de opções acaba favorecendo esse sentimento que os economistas comportamentais apelidaram de “FOMO”, a {sigla} em inglês para o pânico de estar perdendo alguma coisa. No caso, uma maneira mais rentável de investir os recursos.
No entanto, mais grave que o “FOMO” é o “churning”. Outra vocábulo em inglês para caracterizar uma situação de giro excessivo da carteira de investimentos. E que guarda relação com o sentimento de estar perdendo um tanto mais interessante.
Os intermediários financeiros, de uma forma universal, ganham com o volume de transações que conseguem fazer. Por exemplo, quando o cliente investe em um Certificado de Operação Estruturada (COE), a instituição financeira ganha uma percentagem de venda.
Porquê regra universal, as comissões são proporcionais ao prazo do investimento e à dificuldade da transação.
Uma compra de títulos no Tesouro Direto por meio do home broker é uma operação simples de ser executada e tem uma percentagem pequena. A possibilidade de vender previamente um Certificado de Repositório Bancário (CDB) emitido por um banco que teve a nota de crédito rebaixada envolve uma dificuldade maior e, portanto, proporciona uma percentagem mais elevada.
O “churning” acontece quando, de forma proposital, o intermediário financeiro sugere ao cliente diversas transações com o objetivo preponderante de gerar receitas com as operações.
A definição do problema é relativamente simples. O complicado é estabelecer os critérios objetivos para caracterizar uma conduta que vise unicamente gerar ganhos indevidos.
Para tentar estabelecer fundamentos numéricos mais sólidos para o problema, a BSM Supervisão de Mercados, o braço de autorregulação da B3, acaba de lançar o “Guia de parâmetros para caracterização da prática de “churning” no Brasil”. É um documento que reúne uma estudo do cenário internacional e a proposta de fixação de parâmetros para definir uma conduta irregular.
Com o excesso de produtos financeiros, as constantes mudanças de cenário, a rentabilidade expressiva de muitos ativos financeiros em curtos períodos e o prolongamento do número de “finfluencers” que recomendam as mais diversas estratégias de investimento, a tentação para buscar incessantemente a melhor opção de emprego dos recursos aumentou. O que facilita o “churning”.
Finalmente, com a liquidez diária dos investimentos, a possibilidade de tomar empréstimos dando aplicações conservadoras porquê garantia ou de usar os mercados futuros, de opções e demais derivativos para alavancar as apostas, ficou simples mudar uma estratégia que não deu os resultados previstos.
Existem três parâmetros para vincular um sinal de alerta.
O primeiro é a relação entre o montante das aplicações financeiras realizadas em um determinado período com o valor totalidade dos investimentos.
Por exemplo, se todo mês um investidor com uma carteira no valor de R$ 100 milénio faz aplicações financeiras de R$ 20 milénio, negociando os ativos que possui, pode ser um problema. Isso porque, no termo de 12 meses, o investidor terá negociado 2,4 vezes o valor da sua carteira.
Segundo os estudos da BSM, os gestores profissionais de fundos de ações nos Estados Unidos negociam menos de uma vez o valor da carteira. Isso num mercado extremamente profundo, com milhares ações disponíveis para compra.
Outra relação importante é entre o dispêndio das transações e o retorno esperado do investimento. Intuitivamente, todo investidor em fundo DI no Brasil entende esse argumento. Com juros de 14,75% ao ano, não faz sentido investir numa carteira com taxa de gestão supra de 1% ao ano.
Para generalizar essa relação para abranger todo tipo de dispêndio de transações financeiras, é verosímil usar o retorno supra da inflação dos investimentos em ações. A teoria é que a pessoa investe em ações para, na média, lucrar mais do que a inflação. Assim, o dispêndio de transação supremo razoável seria alguma parcela da rentabilidade histórica supra da inflação.
Por termo, um vista importante para identificar um serviço irregular é o controle da conta do investidor. Seja diretamente, quando o representante da instituição financeira executa as ordens em nome do cliente, ou indiretamente, quando o cliente confirma uma transação previamente agendada.
Em tempos de excesso de informações e muita impaciência para buscar sempre as melhores oportunidades, é preciso cautela para não tombar em armadilhas.
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