Quanto rende R$ 1 milénio em Tesouro Direto, poupança e CDB depois a Selic subir a 15%
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A manutenção dos juros altos afeta principalmente os juros dos papéis de renda fixa que acompanham o CDI (uma taxa que anda colada na Selic), porquê os Certificados de Repositório Bancário (CDBs) e as Letras de Crédito Agrícola e Imobiliário (LCAs e LCIs), ou que seguem a Selic, porquê os títulos do Tesouro Direto chamados de Tesouro Selic. Quando o Copom deixa inalterados os juros nesse nível, esses papéis seguem com rentabilidade muito boa.
A Selic nesse nível impacta a caderneta de poupança também, em menor intensidade. A caderneta deixa de ter o rendimento aumentando de forma linear quando a taxa está supra de 8,5%. Aquém desse nível, a remuneração da poupança fica em 70% de quanto forem os juros de referência.
Quando a Selic supera os 8,5% (não importa se 8,75% ou 20%, por exemplo), o retorno da poupança é limitada a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da taxa referencial (TR), regra conhecida porquê a da “poupança velha”.
Todavia, é importante saber que, com a taxa supra de dois dígitos, a TR deixou de render zero e deve associar à poupança uma rentabilidade. Apesar disso, os demais investimentos de renda fixa continuam rendendo muito mais que a caderneta.
O ciclo de subida acabou e, atualmente, os economistas esperam que os juros recuem para 14,75% ao ano até o término de 2025 e alcancem 12,50% ao ano até o término de 2026. Os papéis mais conservadores, que acompanham o CDI ou à Selic, tendem a render mais dentro de cinco anos do que os papéis prefixados e que seguem a inflação.
Porém, as remunerações desses títulos à venda estão altíssimas ainda. No Tesouro Direto, os que acompanham a inflação estão oferecendo taxas perto de 7% mais a inflação ao ano, enquanto os papéis prefixados estão pagando perto de 14% ao ano.
“Os papéis prefixados e que seguem a inflação embutiram cortes de juros nas remunerações dos títulos à venda e, por esse motivo, os juros diminuíram”, afirma Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank. “Mas além dos papéis que seguem a Selic ou o CDI, acreditamos no potencial dos títulos que acompanham a inflação para prazos maiores que dois anos, porque entendemos que a inflação tende a seguir pressionada e supra da meta nos próximos anos. Assim, o investidor segue protegido”, diz.
Ele ainda aconselha buscar papéis de renda fixa que não cobram Imposto de Renda, porquê as LCAs e LCIs, que podem render mais em confrontação às aplicações financeiras de renda fixa não incentivadas. Há uma medida provisória (MP) tramitando que propõe cobrar Imposto de Renda nesses investimentos isentos com uma alíquota de 5%, mas ela enfrenta muita resistência no Congresso e existe a possibilidade da medida não ser aprovada.
“Ainda assim, a remuneração das LCAs e LCIs continuaria mais atrativa que a dos CDBs em prazos de até um ano. E em caso de implementação do imposto, os bancos emissores dos papéis podem aumentar os juros pagos para que eles continuam mais atrativos que os CDBs em prazos mais longos”, afirma Haddad.
A calculadora de renda fixa do Valor Investe, uma utensílio que o leitor pode usar na sua vida, mostra que, ao utilizar R$ 1 milénio no papel Tesouro Selic, o saque seria de R$ 1.121 depois de um ano, descontando o Imposto de Renda.
Em um CDB que oferece remunerar 100% do CDI ou em um fundo DI com taxa zero, o resgate seria de R$ 1.123 depois de um ano, descontando o Imposto de Renda. Já em uma LCA ou LCI que remunera 85% do CDI e é isenta de Imposto de Renda, a retirada seria maior ainda, de R$ 1.127.
No Tesouro Prefixado, o saque seria de R$ 1.109 de pois de um ano, descontando o Imposto de Renda. No Tesouro IPCA+, o resgate seria de R$ 1.099, descontando o Imposto de Renda.
Já na poupança, o saque seria menor, de R$ 1.084. Embora pareça pequena, a diferença é grande no longo prazo. Quanto maior o tempo de emprego, menos vantajosa é a poupança.
Veja as simulações feitas na calculadora de renda fixa do Valor Investe.
Simulação de investimento em um ano
| LCI e LCA | CDB | Fundo DI | Tesouro Selic | Tesouro Prefixado | Tesouro IPCA+ | Poupança | |
| Valor bruto reunido | R$ 1.126,65 | R$ 1.149,00 | R$ 1.149,00 | R$ 1.149,00 | R$ 1.135,00 | R$ 1.122,20 | R$ 1.083,79 |
| Rentabilidade bruta | 12,66% | 14,90% | 14,90% | 14,90% | 13,50% | 12,22% | 8,38% |
| Custos | R$ 0,00 | R$ 0,00 | R$ 0,00 | R$ 2,30 | R$ 2,27 | R$ 2,24 | R$ 0,00 |
| Valor pago em IR | R$ 0,00 | R$ 26,08 | R$ 26,08 | R$ 26,08 | R$ 23,62 | R$ 21,39 | R$ 0,00 |
| Valor líquido reunido | R$ 1.126,65 | R$ 1.122,93 | R$ 1.122,93 | R$ 1.120,63 | R$ 1.109,10 | R$ 1.098,57 | R$ 1.083,79 |
| Rentabilidade líquida | 12,66% | 12,29% | 12,29% | 12,06% | 10,91% | 9,86% | 8,38% |
| Lucro líquido | R$ 126,65 | R$ 122,93 | R$ 122,93 | R$ 120,63 | R$ 109,10 | R$ 98,57 | R$ 83,79 |
Simulação de investimento em cinco anos
| CDB | Fundo DI | Tesouro Selic | LCI e LCA | Tesouro Prefixado | Tesouro IPCA+ | Poupança | |
| Valor bruto reunido | R$ 2.002,63 | R$ 2.002,63 | R$ 2.002,63 | R$ 1.815,29 | R$ 1.883,56 | R$ 1.779,72 | R$ 1.495,30 |
| Rentabilidade bruta | 100,26% | 100,26% | 100,26% | 81,53% | 88,36% | 77,97% | 49,53% |
| Custos | R$ 0,00 | R$ 0,00 | R$ 20,11 | R$ 0,00 | R$ 18,91 | R$ 17,87 | R$ 0,00 |
| Valor pago em IR | R$ 150,39 | R$ 150,39 | R$ 150,39 | R$ 0,00 | R$ 132,53 | R$ 116,96 | R$ 0,00 |
| Valor líquido reunido | R$ 1.852,23 | R$ 1.852,23 | R$ 1.832,13 | R$ 1.815,29 | R$ 1.732,11 | R$ 1.644,89 | R$ 1.495,30 |
| Rentabilidade líquida | 85,22% | 85,22% | 83,21% | 81,53% | 73,21% | 64,49% | 49,53% |
| Lucro líquido | R$ 852,23 | R$ 852,23 | R$ 832,13 | R$ 815,29 | R$ 732,11 | R$ 644,89 | R$ 495,30 |
Os cálculos consideram juros e inflação constantes ao longo do período e são baseados nos juros neste momento e na inflação projetada para os próximos 12 meses. É considerado o dispêndio de 0,2% ao ano de custódia para investimentos no Tesouro, inclusive Tesouro Selic. O cômputo de Imposto de Renda segue a tábua regressiva, começando em 22,5% e caindo para 20% a partir de 6 meses, 17,5% em 12 meses e 15% em 24 meses.
Desvelo com o emissor dos papéis
Cabe lembrar que os papéis de renda fixa emitidos pelos bancos, caso de CDBs, LCAs e LCIs, têm seu risco associado ao balanço do banco emissor. O risco é eles não remunerarem o investidor porquê combinado por dificuldades financeiras das instituições, que podem ser maiores do que no Tesouro Direto. Em tempo de juros altos porquê agora, aumenta esse risco.
Por motivo disso, a remuneração desses produtos é maior em confrontação à oferecida no Tesouro Direto. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é porquê um seguro que cobre até R$ 250 milénio por banco em caso de inadimplência da institituição, mas esse recurso pode demorar para desabar na conta. Também, papéis emitidos por companhias e não por bancos, porquê os Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas (CRIs e CRAs) e as debêntures, não são cobertos por esse fundo.
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