A bolsa americana também cai!
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Tenho conversado com pequenos investidores, alguns novatos, que estão perplexos com a mudança de humor das Bolsas americanas. Posteriormente dois anos de prolongamento robusto, com o índice S&P, referência do mercado acionário americano, renovando recordes, em alguns poucos dias os rendimentos que rodavam em torno de 25% ao ano, se transformaram em uma rentabilidade negativa de muro de 15% até o dia 04/04.
Muitos destes investidores que entraram no mercado há pouco tempo viram o desempenho da Bolsa americana, se encantaram e começaram a fazer aportes, por meio de fundos posicionados no exterior ou diretamente por meio de BDRs, ETFs e contas internacionais. Alguns, mais animados, deixaram a prudência de lado e alocaram secção sumoso dos recursos nestes ativos. A ganância falou mais tá quando compararam o retorno da S&P e o do Ibovespa.
A diversificação é uma das melhores decisões de investimento que alguém deve tomar. Variar é espalhar o risco entre as diversas classes de ativos, evitar estar exposto demais a uma delas e admitir que, porquê não é verosímil concertar todas, vamos contrabalançar ganhos e perdas em procura de um rendimento mediano e relativamente seguro. Variar é admitir a nossa ignorância.
Infelizmente, muitos esquecem desta regra quando o mercado está “bombando” e, sucumbindo à ganância, concentram secção relevante de seu patrimônio financeiro em somente um mercado ou ativo.
O que estes investidores estão percebendo, e aprendendo, neste momento, é que os ativos considerados de risco, têm risco, e que a perda é a melhor tradução para ele.
Voltando as dúvidas iniciais dos investidores, eles têm me perguntado sobre as causas de o envolvente, o humor do mercado, ter tão rapidamente mudado. Em peculiar, querem saber porque as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, estão causando tanto rebuliço. Eles acham estranho que um pouco que havia sido previamente anunciado cause tal derretimento do mercado.
Tentando responder estas questões, tenho dito que tarifas são inflacionárias. Tributos e tarifas sempre são repassados aos preços, integral ou parcialmente, empresários sempre repassarão. A lógica é simples, tarifas de importação representam custos para os empresários que caso não sejam incorporados aos preços precisarão ser descontados das margens de luco das empresas, com reflexos sobre a rentabilidade e dividendos distribuídos aos acionistas. Uma vez que estes não costumam perdoar os maus resultados, a consequência é que os acionistas as venderão em procura de outras mais atraentes.
Na iminência do repasse, portanto, os preços subirão e a inflação, que hoje está próxima da meta nos EUA, vai se engrandecer. Considerando que o país está à ourela do pleno serviço e que a renda está elevada, naturalmente há um espaço maior para que os consumidores aceitem remunerar preços maiores, o que pode prolongar e entijecer a inflação.
Uma vez que o Banco Médio americano, FED, assim porquê o brasílio, tem compromisso com a meta, ele está disposto em uma difícil situação. Se a inflação recrudescer e se mostrar persistente, ele precisará aumentar as taxas de juros e se arriscará a empuxar o país para a desaceleração ou recessão. Por outro lado, a depender do nível do aumento de preços e da queda do consumo, talvez uma estagnação ou recessão surjam e levem o FED a ter de reduzir a taxa de juros. Em qualquer situação, fica simples que a inflação e estagnação estão um tanto precificadas.
Sobre o motivo pelo qual o pregão das tarifas, apesar de publicado, ter causado tanto impacto, tenho lá minhas dúvidas. Mas ao que parece, analistas e profissionais apostaram que a taxação das importações seria mais uma peça de retórica para convencer os parceiros comerciais a negociarem acordos bilaterais mais vantajosos para os EUA.
Uma vez que o presidente americano se considera um grande negociador, essa suposição pode ser verdadeira, e a reação extremada do mercado pode vir a aligeirar uma mudança na sua postura. Desde o pregão das tarifas recíprocas, publicado porquê “dia da libertação”, em 02/04, a Mansão Branca se apressa a vulgarizar que muitos países têm a procurado para negociar. Talvez seja uma boa desculpa para flexibilizá-las.
É inegável que um retrocesso americano teria o poder de fomentar uma reprecificação dos ativos. Mas um tanto de inflação e perda de ímpeto da economia ainda seriam de difícil reversão no pequeno prazo.
Para além das tarifas, todavia, a belicosidade de Trump, o deserção de antigos aliados e a tentativa de implantar uma novidade ordem econômica calcada no protecionismo em detrimento da globalização, elevam em muito o nível de incerteza no envolvente de negócios.
A ruptura do padrão forjado em seguida a segunda guerra mundial, em que os EUA vinham atuando porquê líder do poente em coligação com a Europa, conjugado ao ataque à globalização, parece que zeraram o jogo.
É porquê se o mundo estivesse jogando sobre um novo tabuleiro, no qual as regras são desconhecidas e terão de ser criadas real time, em meio a avanços e retrocessos, ameaças e toda sorte de tensões.
Nesse contexto, mesmo que Trump volte detrás com seu tarifaço, a incerteza no longo prazo é grande. O sismo na crédito entre parceiros e aliados tende a galvanizar e empuxar o mundo para a reconstrução de uma novidade ordem, e isso lentidão um bom tempo.
O risco está intimamente ligado a incerteza, portanto, ele deverá ter protagonismo por um bom tempo. Oportunidades de proveito surgirão, algumas serão confirmadas e outras tantas resultarão em perdas. Risco não é bom nem ruim, mas precisa ter estômago para conviver com ele.
Se você sucumbiu à ganância e comprou Bolsa americana esperando ganhos infinitos, deve estar malogrado. Mas se a estratégia foi de diversificação, fique tranquilo, os solavancos fazem secção e no longo prazo ela compensa.
Hudson Bessa – Economista e sócio da HB Escola de Negócios
hudson@hbescoladenegocios.com
www.hbescoladenegocios.com
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