A formação de especuladores com o COE
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Diz o ditado que o investidor é o especulador que deu falso. É uma forma sarcástica de consentir que, no fundo, todos nós, porquê investidores, queremos o supremo de lucro no prazo mais pequeno verosímil. Quando o investimento dá manifesto e o retorno é fenomenal, ficamos orgulhosos de nossa habilidade. Somos comparáveis aos especuladores que entendem tudo do mercado.
Mas, caso escolha dê falso, há uma saída. Podemos manter a posição por um período suficientemente longo na esperança de que as coisas se resolvam. Assim, viramos investidores de longo prazo.
O Certificado de Operações Estruturadas (COE) parece o resultado manifesto para o especulador que quer virar investidor. Olhando a cada vez mais popular modalidade de investimento pelo lado positivo, talvez seja uma maneira de incentivar a instrução financeira.
Isso porque, invariavelmente, se o especulador, com o objetivo de conseguir um retorno supra das taxas de mercado, montar uma carteira com diversos COEs, vários deles darão falso. Uma vez que consequência, aprenderá a ter a paciência de um investidor de longo prazo para trespassar das encrencas.
A quantidade de operações lastreadas em COEs que tem desapontado os investidores não para de subir. Mesmo pinçando somente os casos emblemáticos, não é mais verosímil atribuir os problemas somente aos “casos isolados”.
Os COEs envolvem, basicamente, dois tipos de estruturas. Na primeira, a operação é atrelada ao mercado de opções. São contratos em que o resultado depende do comportamento do ativo em referência, geralmente ações de empresas, índices ou fundos negociados na bolsa.
A teoria básica é oferecer ao investidor a possibilidade de participar da subida de um determinado ativo com a proteção do capital. Se o ativo não tiver a valorização esperada, o comprador do COE recebe de volta o que aplicou, sem correção.
A contrapartida para essa estrutura é furar mão de segmento da rentabilidade.
Por exemplo, o lucro da operação pode permanecer restringido a 150% da variação do CDI no período. Mesmo que a valorização do ativo em referência seja muito superior.
A princípio parece uma troca justa. O problema é que diversos estudos mostram que, na média, o investidor teria um resultado melhor se, em vez de investir no COE, fizesse uma carteira equilibrada, aplicando em diversos ativos.
O segundo tipo de estrutura são os chamados “COE de crédito”. Nessa modalidade, o investidor protege a instituição financeira caso o título de alguma empresa, ou mesmo do governo, dê qualquer problema de pagamento.
É porquê se a sua seguradora estivesse pedindo a você para remunerar eventual sinistro que possa ocorrer envolvendo o carruagem do seu vizinho. Parece uma proposta fora de propósito, mas que, dependendo da trajes, pode atrair diversos investidores.
A promessa do COE de crédito é oferecer uma remuneração um pouco supra do CDI caso uma empresa com um bom nome, mas que poucos sabem manifestar ao manifesto o que faz, não tenha qualquer tipo de problema financeiro.
O pormenor é que as possibilidades de problemas são amplas. Envolvem desde o calote até a desvalorização dos títulos de crédito do emissor no mercado secundário, passando pela impossibilidade de a empresa, ou mesmo o governo brasílio, realizar os pagamentos devidos por qualquer motivo.
O siso generalidade é que o COE é vendido de maneira errada. Uma vez que o investidor não entende o que comprou, a tendência é culpar o assessor financeiro que orientou a venda, motivado pelo interesse de lucrar uma percentagem mais subida.
Ou, logo, que o investidor entendeu muito muito o que comprou e, na verdade, zero mais é do que um especulador, que esperava tirar proveito de uma certa situação. Uma vez que a especulação deu falso, pretende, de forma sorrateira, atribuir a culpa ao resultado.
Outra possibilidade é atribuir a culpa aos reguladores, principalmente à Percentagem de Valores Mobiliários (CVM). Uma vez que se trata de um resultado potencialmente tóxico, deveriam subsistir regras para limitar o chegada aos COEs.
A mídia também tem levado uma parcela de culpa. Isso porque os destaques são dados sempre aos casos negativos, sem levar em conta o contexto universal do envolvente de negócios e do cenário macroeconômico.
Por término, com a maior compreensão sobre o funcionamento dos COEs, parece encetar um maior questionamento sobre o papel das instituições financeiras, inclusive daquelas responsáveis pela custódia dos títulos.
Por ora, no entanto, parece que o COE tem sido usado, na verdade, para incentivar a formação de especuladores.
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