Ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4) derretem na bolsa brasileira com estresse gerado por Trump

A Vale (VALE3) recuou 3,99%, negociada a R$ 52,68. Sobre as ações das companhia pesam o receio que as novas tarifas sobre as importações, anunciadas ontem, vão se refletir na demanda de minério de ferro.

Bernardo Silveira, crítico da Mantaro Capital, observa que embora o efeito direto seja restringido, já que os Estados Unidos importam pouco minério de ferro, a guerra mercantil pode prejudicar as exportações chinesas – inclusive de produtos manufaturados, que respondem por uma parcela relevante do consumo de aço.

Já os papéis ordinários (ON, com recta a voto em assembleias) da Petrobras (PETR3) caíram 4,19% , negociados a R$ 37,73. Já as ações preferenciais (PN, com preferência por dividendos; PETR4) da companhia petroleira recuaram 4,03%, a R$ 34,55, refletindo o movimento do petróleo.

Os preços do petróleo do tipo Brent, a referência mundial para o preço da commodity, fecharam em queda de 6,50% nos contratos com vencimento em junho. Neste caso, em revérbero do aumento das preocupações com a demanda global da commodity.

André Nogueira, crítico da Mantaro Capital, explica que a queda do preço da commodity é gerada, para além da guerra mercantil, pelo receio de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP+, aumente mais do que o esperado sua produção, gerando um potencial excesso de oferta no mercado de petróleo.

A cotação do petróleo também esteve pressionada em seguida a China anunciar tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos Estados Unidos a partir de 10 de abril, em retaliação às sobretaxas aplicadas por Donald Trump.

O presidente americano, por sua vez, disse que não irá mudar suas políticas econômicas e criticou a China por impor tarifas sobre todos os produtos americanos em retaliação às tarifas recíprocas. Em publicação na Truth Social, Trump prometeu que suas políticas econômicas “nunca mudarão” e disse que a China fez uma “jogada ruim” ao empregar tarifas nos produtos americanos e disse que o governo de Pequim está em “pânico”.

Ainda em relação à Petrobras, outro fator é que o mercado está circunspecto às previsões sobre investimentos a serem realizados pela companhia em 2025, que têm relação com a distribuição de dividendos, em seguida adiantamentos no reconhecimento de investimentos em projetos futuros terem feito essa risco permanecer supra do esperado em 2024. “A depender dos impactos no preço da commodity no limitado prazo, os investidores podem seguir exigindo um prêmio de risco maior sobre as ações da Petrobras”, detalha.

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Com informações originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico