Ano eleitoral pode ter menos volatilidade que o esperado, diz economista
A economista Zeina Latif, sócia da Gilbraltar Consultoria, afirmou nesta terça-feira (4) que o calendário de eleições presidenciais de 2026 pode ter menos volatilidade que o esperado pelo mercado financeiro. O motivo é um “maior pragmatismo dos pré-candidatos” à Presidência da República no pleito, inclusive do incumbente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, o líder petista vai rejeitar ao sumo qualquer fala que traga volatilidade ao mercado durante o ano eleitoral.
Lula será mais pragmático porque, segundo Latif, quer evitar que o dólar dispare e, por consequência, a inflação volte a subir no ano que vem, até porque agora os preços ao consumidor estão em queda. “Os preços de ativos brasileiros no exterior estão acompanhando a desvalorização do dólar, não destoamos tanto assim”, disse a economista em evento da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar).
O IPCA registrou subida de 0,48% em setembro, chegando à variação de 5,17% nos últimos 12 meses. Em abril, a taxa teve o pico neste ano, em 5,53%. Secção da queda é explicada pela opinião do câmbio. Assim, sem grandes mudanças, resta a Lula somente encruzar um ano com taxas de juros altas – Latif acredita que a Selic deve manter-se na vivenda de dois dígitos em 2026.
“O mercado costuma dar favor da incerteza para os candidatos. No entanto, eu não vejo porquê esse governo deve ter uma lua de mel se continuar nesse caminho”, disse a economista. O caminho seria a falta de ponto final ao incremento da dívida fiscal.
“O incumbente sofre muito com a volatilidade”, prosseguiu Zeina Latif. “Existe um zelo em posições dos candidatos. Acho que o próximo ano pode ser interessante.”
Lula é predilecto para 2026, diz diretor da Arko Advisor
Depois de se sentar na mesa de negociação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula é predilecto à reeleição em 2025, aponta Murilo de Aragão, fundador e diretor-executivo da consultoria política Arko Advisor.
“A direita vai lucrar nos maiores colegiais do país”, disse ele, por outro lado. O exegeta projeta vitórias de candidatos de centro-direita em todos os Estados das regiões Sul e Sudeste, além de Mato Grosso.
Para ele, a temática de segurança pública tende a influenciar mais na decisão do eleitorado em 2026 do que o estado da economia brasileira. “Ele [tema da segurança pública] mexe com o sentimento de todos que pegam ônibus, metrô”, concluiu.
A megaoperação no Rio de Janeiro, que fez 121 vítimas, e o escora da população ao procedimento que envolveu policiais militares e civis do Rio trouxe à tona o tema da segurança pública no debate eleitoral antecipado. “Foi um imprevisto que mostrou que existe uma parcela da população em prol de abordagem mais assertiva”, disse Aragão.
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