Aproximação entre Trump e Lula pode aumentar gosto dos gringos pela bolsa brasileira, avaliam especialistas

Erich Decat, patrão do time de estudo política da Warren Investimentos, avalia que para o pequeno e médio prazo há um entendimento de que haverá “um trégua”, em privativo por secção de Trump. O trégua é um negócio que suspende temporariamente as hostilidades entre os lados envolvidos numa luta.

“Hoje, a expectativa é que essa pausa na escalada de animosidades possa inclusive se virar em redução de algumas tarifas, que foram majoradas pelos EUA nos últimos meses.”, diz Decat.

Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa econômica do banco Pine, classifica que a redução de soído é positiva também para o mercado de câmbio, e que a tendência de valorização do Real não é alterada.

“A tendência é de valorização do Real, seja por fatores globais quanto pelos fundamentos domésticos. A incerteza quanto ao resultado eleitoral pode limitar a valorização da nossa moeda, sobretudo em 2026. Limita, mas não reverte”, diz Oliveira.

Com isso, o encontro pode impulsionar ainda mais o gosto pela bolsa do Brasil, segundo os especialistas.

Decat comenta que nascente diálogo pode trazer mais investidores porque cria um envolvente geopolítico mais fixo e principalmente previsível para os investidores. “No paralelo, ao olhar para o mundo, o Brasil ainda se destaca entre os países emergentes. Hoje, há o entendimento entre diversas casas do mercado financeiro de que a bolsa brasileira está barata para o investidor estrangeiro. O atual patamar dos juros também se encaixa porquê uma peça que pode trazer bons retornos neste momento”, detalha.

Já para Oliveira, do Pine, a atratividade do Brasil se dá pelo potencial de desenvolvimento de longo prazo e pela força de alguns setores da economia, e a aproximação dos líderes unicamente retira ruídos de pequeno prazo.

Para Decat, o que pode azedar o gosto dos investidores é uma provável guinada na agenda fiscal do atual governo. “Hoje, está no radar e há uma certa consumição entre os atores do mercado a saudação de uma provável geração, por secção do governo, de gastos fora da meta com o objetivo de substanciar a popularidade de Lula, em ano eleitoral”, diz ele.

“Se o governo erra e tarar a mão nesse sentido, vamos ver uma reação imediata e bastante negativa da bolsa, câmbio e juros futuros”, pontua o patrão da Warren.

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