Bitcoin & cia: criptos preferidas de analistas deram retorno em 2024?

Destaques mensais foram apurados pelo Valor Investe com 12 casas especializadas ao longo do ano Ao longo de 2024, o Valor Investe reuniu mês a mês sugestões de criptomoedas para investidores. E, agora, fazemos um balanço para você descobrir se, de fato, as favoritas dos analistas corresponderam às expectativas em termos de retorno.
Uma tríade foi consolidada: bitcoin (BTC) e solana (SOL), as mais citadas, seguidas de ethereum (ETH). Despontaram num total de 82 criptos diferentes citadas por 12 casas. Cada uma delas, mês a mês, apontou cinco opções.
No meio dessa pulverização de projetos do ecossistema cripto, outras três ficaram entre as mais citadas: Stacks (STX), Pendle (PENDLE) e Chainlink (LINK), em consonância com a tendência dos seis primeiros meses de 2024.
Para além de serem projetos de destaque no ecossistema cripto, as seis mais citadas entregaram rentabilidade, em uma ampla faixa que variou de 2% a 308%.
Criptomoedas mais destacadas em 2024
O trio parada dura
2024 foi “O” ano para o bitcoin, com a cripto pioneira chegando à sua “versão 3.0”, em uma alusão à mudança de patamar entre os maiores ativos do mundo, alcançando a cifra de US$ 1,8 trilhão.
Com o lançamento de produtos regulados no mercado americano, notadamente os ETFs (fundos de índice negociados em bolsa), liderados pela maior gestora do mundo, a BlackRock, investidores institucionais mergulharam de cabeça, movimentando alguns bons bilhões de dólares diariamente.
O ativo mais alternativo do mundo passou, de vez, a fazer parte do mercado “tradicional”, disputando capital com outros ativos de risco e passando a ser mais impactado pela macroeconomia “real”, principalmente o juro americano – tendência que já vinha sendo consolidada em 2023.
A cereja do bolo foi a eleição presidencial nos Estados Unidos, com a vitória de Donald Trump, que prometeu favorecer o mercado cripto e tornar o país uma potência no segmento – status que, na prática, já é real.
As perspectivas para o bitcoin com a volta de Trump ao poder na “capital do capital” levou a cripto a saltar 120%, na comparação com o final de 2023, e registrar nova máxima histórica de US$ 108 mil. Mas encerrou o ano passado negociada a pouco mais de US$ 93 mil, em um movimento de realização de lucros.
Em grande parte a reboque dessa valorização, mas também se destacando por méritos próprios, principalmente o boom de memecoins, solana (a sexta maior cripto em valor de mercado, de cerca de US$ 86 bilhões) empatou com o bitcoin entre os destaques de 2024, confirmando as projeções dos especialistas para o período.
Solana também renovou seu recorde de preço, a US$ 263, e teve uma valorização de 90%, no ano, mas também encerrou com preço bem aquém dessa máxima, em US$ 190.
Segunda maior cripto do mercado, com US$ 370 bilhões, ethereum ficou na terceira posição, perdendo espaço para sua concorrente direta, justamente solana. Ambos os ativos são vinculados a redes blockchains, que têm transformado o mundo das finanças em todo o mundo, eliminando intermediários (as finanças descentralizadas, ou DeFi, no jargão desse mercado) e popularizando os chamados contratos inteligentes (smart contracts).
Contratos inteligentes são aplicativos autoexecutáveis que contêm todas as definições e condições de contratos financeiros, como empréstimos, ou de investimentos, em que os dados são criptografados, permanentes e invioláveis.
Ethereum ainda é a rede blockchain mais utilizada por desenvolvedores desses aplicativos, assim como nos processos de tokenização de ativos reais, como imóveis e produtos de investimento. No entanto, uma frustração geral prejudicou o desempenho de sua cripto.
Ansiosamente aguardado pelos investidores e agentes de mercado, o lançamento de ETFs de ethereum, em julho passado, não teve a procura que se esperava, ao contrário do que aconteceu com os ETFs de bitcoin, no início de 2024.
Ainda assim, ao final do ano, o ethereum entregou uma valorização de 60%, mas ficou muito longe de bater seu recorde de preço, de US$ 4.800, registrado em novembro de 2021, e encerrou o ano negociado a US$ 3.300.
Leia também: Bitcoin a US$ 200 mil? O que o mercado espera para criptos em 2025
Correndo pela beirada
O universo cripto é composto por “ativos” que nascem e morrem de um dia para o outro. A plataforma agregadora de dados CoinMarketCap lista 2,4 milhões de tokens circulando no ecossistema das blockchains, com pelo menos 90% sem nenhum valor.
O mesmo serviço CoinGecko acompanha preços e volume negociado diariamente de “apenas” 16,6 mil, que possuem algum valor monetário e estão associadas a projetos reais – ainda que muitos deles tenham poucos fundamentos.
As criptos no top 10 em valor de mercado somam US$ 2,8 trilhões, ficando para todas as demais “pouco” mais de US$ 500 bilhões.
Entre os projetos reais, há muitas possibilidades, por isso as indicações mensais dos especialistas consultados pelo Valor Investe ao longo de 2024 foram bastante pulverizadas. Tirando as criptos “tradicionais” – bitcoin, ethereum e solana -, foram 81 diferentes ativos mencionados.
Dentre esses, os mais destacados foram Stacks (STX), Pendle (PENDLE) e Chainlink (LINK).
Stacks chamou a atenção dos especialistas por trazer os projetos de finanças descentralizadas para a rede blockchain Bitcoin, que até então apenas “rodava” a própria cripto. O ICO (Initial Coin Offering, a versão digital de oferta inicial de ações, em inglês, IPO) de Stacks aconteceu em julho de 2019.
Havia uma expectativa de que essa cripto acompanhasse a valorização do bitcoin, mas ficou bem longe disso. No ano passado, a rentabilidade foi de meros 2,6%, chegando ao final do período a US$ 1,54, valor bem longe da máxima histórica de US$ 3,86, registrada em abril passado.
Pendle, por sua vez, está inserido no segmento de tokenização de ativos reais (Real World Assets, ou RWA, em inglês), que transforma ativos, como imóveis, ações e títulos de dívida, em representações digitais.
O projeto, desenvolvido dentro da rede Ethereum, oferece ferramentas para especulação, hedge (proteção) e negociação de tokens que possam gerar rendimentos, semelhante ao mercado de futuros e derivativos do mercado tradicional.
Foi lançado em abril de 2021 e alcançou sua máxima histórica de US$ 7,50, no mesmo mês do ano passado. Encerrou o período com ganho de 308%, negociado a US$ 4,86.
Já Chainlink desempenha o papel de intermediário entre o mundo real e o digital, obtendo, verificando e validando dados e indicadores externos que serão utilizados em contratos inteligentes. Esses dados podem ser índices de preços e taxas de juros, por exemplo.
Seu token também roda na rede Ethereum e foi lançado em setembro de 2017. Marcou máxima histórica de US$ 52,70, em maio de 2021. Encerrou o ano passado com ganho de 34%, valendo US$ 20.
Leia também: Para além do bitcoin, confira os destaques do mercado cripto para janeiro
Pulverização: outras criptomoedas destacadas em 2024
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No meio dessa pulverização de projetos do ecossistema cripto, outras três ficaram entre as mais citadas: Stacks (STX), Pendle (PENDLE) e Chainlink (LINK), em consonância com a tendência dos seis primeiros meses de 2024.
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O ativo mais alternativo do mundo passou, de vez, a fazer parte do mercado “tradicional”, disputando capital com outros ativos de risco e passando a ser mais impactado pela macroeconomia “real”, principalmente o juro americano – tendência que já vinha sendo consolidada em 2023.
A cereja do bolo foi a eleição presidencial nos Estados Unidos, com a vitória de Donald Trump, que prometeu favorecer o mercado cripto e tornar o país uma potência no segmento – status que, na prática, já é real.
As perspectivas para o bitcoin com a volta de Trump ao poder na “capital do capital” levou a cripto a saltar 120%, na comparação com o final de 2023, e registrar nova máxima histórica de US$ 108 mil. Mas encerrou o ano passado negociada a pouco mais de US$ 93 mil, em um movimento de realização de lucros.
Em grande parte a reboque dessa valorização, mas também se destacando por méritos próprios, principalmente o boom de memecoins, solana (a sexta maior cripto em valor de mercado, de cerca de US$ 86 bilhões) empatou com o bitcoin entre os destaques de 2024, confirmando as projeções dos especialistas para o período.
Solana também renovou seu recorde de preço, a US$ 263, e teve uma valorização de 90%, no ano, mas também encerrou com preço bem aquém dessa máxima, em US$ 190.
Segunda maior cripto do mercado, com US$ 370 bilhões, ethereum ficou na terceira posição, perdendo espaço para sua concorrente direta, justamente solana. Ambos os ativos são vinculados a redes blockchains, que têm transformado o mundo das finanças em todo o mundo, eliminando intermediários (as finanças descentralizadas, ou DeFi, no jargão desse mercado) e popularizando os chamados contratos inteligentes (smart contracts).
Contratos inteligentes são aplicativos autoexecutáveis que contêm todas as definições e condições de contratos financeiros, como empréstimos, ou de investimentos, em que os dados são criptografados, permanentes e invioláveis.
Ethereum ainda é a rede blockchain mais utilizada por desenvolvedores desses aplicativos, assim como nos processos de tokenização de ativos reais, como imóveis e produtos de investimento. No entanto, uma frustração geral prejudicou o desempenho de sua cripto.
Ansiosamente aguardado pelos investidores e agentes de mercado, o lançamento de ETFs de ethereum, em julho passado, não teve a procura que se esperava, ao contrário do que aconteceu com os ETFs de bitcoin, no início de 2024.
Ainda assim, ao final do ano, o ethereum entregou uma valorização de 60%, mas ficou muito longe de bater seu recorde de preço, de US$ 4.800, registrado em novembro de 2021, e encerrou o ano negociado a US$ 3.300.
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O universo cripto é composto por “ativos” que nascem e morrem de um dia para o outro. A plataforma agregadora de dados CoinMarketCap lista 2,4 milhões de tokens circulando no ecossistema das blockchains, com pelo menos 90% sem nenhum valor.
O mesmo serviço CoinGecko acompanha preços e volume negociado diariamente de “apenas” 16,6 mil, que possuem algum valor monetário e estão associadas a projetos reais – ainda que muitos deles tenham poucos fundamentos.
As criptos no top 10 em valor de mercado somam US$ 2,8 trilhões, ficando para todas as demais “pouco” mais de US$ 500 bilhões.
Entre os projetos reais, há muitas possibilidades, por isso as indicações mensais dos especialistas consultados pelo Valor Investe ao longo de 2024 foram bastante pulverizadas. Tirando as criptos “tradicionais” – bitcoin, ethereum e solana -, foram 81 diferentes ativos mencionados.
Dentre esses, os mais destacados foram Stacks (STX), Pendle (PENDLE) e Chainlink (LINK).
Stacks chamou a atenção dos especialistas por trazer os projetos de finanças descentralizadas para a rede blockchain Bitcoin, que até então apenas “rodava” a própria cripto. O ICO (Initial Coin Offering, a versão digital de oferta inicial de ações, em inglês, IPO) de Stacks aconteceu em julho de 2019.
Havia uma expectativa de que essa cripto acompanhasse a valorização do bitcoin, mas ficou bem longe disso. No ano passado, a rentabilidade foi de meros 2,6%, chegando ao final do período a US$ 1,54, valor bem longe da máxima histórica de US$ 3,86, registrada em abril passado.
Pendle, por sua vez, está inserido no segmento de tokenização de ativos reais (Real World Assets, ou RWA, em inglês), que transforma ativos, como imóveis, ações e títulos de dívida, em representações digitais.
O projeto, desenvolvido dentro da rede Ethereum, oferece ferramentas para especulação, hedge (proteção) e negociação de tokens que possam gerar rendimentos, semelhante ao mercado de futuros e derivativos do mercado tradicional.
Foi lançado em abril de 2021 e alcançou sua máxima histórica de US$ 7,50, no mesmo mês do ano passado. Encerrou o período com ganho de 308%, negociado a US$ 4,86.
Já Chainlink desempenha o papel de intermediário entre o mundo real e o digital, obtendo, verificando e validando dados e indicadores externos que serão utilizados em contratos inteligentes. Esses dados podem ser índices de preços e taxas de juros, por exemplo.
Seu token também roda na rede Ethereum e foi lançado em setembro de 2017. Marcou máxima histórica de US$ 52,70, em maio de 2021. Encerrou o ano passado com ganho de 34%, valendo US$ 20.
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