Bitcoin se recupera de trambolhão da sexta, mas limitado prazo deve ser marcado por possante volatilidade

Nesta segunda-feira (13), no entanto, as criptos registram recuperação significativa, assim porquê os mercados acionários, com a adoção de um tom mais suave entre os governos das duas maiores economias do mundo.

Por volta de 18h (horário de Brasília), o Bitcoin era negociado a US$ 115.500 milénio, ligeira subida de 1%, nas últimas 24 horas, segundo dados da plataforma agregadora de dados Coingecko. A mínima do período foi de US$ 114.000 e a máxima de US$ 115.900.

No mesmo sentido, o Ethereum (ETH) também avançava 2%, a US$ 4.200, e Solana (SOL) ganhava 5%, a US$ 208.

Destaque de subida ainda para a XRP (XRP), que chegou a subir 4%, e a BNB (BNB) com subida de 1%. Na última semana, o token nativo da Binance, maior plataforma de negociação de criptos do mundo, superou a XRP em valor de mercado, assumindo a terceira posição no ranking das maiores criptos.

Em Novidade York, as bolsas operaram em possante subida, com o índice S&P 500 fechando em subida de 1,6% e o Nasdaq avançando mais de 2%. Mesmo movimento aconteceu nas principais bolsas europeias.

“O mercado de criptomoedas atravessou uma semana de possante instabilidade, marcada por liquidações históricas e ulterior recuperação impulsionada por fatores macroeconômicos e institucionais”, aponta Sarah Uska, crítico de criptoativos do Bitybank.

Operadores relatam que, posteriormente o proclamação de tarifas de 100% dos Estados Unidos sobre produtos chineses, a aversão global ao risco levou à liquidação de quase US$ 20 bilhões em posições alavancadas (em que o investidor opera mais recursos do que realmente possui), o maior volume em um único dia na história do setor.

Apesar desse choque inicial, avalia Uska, o incidente reduziu a alavancagem excessiva e abriu espaço para uma recuperação mais saudável. “Com menor alavancagem, ingresso de capital em ETFs e consolação geopolítico temporário, o mercado inicia a novidade semana em procura de firmeza”, afirma. “A próxima direção dependerá do estabilidade entre o progressão dos fluxos institucionais e a evolução do cenário macro nos Estados Unidos.”

Guilherme Prado, diretor regional da Bitget no Brasil, ressalta que a última semana foi uma das “mais turbulentas de sua história recente, impulsionada principalmente por pressões macroeconômicas globais”.

Para ele, embora a volatilidade de limitado prazo possa persistir — com o BTC potencialmente testando a fita dos US$ 100 milénio e o ETH a região dos US$ 3.600 — essa correção cumpre um papel importante ao reduzir posições especulativas excessivamente alavancadas e fabricar condições mais saudáveis para um novo ciclo de aglomeração.

No limitado prazo, Prado assinala que é provável que o mercado consolide entre US$ 108.000 e US$ 116.500, enquanto digere os choques macroeconômicos recentes. Já no médio prazo, a perspectiva segue construtiva, projetando o BTC retomando níveis em torno de US$ 130.000 e o ETH alcançando US$ 4.800. “Ainda assim, a volatilidade estrutural deve permanecer elevada em função do cenário político e econômico internacional.”

Para Danilo Trigueiro, crítico da Investo, apesar do tom mais defensivo no limitado prazo, os fundamentos do Bitcoin seguem sólidos. “Há sinais de manutenção do fluxo institucional, mormente em fundos e ETFs que registraram captações líquidas positivas mesmo durante a correção”, aponta. “Ou por outra, os saldos em exchanges permanecem baixos, indicando que investidores de longo prazo continuam priorizando a custódia própria e reduzindo a oferta disponível no mercado.”

Trigueiro também aponta que a atenção agora se volta para possíveis sinalizações de política monetária do Federalista Reserve (Fed, o banco médio dos Estados Unidos), que podem influenciar a liquidez global e o gosto por ativos alternativos.

Yoandris Rives Rodriguez, gerente regional para América Latina na B2Binpay, também avalia que, se o fluxo de capital para os ETFs negociados no mercado americano se mantiver positivo e as tensões comerciais EUA–China diminuírem, esta semana pode marcar o início de uma temporada de reconstrução técnica, mas a volatilidade persistirá até que os riscos comerciais se estabilizem.

Relatório da Bitfinex avalia que o atual quadro econômico dos Estados Unidos evidencia um descompasso crescente entre a política monetária pretendida e seus efeitos reais na economia. A ata da reunião de setembro do Fed mostrou divisões entre seus membros sobre o ritmo e a intensidade dos próximos cortes de juros.

“Enquanto a maioria dos formuladores de política monetária defende medidas adicionais de incitamento para moderar a desaceleração do ocupação, uma minoria teme que o progresso no combate à inflação tenha estagnado, e alerta contra cortes precipitados”, pontua o documento.

• Leia também: Criptos do mês: por que Bitcoin, Ethereum e Solana devem se evidenciar (de novo) em outubro