Bolsas da Ásia fecham em queda em meio a incertezas sobre relações entre China e EUA
Investidores aguardam mais informações sobre os subsídios chineses para impulsionar a economia do país As bolsas da Ásia fecharam em queda nesta quinta-feira ainda sobre as incertezas que pairam sobre as relações comerciais e tensões geopolíticas entre EUA e China e com os investidores esperando mais informações sobre os subsídios chineses para impulsionar a economia do país.
No Japão, o índice Nikkei fechou em queda de 0,9% a 39.605,09 diante da manutenção de incertezas sobre o cenário de política monetária do país. O yield do título de 10 anos do Japão atingiu 1,185% durante o pregão, seu maior nível desde maio de 2011, para depois fechar a 1,170%. No mercado acionário, ações de montadoras e estaleiros caíram. Nissan Motor recuou 3,6% e Kawasaki Kisen caiu 5,8%.
Segundo a Pictet Wealth Management, as ações japonesas e dos EUA estão mais atraentes do que aquelas da zona do euro e dos mercados emergentes. “As ações japonesas devem ser elevadas por um forte crescimento do PIB. As previsões de crescimento dos lucros no Japão parecem razoáveis e os valuations estão perto da média de longo prazo”, afirma o estrategista da Ásia da Pictet, Dong Chen.
Relatório do Banco do Japão (BoJ) divulgado nesta quinta-feira informa que mais empresas japonesas estão vendo a necessidade de continuar oferecendo aumentos salariais, no mais recente sinal de que a economia está progredindo em direção ao crescimento, apoiado por salários mais altos.
“Dada a escassez estrutural de mão de obra e o aumento do salário mínimo, a visão de que aumentos salariais contínuos são necessários está se espalhando por empresas em uma ampla gama de setores e de vários tamanhos”, informou o banco.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi fechou praticamente estável com uma oscilação de alta de 0,85 ponto a 2.591,90. Ações de fabricantes de chops e de refinarias de petróleo fecharam em alta enquanto as de baterias e automóveis caíram. SK Hynix subiu 5,3% depois que a matriz SK Group informou que na feira de tecnologia CES Las Vegas que o desenvolvimento de seu produto de memória de alta largura de banda está superando as solicitações da Nvidia. Já a fabricante de baterias Samsung caiu 4,2%.
O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,2% a 19.240,89 com os investidores analisando os dados de inflação da China. O índice de preços ao consumidor (CPI) cresceu marginalmente em dezembro, subindo +0,1% em base anual, em linha com as expectativas do mercado, e abaixo da alta de 0,2% de novembro, perigosamente perto da deflação. Ao mesmo tempo, a inflação dos preços ao produtor contraiu pelo 27º mês consecutivo, encolhendo -2,3% em dezembro, embora melhorando marginalmente da queda de -2,5% vista no mês anterior.
“A reação vista nas ações chinesas sugere que os participantes do mercado estão levando os dados na esportiva, disse o estrategista do IG Yeap Jun Rong; “As autoridades chinesas aumentaram as expectativas por políticas mais fortes para apoiar a economia. Podemos esperar que a tomada de risco permaneça moderada por enquanto, já que qualquer suporte político provavelmente virá como uma resposta às pressões econômicas dos EUA”, disse Yeap.
Entre as ações que caíram em Hong Kong, Li Ning caiu 5%, Li Auto perdeu 4,4% e Zhongsheng Group recuou 3,4%.
Já na China continental, o índice Xangai Composto perdeu 0,6% a 3.211,39 pontos, com queda de ações de petrolíferas e alta nos papéis de semicondutores, enquanto os investidores esperam por mais detalhes da política econômica que deve ser divulgada em março. Cosco Shipping caiu 5,5% e China Oilfield Services perdeu 3,8% enquanto a PetroChina recuou 2,5%.
Sobre o CPI chinês, Kelvin Lam, economista sênior da Pantheon Macroeconomics comentou: “Na superfície, as pressões deflacionárias da China parecem ter aumentado em dezembro. No entanto, dados subjacentes mostram que o núcleo da inflação e a inflação de serviços, que refletem as condições de demanda e o impacto do crescimento salarial, melhoraram tanto em termos anuais quanto sequenciais, embora permanecendo muito atenuadas pelos padrões históricos. O lado positivo dos dados de hoje é que as condições de demanda doméstica não estão se deteriorando mais”, disse.
Esse conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor
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