CDB do banco Master: vendo ou não em seguida BC barrar compra?
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Ontem (3), o Banco Meão (BC) indeferiu o convénio para a compra de segmento do Master pelo Banco de Brasília. Com isso, o Master fica na berlinda e seu porvir é incerto. Ainda não se sabe se o executivo Daniel Vorcaro tentará vender o banco ou se o Banco Meão irá interferir de alguma forma. O veste é que a romance traz mais incertezas para os investidores, principalmente para quem tem os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos pelo banco. E agora? O que fazer?
Os especialistas divergem quanto à melhor forma de agir neste momento. Enquanto há quem acredite que se desfazer do título, mesmo com prejuízo, pode ser a melhor saída para evitar perdas maiores, há quem aposte em esperar para ver e narrar com a ajuda do Fundo Garantidor de Créditos (o famoso FGC).
Para quem não sabe, o FGC é uma entidade privada que funciona uma vez que um “seguro” para os investidores de títulos bancários. Ele garante a reembolso de valores aplicados em bancos e instituições financeiras em caso de falência ou mediação, até o limite de R$ 250 milénio por CPF e por instituição. Essa cobertura vale para produtos uma vez que poupança, CDB, LCI, LCA, entre outros.
O professor William Eid, do Meio de Estudos em Finanças da Instalação Getúlio Vargas (FGV-Cef), acredita que a melhor opção seja o investidor que tem esses ativos se desfazer deles, ainda que isso represente uma perda. Isso porque, quem comprou os CDBs não conseguirá vendê-los pelo mesmo preço em que comprou, principalmente em uma situação uma vez que essa, em que o título apresenta riscos.
Mas, segundo o perito, essa é a atitude mais segura a ser tomada. Isso porque não se sabe ao visível o porvir do banco e nem se o FGC conseguirá arcar com um eventual prejuízo em cascata que pode ser causado pelo Master.
“Não sabemos o porvir do Master. Logo, vamos supor que ele quebre amanhã. O FGC dirá ‘ok, vamos conversar para remunerar os investidores’. Mas, nesse meio tempo, outras pessoas que têm títulos de outros bancos médios podem se preocupar com essa história e resgatar os seus também. Logo, ao invés de ter que mourejar com o prejuízo dos investidores do Master, o FGC pode ter que mourejar prejuízo de outros bancos e não ter condições de vedar. E hoje não há envolvente para o governo entrar em jogo bancar financeiramente esse tipo de problema”, explica o perito.
Muita calma nessa hora, é melhor esperar
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos e coordenador do núcleo de economia da ESPM, acredita que o melhor a fazer é esperar, justamente por conta das incertezas a saudação do porvir do banco. Porém, ele acredita que os investidores que têm títulos protegidos pelo FGC podem permanecer mais tranquilos, ainda que reconheça que a situação pede cautela.
“O problema maior cá é que, nesse caso, a incerteza está associada a um baita risco. Estamos diante de uma situação que não temos controle, portanto nesse momento não dá para fazer zero. Seria entrar em um tiroteiro sem nenhum tipo de proteção”, afirma.
Para ele, o ideal é que o investidor espere alguma sintoma do Banco Meão sobre o caso e um posicionamento do próprio banco Master a saudação da sua situação para, aí sim, pensar se deve vender o título.
Vender ou manter? Depende…
Já o economista e consultor financeiro Marcelo d’Agosto, colunista do Valor Investe, acredita que, antes de qualquer decisão precipitada, o investidor deveria buscar esclarecimentos diretamente com o assessor de investimentos ou instituição que recomendou o CDB. “Muitas vezes a responsabilidade é transferida injustamente exclusivamente para o cliente que comprou aquele título”, diz.
Ele destaca que existem dois perfis de investidores que compram esses ativos e que, a partir deles, é verosímil mandar o que fazer.
“Há quem comprou o título conscientemente, em procura de um rendimento maior e está disposto a esperar até o vencimento ou uma eventual mediação do Banco Meão. Para esse grupo, a recomendação é manter o título, já que a estratégia inicial considerava um horizonte de longo prazo e a proteção do FGC pode trazer tranquilidade”, diz. “Mas há quem buscava liquidez diária e acabou comprando um CDB com vencimento muito distante, às vezes sem nem entender muito os riscos envolvidos. Logo, a decisão se torna mais delicada. Ele pode concordar o deságio na venda ou esperar uma verosímil atuação do FGC”, diz.
Para quem não sabe, o FGC foi criado em 1995 e tem suas reservas e seu custeio financiados pelas contribuições mensais das associadas (ou seja: é “bancado” pelos próprios bancos).
Logo, diante de uma situação que ameace sua liquidez, uma dessas entidades pode acionar diferentes mecanismos. Um deles é a traço de assistência de liquidez, um empréstimo para evitar a liquidação da instituição financeira pelo BC. Esse recurso permite que o FGC economize, já que nos casos de liquidação a cada R$ 100 que paga de cobertura, a entidade consegue restabelecer exclusivamente tapume de R$ 40 a R$ 50.
Outra possibilidade para manter a liquidez do fundo é a convocação para que os bancos contribuam para essa reposição. Numa situação em que isso seja necessário, o desembolso maior das instituições financeiras pode não passar despercebido pelos clientes finais, já que os spreads (a diferença entre as taxas de juros em que o banco capta e as que ele ofídio para dar empréstimo aos seus clientes) e outros encargos cobrados em operações bancárias podem encarecer.
Recentemente, a polêmica do Banco Master foi um dos motivadores para que o Juízo Monetário Vernáculo (CMN) alterasse as regras de taxa suplementar ao FGC. A novidade regra entra em vigor no dia 1º de junho de 2026 e prevê que o multiplicador da taxa suplementar (taxa extra paga ao fundo por instituições com perfil de risco mais ressaltado) saia de 0,01% para 0,02%.
A novidade regra ainda define que a instituição associada ao FGC que tiver o valor de referência superior em 10 vezes o patrimônio líquido ajustado, descrito uma vez que “excessivamente alavancada” pelo BC, deve impor recursos excedentes em títulos públicos federais. O objetivo é evitar a tomada excessiva de riscos.
Portanto, uma vez que os bancos terão que remunerar mais ao fundo, uma verosímil consequência disso pode ser os rendimentos menores em alguns investimentos, uma vez que os CDBs.
O veste é que toda essa romance evidencia a valia de o investidor estar discreto aos riscos envolvidos em qualquer emprego financeira, mesmo aquelas aparentemente seguras uma vez que os CDBs.
O FGC é uma rede de proteção importante, mas não elimina completamente a possibilidade de perdas ou de períodos de incerteza até a solução de crises.
Com isso, a diversificação da carteira, a estudo do perfil de risco dos bancos e entidades emissoras de títulos e o séquito regular do mercado ganham ainda mais valia.
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